Historias

sexta-feira, 10 de maio de 2013

Sr. Playboy - Capitulo 31


Na segunda-feira. Demi teve um dia mais agitado do que o normal na imobiliária, porque vendera uma das grandes propriedades que havia captado no início da semana anterior. Assim, quando chegou em casa, mal teve tempo para tomar um rápido banho e comer a salada de peito de frango desfiado quando o telefone tocou.
A... alô — atendeu afobada.
Oi, sou eu — ouviu-se a voz de barítono do outro lado da linha. — Está tudo bem com você? Quero dizer, está podendo falar? Parece um pouco agitada.
Sem saber exatamente o porquê. Demi ficou imensamente feliz por, mesmo ao telefone, Joe ser capaz de perceber isso. Afinal, seu ex-marido, mesmo estando ao lado dela, jamais notava quando estava cansada, feliz, de mau humor ou o que quer que fosse.
Está tudo bem. É que o dia hoje foi um pouco agitado e estou um pouco atrasada.
Quer que eu ligue depois? — Ele parecia, de fato, preocupado.
Não! — Ei, talvez a recusa tivesse sido rápida demais. Lembrava-se de ter lido em algum lugar que uma garota não deveria jamais deixar um homem perceber o quanto ansiava por falar ou estar ao lado dele. Podia ser apenas o tal do psicologês, mas melhor não arriscar. — Quero dizer, podemos falar agora, sou toda sua durante a próxima hora. Não foi o que combinamos?
Joe riu.
Para falar a verdade, não me lembro de termos mencionado alguma limitação de tempo. Na verdade, preferia que não fizéssemos isso, pois reduziria os momentos que temos para nós dois, uma vez que sempre haverá algum assunto a ser tratado antes de nossa fantasia começar.
Então o que sugere que façamos para resolver a questão?
Bem, estive pensando que primeiro poderíamos tentar saber um pouco mais a respeito um do outro. Digamos, para nos conhecer melhor.
E quem você deseja conhecer melhor, a Demi verdadeira ou aquela do mundo da fantasia? — provocou-o.
A Demi verdadeira quando estivermos conversando normalmente e Demi do mundo da fantasia quando estivermos vivenciando nossas fantasias sensuais e românticas.
Certo, pelo jeito agora estamos conversando normalmente, então, você deseja mais informações sobre a minha vida real. O que quer saber?
Tudo — Joe respondeu sem pestanejar. — Mas vamos começar com sua família. Conte-me um pouco mais sobre ela.
Isso é fácil — Demi respondeu com leve ironia. — Uma palavra resume tudo, meu caro: desequilibrada!
Ora, mesmo uma família desequilibrada é melhor do que não ter família e ser criado em um orfanato — atalhou ele. — Mas explique melhor a classificação. Desequilibrada como?
Bem, vejamos — Demi falou com um suspiro —, devo começar por minha mãe que sempre finge que não vê as escapadelas e infidelidades de meu pai, desde que ele continue a lhe dar uma generosa mesada e que mantenha o alto padrão de vida a que estão acostumados. Ou será que gostaria de saber um pouco mais sobre meu pai que, atualmente, tem um caso com uma mulher de minha idade? — Fez uma pausa, antes de prosseguir: — Tem ainda meu irmão gêmeo Taylor, que acabou de conhecer uma garota e já a convidou para morar com ele, antes mesmo de saber se os dois combinam ou não. Taylor sempre age por impulso e depois vem chorar no meu ombro. Espero que com Gwen, a nova namorada, ele esteja certo.
Dizem que gêmeos são muito apegados um ao outro — Joe argumentou. — Você e seu irmão são próximos?
Às vezes acho que somos próximos demais — confessou ela, rindo. — Taylor sabe sobre minha obsessão adolescente por você, Joe. Por isso, tem me deixado louca com suas recriminações desde o momento em que soube que Joe, o Lobo, Jonas viria morar em Woodberry Park. Ficaria furioso se descobrisse que estamos lendo esse tipo de intimidade, mesmo ao telefone.
Imagino, então, que Taylor seja outra pessoa que não pode saber sobre nós — Joe ponderou.
Lamento, mas tem razão. Taylor está em minha lista de "não conte de jeito nenhum"!
Certo, você venceu. Seu cenário e perspectivas familiares parecem tão caóticos quanto o meu.
Ora, vamos, dê um crédito a Dani — Demi pediu. — Ela é uma boa menina, só precisa se ajustar.
Espero que tenha razão, mas para falar a verdade, nunca me senti tão perdido em minha vida. Quando vejo o desapontamento nos olhos de minha filha, fico péssimo. Sinto ódio de mim mesmo por não ter lutado mais, durante todos esses anos, para fazer parte da vida de Danielle. Ficava repetindo para mim mesmo que seria melhor para Carla e para Dani se eu me mantivesse a distância, mas acho que me enganei.
O desespero na voz dele era tão evidente que Demi sugeriu:
Talvez você pudesse dizer isso a Dani. Explique as coisas do seu ponto de vista.
Não! Não posso ficar procurando desculpas para justificar minha ausência. Além disso, não quero falar nada sobre a mãe e a avó dela que possa fazer com que perca o respeito por elas. Minha mãe fez isso quando me entregou a uma instituição do governo e posso dizer que foi péssimo, além de não ter me ajudado em nada.
Você ainda mantém contato com sua mãe?
Às vezes ela me procura, mas isso apenas quando está precisando de dinheiro, entre um marido e outro.
E quanto a seu pai?
Essa é a parte dois de minha triste história de vida — Joe confessou, com um riso rouco. — Tem certeza de que tem tempo e disposição para ouvir?
— Claro, ainda estamos naquela fase de conversa preliminar, não?
Joe hesitou um pouco, antes de prosseguir:
Bem, logo depois que fui eleito atleta revelação do ano, em minha primeira temporada com os Cubs, meu pai veio me procurar em Chicago. Ele era de uma pequena cidade do interior, a uma hora mais ou menos daqui, onde minha mãe também viveu até fugir para cá. A história que minha mãe havia me contado sobre os dois terem se divorciado pouco tempo depois de casarem era verdadeira, mas só quando meu pai me procurou fiquei sabendo que ela tinha pedido o divórcio e partido, sem nem ao menos revelar que estava grávida. Creio que minha mãe não contou a ninguém sobre a gravidez, pois se o fizesse teria tido dificuldade em manter um homem como Daniel Jonas longe do próprio filho.

Próximo Capitulo...

4 comentários: