Historias

quinta-feira, 26 de junho de 2014

PS. Eu Te Amo - Capitulo 27

Demetria se lançou a ele. Joseph nem pestanejou, tinha reflexos o suficiente, mas admitia que fora pego de surpresa. Os lábios dela comprimiram os dele, o gosto doce colorindo os lábios dele. Demetria o beijou, e ele não fizera nada pra isso. Nada propositalmente. Ele pensou, a principio, que fosse um beijo de agradecimento. Mas a língua dela, os lábios, eram ávidos demais. Ele conhecia aquela precipitação.

Joseph: Eu não estou forçando você. – Murmurou, quando ela soltou as mãos dele, enlaçando seu pescoço em seguida.

Demetria: Não, não está. – Murmurou em resposta, nos lábios dele. Joseph a beijou sedentamente em seguida.

Demetria o queria. Não como das outras vezes, não forçadamente nem por bebida. Ela o queria porque precisava dele. Joseph sentiu as mãos dela enlaçarem seus cabelos, e se perguntou qual anjo estava olhando por ele naquela noite, enquanto ele devorava os lábios da esposa. Então as pernas descobertas dela buscaram a cintura dele, se enlaçando ali, puxando o corpo dele de encontro ao seu e lhe dizendo claramente o que queria, eliminando toda e qualquer represaria. Joseph sorriu dentre o beijo e segurou a coxa dela com uma mão, subindo na cama e se deitando por cima dela. Havia começado.

Tudo era muito claro na cabeça de Demetria agora. Joseph se oferecera pra ajudá-la, e ela sentiu o ímpeto de tê-lo. Assim fora. Cruel, impiedoso, exigente. O verdadeiro Joseph, que lhe cobrava tudo o que tivesse pra oferecer. A madrugada se converteu em manhã, e ele ainda a possuía. Não satisfeito com apenas uma transa, após uns minutos da primeira, a buscou novamente. E ela o recebeu com ardor. Agora o dia amanhecia por detrás das nuvens, manchando o céu negro com cinza. Fazia frio, muito frio. Os lençóis dos dois estava embolado no lado de Joseph da cama, esquecido. Demetria tinha uma tinha uma linha tênue entre o frio que fazia tremer os dentes e o calor insuportável que nascia de seu interior. O corpo dele, uma vez por cima do seu, também denunciava a pele fria do marido, enquanto ele se movia com vontade por cima dela. Demetria se arqueou na cama, deixando um gemido longo vir de dentro dela, e ele sorriu, abraçando-a pelas costas, deixando-a inclinada pra si, enquanto sua boca, sedentamente, percorria toda a pele ao seu alcance. O corpo dela sofria estremecimentos. Estava sensível. Não só sua intimidade, mas toda a pele. Ele já tocara, mordera, beijara, chupara, acabara com todas as suas reservas de força. E ela ainda queria mais. Naquele momento soube que sempre ia querer mais. Cravou as unhas nos ombros dele, e mordeu sua orelha. Estava muito perto.

Talvez esteja cercado de
Um milhão de pessoas e eu
Ainda me sinto sozinho ♫


Demetria: Joseph. – Gemeu, em um sussurro entrecortado. Não sabia porque o chamara. Parecia que precisava chamá-lo pra saber que era real, que tendo tudo destruído era o corpo dele que estava ali, invadindo-a, possuindo-a com aquela violência. Se fosse qualquer outro, não haveria nada. Mas era ele. Deus, era impossível, mas era a pele dele. – Joseph. – Chamou novamente, a voz agonizando, enquanto suas mãos desceram pelas costas dele, sentindo cada músculo se mover.

Joseph: Sou eu, meu amor. – Respondeu a voz rouca, e logo depois ele beijou a maçã do rosto dela várias vezes. Ele sentiu Demetria sofrer outro estremecimento debaixo dele. Faltava muito pouco.

Demetria: Eu te amo. – Confessou, e em seguida mordeu o pescoço dele, contendo um gemido alto que viria.

Eu somente quero ir pra casa.
Sinto sua falta, você sabe ♫

Então ele parou. Parou com tudo, se tornou imóvel, as mãos mortas. Demetria ergueu o rosto do pescoço dele, encontrando o olhar dele no escuro. Tinha os olhos dilatados, sua testa soava, e sua respiração não era tão controlada. Ele buscava algo nos olhos dela. Deus, estaria tão cega de prazer a ponto de dizer aquilo pra agradá-lo, ou só deixara escapar? Ele varreu o azul claro dos olhos dela em um breve instante, e um sorriso lindo nasceu em seu rosto. Não era mentira. Livre da armadura que ela usava em volta de si, desprotegido, os olhos dela transbordavam do amor que sentia por ele. Ela sorriu vendo o sorriso dele, que assentiu com o rosto uma vez.

Joseph: Eu também amo você. – Respondeu, triunfante. Em seguida se abaixou e se apossou da boca dela em um beijo apaixonado.

Eu continuo guardando as cartas que te escrevi,
Cada uma com uma linha ou duas.
"Estou bem, meu amor, como você está?" ♫

O gemido de Demetria quando Joseph voltou a se mover, agora parecendo não ser afetado pelo frio ou por nada, morreu na boca dele. Os dois se beijaram até quando deu, mas por fim ele teve de deixar a boca dela. Demetria inclinou a cabeça pra trás, afundando-a no travesseiro, e ele afundou o rosto no pescoço dela. Demetria pôs a mão na nuca soada dele, as unhas se fincando ali, a aliança dourada brilhando no escuro. O corpo dela se balançava com as investidas rápidas dele, mas no final os dois estavam juntos. Ela virou o rosto pro lado e se pôs a beijar o ouvido, o rosto e o pescoço dele.


Bem sei que deveria te enviá-las, mas sei que isto não é o bastante.
Minhas palavras são frias e sem graça,
E você merece mais que isto. ♫


Poucos minutos depois, havia acabado. Joseph ainda estava ali, com o rosto afundado no pescoço dela, mas não se movia, estava quieto, o único movimento de seu corpo veio com a respiração. Demetria ainda estava abraçada a ele, a boca levemente pousada em seu ombro, mas seu corpo estava quieto, e seus olhos fechados. Após algum tempo Joseph virou o rosto e beijou o rosto dela, logo após saindo de cima da mesma. Demetria sentiu quando o edredom fofo e quentinho a cobriu dos seios pra baixo, e abriu os olhos. Joseph estava sentado ao seu lado, coberto da cintura pra baixo, a olhando. Tinha a testa um pouco soada, os olhos azuis cansados, o corpo mole, e o cabelo esparramado a sua volta.

Joseph: Venha. – Ele ofereceu o braço. Demetria não soube porque obedeceu, mas se sentou. Joseph a envolveu pelo ombro com o braço forte, e beijou sua testa. Demetria, mole pelo cansaço e satisfação, deixou seu corpo repousar no dele. Então ele se deitou com ela, os dois de conchinhas com ela na frente e ele encaixado as suas costas.

Outro avião, outro lugar ensolarado.
Sou sortudo, eu sei
Mas eu quero ir pra casa.
Eu tenho que ir pra casa. ♫

A ferroada dolorosa da lembrança a atingiu, enquanto ela olhava a parede do quarto. Até disso ele se lembrava. Antigamente, ela amava dormir assim, era sua posição favorita: de conchinha com ele por trás, de modo que sentisse todo o corpo dele, e com ele o abraçando, tendo um braço dele debaixo de seu corpo e o outro por cima, prendendo-a em um abraço. Ela sentiu o beijinho leve que ele deu em seu ombro, após tirar os cabelos dela dali, deitando-os no travesseiro fofo. Teve vontade de chorar, mas não havia mais nada pra chorar. Ela chorara tudo por esse assunto no primeiro dia da volta dele. Havia só a dor do destino ter feito tudo dar errado. Se ele tivesse ao menos lhe contado suas inseguranças, suas duvidas, ao invés de traí-la... ela teria lhe confessado que sentia o mesmo. Que tinha medo do que sentia por ele. Mas que o amava, acima de tudo, e que daria tudo certo, ficaria tudo bem.

Demetria: Me beije. – Pediu, ainda olhando pra frente. Me beije antes que eu queira fugir, ela teve vontade de completar.

Me deixe ir pra casa ♫

Joseph beijou o ombro dela, depois o rosto, e ela virou o rosto pra ele, dando-lhe sua boca de presente. Não houve agressividade, nem tesão, nem nada do tipo nesse beijo. Era só amor. Um amor que tinha saudades. Ele pôs a mão que estava por cima dela em seu rosto, tomando melhor seus lábios, sentindo a língua dela acariciar a sua docemente. Logo acabou. A mão dele voltou pra cintura dela, e o rosto dele voltou a se apoiar atrás da cabeça dela, que voltou a olhar a parede, agora sem pensar em nada.

Joseph: Ma Belle? – Chamou a voz atrás dela. Demetria, sonolenta e cansada, assentiu em resposta – Obrigado.


Estou tão longe
De onde voce está
Eu quero voltar pra casa ♫

Demetria: Disponha. – Disse, após algum tempo calada, e rindo de leve. Ele riu também e beijou o cabelo dela.

Logo os dois adormeceram, abraçados, juntos. Talvez tudo realmente ficasse bem. Talvez.

Próximo Capitulo...


PS. Eu Te Amo - Capitulo 26

Joseph: E então? – Perguntou, vendo-o entrar.

Nicholas : Vou bem. – Respondeu, distraído. Joseph riu consigo mesmo, coçando o cabelo.

Joseph: As rosas, Nicholas . – Lembrou.

Nicholas : Ah, sim. Ela gostou.

Joseph fez Nicholas  contar tudo. Desde o inicio até o final. No fim, o louro começava a se irritar.

Nicholas : Se você me perguntar isso de novo, eu te jogo da janela. Deus me ajude, mas eu jogo. – Ameaçou, Joseph riu.

Joseph: Vai levá-las pra casa, então? – Perguntou, satisfeito.

Nicholas : Foi o que ela disse.

Joseph não respondeu, ficou olhando o tampo da mesa, com um sorriso misterioso no rosto. Parecia que um ano daria de sobra. Mas só parecia.

Dois meses depois...

Demetria e Joseph dormiam juntos. Não juntos, “juntos”, mas na mesma cama. Ela usava um baby doll com uma blusa de alça branca de algodão, e um short azul marinho. Ele usava uma camisa cinza clara, e bermuda preta. Ele estava deitado tranquilamente do seu lado, e ela dormia encolhidinha do seu. Não houveram avanços; não houve sexo, não houve beijos, não houveram conversas amigáveis, não houve nada. Nada. A convivência era estranha, e Joseph desistira de pressionar. Aconteceria de modo saudável. Tinha de ser assim. Desse modo, os dois dormiam quando o celular dela tocou. Uma vez, duas. Demetria se encolheu perto do braço dele, preguiçosa, e ele sorriu ao sentir a mão dela distraída segurando seu braço.

Joseph: Quer que eu atenda? – Perguntou, rouco pelo sono.

Demetria: Não. – Ela se espreguiçou – Já vou. – Disse, e se levantou. Joseph observou ela ir, os cabelos louros bailando no escuro. Ela apanhou o telefone e pôs no ouvido, sem olhar quem era. – Demetria. – Disse, passando a mão nos cabelos.

Joseph observou as expressões do rosto dela. Passou de sono a confusão numa rapidez agourenta.

Demetria: Sel, calma. – Pediu, com o cenho franzido – Como assim pegou fogo? – Perguntou, o rosto delicado e confuso – Porque ligaram pra você e não pra mim? Sterling? – Joseph se sentou – Ah, meu Deus. – Disse, atônita – Onde você tá? Eu... eu já vou. – Disse, nervosa – Como assim não precisa?! Quem?! Ah, claro. Pode passar. – Ela foi caminhando, pálida como papel. – Sim, sou eu. Demetria Giovanna Jonas de Portilla. Sim. Claro. Como? E-eu...

Joseph: Deixa. – Pediu, pedindo o celular. Demetria se virou pra ele, e ele viu que seu olhar estava inundado. Nervosismo, talvez. – Anjo, me deixa resolver. – Pediu. Demetria entregou o telefone.

Joseph assumiu a situação. Demetria o viu falar calmamente com o policial. Perguntou algo sobre danos, prejuízos, assentiu algumas vezes, e resolveu algumas burocracias. Logo desligou o telefone.

Demetria: O que... houve? – Perguntou, meio mortificada.

Joseph: Parece que houve um curto-circuito no apartamento em frente ao seu ateliê. – Explicou, se aproximando.

Demetria: Quanto eu perdi? – Perguntou, olhando pra frente.

Joseph: Vamos saber disso quando amanhecer. Segundo o policial não muito, mas ele não tem como saber exatamente.

Demetria: Sterling? – Perguntou, olhando-o.

Joseph: Estava lá, na hora. Mas não se machucou. O fogo entrou pela porta principal, e ele, após chamar os bombeiros, abriu uma janela no lado oposto da sala e deixou o rosto lá. Assim, não se queimou, nem se asfixiou. Apenas aspirou um pouco de fumaça demais, por isso teve que ir pra mascara de gás. Mas está bem e já voltou pra casa. – Disse, tranqüilizando-a.

Demetria: Que droga. – Murmurou.

Joseph: Está tudo bem, Ma Belle. – Disse, abraçando-a pelos ombros.

Demetria: Minhas telas. A maioria estão lá. Todo o meu trabalho. – Disse, deixando ele lhe levar. Joseph fez ela se sentar nos pés da cama, e se ajoelhou a sua frente.

Joseph: Calma, sim? Amanhã eu irei com você até lá. Nós vamos ver o que se perdeu. Não sabemos se suas telas se queimaram, ou não. Como a porcentagem destruída não é tão grande, há possibilidade de que não tenham. E se tiverem, você tem talento o suficiente pra começar de novo, claro que sim. – Disse, tocando o queixo dela. Demetria sorriu e uma lagrima fininha correu de seus olhos. Joseph secou a lagrima com o dedão – Vamos, meu amor, não chore. Vai ficar tudo bem. – Demetria assentiu – Agora se deite. Eu vou buscar algo pra você beber, e se acalmar. Sabe que eu não sei preparar chá nem pra salvar a vida, mas vou tentar. – Brincou, e ela riu de leve – Tudo bem? – Perguntou, atencioso.

Joseph: Ma Belle? – Perguntou, segurando as mãos dela, após de um tempo com ela o encarando.



Outro dia de verão,
Que vem e vai embora.
Em Paris ou em Roma,
Mas eu quero ir pra casa ♫


Próximo Capitulo...

sexta-feira, 20 de junho de 2014

PS. Eu Te Amo - Capitulo 25

Joseph tomou banho e vestiu uma bermuda simples e uma camisa. Quando entrou na cozinha, junto com a tigela de queijo havia uma travessa com massa, e uma forma com torta. Demetria se sentava em uma extremidade e tinha uma molheira com molho branco em mãos. Ele se sentou na outra extremidade, aspirando o perfume do jantar. Demetria se serviu e em silêncio se pôs a comer. Calma, distraída e desatenta. Joseph pôs a massa no prato, a cobriu com o mesmo molho que ela e alguns cubos de queijo. Apanhou a torta de frango, serviu seu pedaço e largou lá. Demetria continuou quieta. Joseph se lembrou de como ela era antigamente, tagarela e animada. Demetria ergueu os olhos e o viu encarando-a.

Demetria: O que há de errado agora? – Perguntou, recolhida, vendo-o sem comer – Se é pela mesa, eu me atrasei, ai fui pro banho e me vesti assim, perdoe – Disse, justificando suas roupas e o jantar na mesa da cozinha. Não era normal. Joseph sorriu, quieto.

Joseph: Como foi seu dia? Perguntou, observando-a.


Demetria: Como? – Perguntou, e ele percebeu o gesto inconsciente em que os ombros dela se encolheram.

Joseph: Me conte sobre o seu dia. – Disse, e em um gesto calmo, como amigável, pegou seus talheres. Demetria recostou-se em sua cadeira, analisando-o.

Demetria: Foi... normal. – Respondeu. Joseph espetou o nhoque e o levou a boca. Demetria observou o aparente prazer com o qual ele o fez.

A verdade era que a vida não tinha sido nada doce para Joseph, tampouco. Não sabia cozinhar e nem o tentara; lembrava Demetria. Tudo lembrava ela, desde o barulho da chuva até os faróis dos carros pela rua. Desde então os restaurantes e suas comidas sem alegria eram a única opção. Enquanto Demetria fazia as refeições sufocada em solidão e silêncio, Joseph as tinha cercado de rostos desconhecidos. Provar o tempero suave dela era como uma prova de que estava em casa, finalmente. É, não fora doce pra nenhum dos dois.

Joseph: Pelo que sei... – Começou, vendo o olhar curioso de Demetria sob si – Dá trabalho pros responsáveis, depois de uma vernissage.

Demetria: E é verdade. – Ela respirou fundo, parecendo tentar se controlar enquanto ele provava da torta de frango. Por fim ela soltou um gemido derrotado. – Documentos de venda a fazer e autenticar, números que não batem... enfim. – Disse, apanhando seus talheres novamente. Era estranho ter com quem desabafar isso.

Joseph: Algo em que eu possa ajudar? – Perguntou, se servindo de um pouco mais de molho.

Demetria: Não, obrigado. Nós já nos acostumamos com essa rotina, cada um meio que tem sua parte. Logo estará bem. É só cansativo. – E o seu? – Perguntou, acanhada. Joseph sorriu de canto, mastigando.

Joseph: Normal. – Respondeu, satisfeito por manter a conversa – Nicholas  mandou lembranças.

Demetria: É outro idiota. – Disse, balançando a cabeça enquanto espetava um nhoque em seu prato.

Joseph: Escute. – Demetria o encarou – Ashley  virá amanhã. Trará um profissional com ela. Vamos, Ma Belle, não seja difícil. – Pediu, vendo o olhar dela.

Demetria: Se eu estiver aqui, ótimo. Se não... – Ela não se deu ao trabalho de terminar.

Joseph: Deixarei minha chave na portaria. – Tranqüilizou.

Demetria: Me diga algo. – Joseph assentiu, mastigando. – Transou com ela também?

A pergunta pegou Joseph de baixa guarda. Ele ergueu os olhos, um pedaço de massa ainda em sua garganta, e viu Demetria o encarando.

Demetria: Não a quero aqui dentro. – Anunciou, concluindo a resposta dele, e se levantando. Ele sorriu levemente, vendo-a levar o prato pra pia.

Joseph: Não. Ela não, neném. – Respondeu, calmo. Demetria se virou pra ele e o azul dos olhos era intenso, meio furioso e meio defensivo. Ele sentiu que deveria explicar – Ela começou a trabalhar pra mim dois anos depois que tinha partido. Não toquei mulher nenhuma depois que fui embora. Logo, não tive nada com ela, eu juro.

Demetria: Que seja. – Ela deu de ombros, raspando o prato no triturador.

Joseph: Acredita em mim? – Perguntou, observando-a ligar o lava louças.

Demetria: Não sei. – Respondeu, secando as mãos – Você perdeu minha confiança, Joseph. – Lembrou – Não é porque agora eu sei a verdade e entendo seu lado que vai tê-la novamente tão fácil.

Joseph: Não era minha pretensão.

Demetria: Não pretenda, que não é assim. – Disse, e respirou fundo – Deus sabe como está sendo difícil a sua volta, e que eu só o estou compactuando porque prometi. E não espere mais, Joseph. Eu só vou lhe dar o que prometi: um ano. Nada mais.

Joseph: É só do que eu preciso. – Garantiu, sorrindo. Então Demetria saiu, deixando-lhe só com seus pensamentos.

No dia seguinte...

Quando Joseph acordou, Demetria ainda dormia, encolhidinha em seu lado da cama. Ele bocejou, e se espreguiçou. Apanhou o edredom nos pés da cama e desdobrou, cobrindo-a. Ela, inconsciente, se moveu como uma gata manhosa, se agarrando ao edredom. Ele sorriu e selou os lábios com os dela. Logo saiu. Quando Demetria acordou, uma hora depois, não havia nada. Ela se espreguiçou, sonolenta, e se levantou. Dentro de uma hora e meia estava no ateliê. Encontrou Nicholas  lá.


Selena: É, porque era um chuchu. – Disse, e Sterling rolou os olhos, soprando a fumaça de um cigarro pra cima.

Nicholas : Chuchu é insosso. – Observou, sorrindo, enquanto olhava um papel. Sterling engasgou com a fumaça do cigarro e com o riso, e desatou a tossir, meio que rindo, enquanto a pele pálida ficava vermelhinha.

Demetria: Bom dia. – Desejou, caminhando até sua mesa, deixando a pequena bolsa que levava lá. Todos responderam. – O que era um chuchu? – Perguntou, achando graça da carinha de Selena.

Sterling: Não faça ela repetir o caso outra vez, pela graça de Deus. – Pediu, dando um murro fraco no peito pra controlar o tossido.

Demetria: É o cigarro. – Disse, vendo o louro se engasgar entre o riso e o tossido.

Sterling: Não, é porque o chuchu é insosso. – Respondeu, e Nicholas  abriu um sorriso lindo, enquanto lia.

Nicholas : Joseph estava falando sobre você ontem. – Disse, sentando atrás da mesa de Selena, e apanhando uns papeis de uma pasta.

Sterling: Ele é marido dela, nada mais normal. – Disse, tomando uma grande golfada de ar.

Demetria: Sterling, porque você não vai procurar quem lhe queira? – Perguntou, subitamente simpática.

Sterling: Tem bastante gente. – Garantiu, piscando pra ela, enquanto levava o cigarro a boca de novo.

Selena: É claro, porque eu vou me casar com você um dia. – Ironizou, achando graça.

Sterling: Nada contra, mas eu não gosto de ruivas. – Disse, deixando a fumaça do cigarro sair por seu nariz. Selena afundou o rosto nas mãos, Sterling riu. A campainha da sala tocou.

Demetria caminhou até lá. Abriu a porta, e havia um entregador. Ela olhou os outros; ninguém parecia ter pedido nada.

Entregador: Senhora... Demetria Jonas? – Conferiu, vendo o papel.

Demetria: Está falando com ela. – Disse, confusa.

Entregador: Podem vir. – Disse, e entregou um bilhetinho a ela. Demetria o abriu, e leu duas breves frases. “Dizem que cada rosa tem um significado. Eu encontro você em todas.”

Um entregador veio do elevador, revezando com o outro, com um enorme ramo de rosas vermelhas como sangue. Demetria sorriu, irônica consigo mesma, enquanto apanhava o buquê. Havia outro bilhetinho. “Paixão, amor, respeito, adoração.”

Demetria: Sterling, ajuda aqui. – Pediu, quando o segundo carregador veio. Sterling apanhou o ramo das rosas e levou.

O segundo buquê era branco. No bilhete: “Significa que durará toda a vida.”

Sterling: Vem cá, a gente podia abrir uma floricultura. – Disse, quando Demetria lhe entregou o enorme buquê branco. Ela confiscara o cartãozinho.

O terceiro era cor de rosa. Demetria não gostava muito de rosas cor de rosa, parecia falsamente inocente. Inocentemente forçado. Mas ela apanhou o buquê e olhou o cartão: “É a forma de agradecer um favor importante. Você não gosta delas, mas tinham de vir. Eu agradeço porque você vive.”

Demetria: Sterling, toma! – Pediu, querendo pegar o próximo.

Sterling: Não sou carregador. – Rebelou-se, de volta ao seu cigarro.

Demetria: Selena?

Selena: Sempre. – Resmungou, pegando o buquê com desgosto.

O terceiro era amarelo. Demetria o apanhou, buscando o cartãozinho. “Amor adolescente. Carregado de desejo, malicia e entusiasmo.”

Selena: Não vou ficar rodando também. – Disse, apanhando o buquê amarelo. Nicholas  observava a cena, divertido.

Então vieram mais buquês vermelhos. Um dois, três, quatro cinco... seis deles. Sem bilhete. No sexto, o carregador pediu a assinatura dela. Ela assinou, e ele se foi. Então ela percebeu que o sexto e ultimo tinha cartão. Abriu, e encontrou apenas uma pequena frase.

“P.S.: Eu te Amo.
Joseph.”


Nicholas : Como eu ia dizendo... – Disse, disfarçando o sorriso, enquanto abria uma planilha. Demetria entrou com o ultimo buquê. A mesa dela e sua cadeira estavam abarrotadas. Os buquês eram lindos.

Sterling: E os cartões...? – Perguntou, animado. Demetria fechou o ultimo cartão e os apertou contra o peito, meio que protegendo-os.

Demetria: Você não é um carregador. – Alfinetou, e o louro riu. – Cuidado com esse cigarro nas minhas rosas! – Alertou. Os três a olharam. – O que, gente? – Perguntou, erguendo a sobrancelha.

Sterling: “Cuidado com as minhas rosas, blablablablablabla, viva todo mundo!” – Debochou, e terminou o cigarro, amassando-o no cinzeiro.

Demetria: Ah, vá lavar uma trouxa de roupa. – Rosnou, indo pra sua mesa. – Acho que eu vou pintar hoje. – Disse, pondo o ultimo buquê no montante de rosas. Estava lotada.

Selena: O que vai fazer com isso?

Demetria: Levar pra casa? – Perguntou o óbvio. Os outros a olharam – São minhas!

Nicholas : Aham. – Disse, anotando algo na planilha que abrira.

Demetria: Não quero mais conversar. – Cortou, jogando o cabelo pra trás e indo determinada pra prateleira de tintas.

Quando Nicholas  voltou ao escritório de Joseph...


Meninassss não fiquem brava comigo.... tive alguns probleminhas por isso não postei por estes dias mas estou de volta e para compensar vocês eu postei 3 capitulos hoje !!!! 

não me matem !! Beijinhoss 


Próximo Capitulo...

PS. Eu Te Amo - Capitulo 24

Selena: Como assim “um ano”? – Perguntou, naquela tarde, enquanto trabalhavam e Demetria lhe contou do dia anterior.

Sterling: Um ano, sabe, Sel? Rotação da terra, 365 dias, 12 meses. – Disse, examinando uns documentos em sua mesa.



O ateliê central de Demetria era uma enorme sala de um prédio comercial. Haviam três mesas e um canto com telas. Em uma mesa Selena se sentava. Na outra, Sterling. Na ultima, Demetria, obviamente.

Selena: E você fala isso com essa calma? – Perguntou, exasperada.

Sterling: Se isso faz ela feliz... – Ele deu de ombros.

Selena: Eu pensei que você fosse mandar ele embora. – Contestou.

Demetria: Não me faz feliz! E eu estou pondo ele pra fora. – Disse, e tirou o cabelo do rosto – O tempo é apenas uma condição dele pra aceitar, me dar o divórcio. Eu fui... razoável. – Ela viu a cara de Selena – Veja, Sel. Minha vida estava de pernas pro ar. Nada dava certo enquanto eu montava resistência. Agora eu estou aqui, trabalhando, sem o risco de ser atacada com éter quando sair. – Ponderou. Selena respirou fundo, tentando aceitar a idéia. Então o telefone tocou.

Selena: Mas um ano! É muito tempo! – Insistiu, enquanto pegava o telefone – Alô?

Demetria: Posso viver com isso. – Disse, baixando os olhos pros documentos que tinha em mãos.

Selena: Fala. Não sou sua empregada, muito menos sua telefonista. – Rosnou. Demetria e Sterling ergueram os rostos e se entreolharam por um instante, logo depois olhando Selena. Não era do fetil dela atacar as pessoas assim. – Vá pro inferno. – Aconselhou, então olhou Demetria. Parecia raivosa. – Seu marido quer saber a que horas é o jantar. – Disse, irônica.

Demetria: Quem disse que eu cozinharia? – Perguntou, erguendo a fina sobrancelha. Quase podia ouvir o riso rouco dele, do outro lado da linha. Selena pôs o telefone no viva voz e se afastou da fonte da voz de Joseph.

Joseph: Você sempre o fez, Ma Belle. – Disse a voz no telefone – Não o quer mais? – Perguntou, atencioso.

Demetria: Fazem quatro anos, querido. – Lembrou. Sterling sorriu, divertido, e voltou ao trabalho, balançando a cabeça negativamente.

Joseph: Tudo bem, eu levo a janta. – Propôs, calmo.

Demetria: Leve pra você. – Rebateu. Ouviu Joseph suspirar.

Joseph: Você quer cozinhar, você não quer cozinhar, o que você quer afinal, neném?

Demetria: As sete, Joseph. – Cortou, após consultar o relógio. Joseph riu gostosamente. Ela quase sorriu com isso. Quase. Selena negou com a cabeça enquanto Joseph se despedia de Demetria, levando alfinetadas mil pelo caminho. Então ele desligou.

Selena: Não atendo mais o telefone. – Avisou, pondo-o no gancho. Sterling estourou em risos, olhando a ruiva que se levantou e saiu da sala. Depois o louro coçou o cabelo distraidamente, e voltou pro trabalho.

As 18:55 naquela noite Joseph entrou em casa. Um cheiro delicioso o atingiu, e ele sorriu, fechando a porta. Largou o terno e foi pra cozinha atrás de dela. Demetria vestia uma camisola azul marinho, de seda, que batia nas coxas. Ela tinha os cabelos presos em um coque e colocava queijo fatiado em uma tigela. O pescoço nu dela o deu ganas, tanto que ele se aproximou. Só que...


Demetria: Não se atreva. – Disse, pondo um cubinho de queijo na boca. Ele riu, e deu um beijo leve no ombro dela.

Joseph: Cheiro bom. – Disse, mas seu nariz se encontrava na pele delicada da curvatura do pescoço dela.

Demetria: É o que a sua roupa vai dizer quando você sair do banho. – Cortou, e se afastou, levando a tigela cheia em mãos. Ele foi atrás, os braços fortes cobertos pelo linho refinado da camisa dele se trancavam em torno da cintura dela – Me solte! – Ordenou, se desvencilhando. Joseph riu, ainda agarrado a ela – Que diabo, me largue! – Ela se debateu nos braços dele, em vão – Disse que tinha fome, pois ai... – Ela lutou, chegando a mesa – ... ai está. – Disse, pondo a tigela na mesa.

Joseph: Eu não especifiquei do que tinha fome. – Murmurou, virando-a pra si e subindo a boca pela maçã do rosto dela.


Ele ia beijá-la, e ela não percebeu. Só que o trocadilho a fez rir. O som do riso dela o envolveu como uma nuvem quente, e ele desistiu do ato quase feito. Apenas sorriu, os olhos verdes, intensos, observando cada detalhe do rosto dela.

Demetria: É um idiota. Vá tomar banho, e eu vou pôr a mesa. – Disse, empurrando-o, e dessa vez ele se afastou, indo pro banho.

Próximo Capitulo...

PS. Eu Te Amo - Capitulo 23

Joseph: Tudo bem, Ma Belle, já chega. – Disse, tomando a taça da mão dela, com ar divertido. Demetria soltou a taça e apanhou a dele, junto com a garrafa, quase vazia. Joseph riu e bebeu de um gole o conteúdo da taça dela, se livrando do álcool. – Garçom! – Chamou, o garçom logo veio.

Garçom: Sim? – Demetria tinha se recostado na cadeira, satisfeita, com a taça de vinho na mão.

Joseph: Eu quero... qual o doce, meu Deus? – Tentou lembrar – Ma Belle, qual o seu doce preferido?

Demetria: Não quero doce. – Resmungou, olhando-o.

Joseph: Seu sangue quer. Inferno, qual era o doce...? - Ele forçou a mente. O garçom aguardou, reservado – Tudo bem, traga algum doce, por favor.

Demetria: Eu quero outra garrafa disso aqui. – Disse, erguendo a garrafa de vinho vazia.

Joseph: O doce e a conta. – Pediu, prendendo o riso.

Joseph tomou a garrafa dela. Demetria não gostou muito disso. Ele empurrou o doce pra ela, que comeu, de mal gosto. A glicose melhorou um pouco a bebedeira. Ele pagou a conta, e apanhou ela pela cintura, discretamente quase carregando-a. Demetria fungou o pescoço dele, fazendo-o rir. Ele pagou um manobrista pra levar o carro dela atrás do dele, e colocou ela no banco do carona, prendendo-a com o cinto. Demetria foi calada até em casa. Lá Joseph apanhou o carro dela, travou-o, e carregou-a pelo estacionamento frio, logo os dois sumindo pelo elevador.

Joseph: Enfim, em casa. – Disse, pondo-a no chão. Demetria, surpreendendo-o, o abraçou pela cintura – Ei? – Chamou, rindo, enquanto dava um beijinho no ouvido dela, afastando-a.

Porque eu não quero ficar mais um minuto,
Eu não quero que você diga uma palavra ♫

Demetria: Não me quer? – Perguntou, meio decepcionada. Joseph riu. Ela ficava deliciosamente divertida quando bebia. Demetria beijou o pomo-de-adão dele, mordiscando-lhe a pele.

Joseph: Você é, resumidamente, tudo o que eu quero. – Confessou, e aspirou o perfume dos cabelos dela – Mas está bêbada, neném. – Contestou.

Demetria: Se aproveite disso. – Murmurou perto do ouvido dele. Joseph a encarou, os olhos verdes avaliando.

Chega, chega, chega, chega...
Não existe outro modo,
Eu fico com a palavra final ♫

Então ele foi de encontro a ela que o beijou, satisfeita, as mãos adentrando os cabelos dele. Não havia calma, como no ultimo beijo. Joseph abaixou as mãos que a repeliam de seus ombros pra sua cintura e a abraçou forte, as mãos poderosas percorrendo-lhe a pele. O abraço foi tão intenso que fez Demetria se erguer no ar. Ele sentiu o gosto do vinho na língua dela enquanto a beijava avidamente, caminhando em direção ao quarto. Então o telefone tocou.


Demetria ergueu um pé e empurrou o telefone, que caiu no chão, se soltando da tomada e parando de tocar. Joseph riu e a pegou no colo, a boca sedenta buscando seu pescoço. Ele sorriu enquanto caminhava. Demetria o mataria no dia seguinte, se ele tivesse sorte. Mas não importava. Hoje não.

Mas amanhã...

O dia nasceu frio. Demetria dormia de bruços, metade do corpo por cima do dele, que passava os dedos levianamente pela pele nua de suas costas. Joseph aspirava o perfume do cabelo dela, quieto.


Demetria: Pode soltar agora. – Murmurou, sonolenta, e ele sorriu, arrumando o lençol dela.

Joseph: Bom dia, Ma Belle. – Desejou, ainda sorrindo.

Demetria: Lembra quando eu te disse, ontem, pra aproveitar? – Perguntou, virando o rosto pra ele.

Joseph: Lembro. – Disse, tirando o cabelo do rosto dela.

Demetria: Era porque oportunidades faltariam. – Disse, sorrindo, e se enrolando num lençol, se levantou. Joseph havia vestido uma calça abrigo, e observou ela andar, sorrindo.

Joseph: Quem sabe? Um bom vinho, e podemos resolver isso. – Propôs. Demetria sorriu, debochada.

Demetria: Vá pro inferno. – Mandou, irônica – Eu preciso trabalhar. – Concluiu, e ele viu ela sumir pela porta do closet.

Joseph: Selena ligou.

Demetria: Você consertou o telefone? – Perguntou, e ele ouviu os cabides se movendo.

Joseph: Não quebrou, só conectei o cabo. – Disse, se espreguiçando.

Demetria passou pro banheiro com uma muda de roupa. Joseph sorriu e se levantou. Demetria o barrou na porta.


Joseph: Não me quer em seu banho? – Perguntou, divertido.

Demetria: Quero você no inferno. – Disse, sorrindo. Então fechou a porta.

Joseph sorriu e voltou pra cama, preguiçoso. Caiu no sono antes que ela terminasse o banho. Tudo estava bem.

Próximo Capitulo...

quarta-feira, 4 de junho de 2014

PS. Eu Te Amo - Capitulo 22

Joseph: Eu pensei em você o tempo todo! – Exclamou, se inclinando na mesa. Agora os dois estavam inclinados ali, a tensão pairava no ar – Eu voltei pra casa, e lá você desabafou, e chorou. Cada lagrima era como receber uma bala, porque eu sabia que eu tinha falhado, que tinha te machucado.

Demetria: Eu não quero mais ouvir. – Decidiu, se afastando.

Joseph: Não! – Ele trouxe ela de volta, com urgência no olhar – Vai ouvir até o final. Demetria, não. – Ela o encarou, relutante – Você me acusou, e todas as acusações eram verdadeiras. Você disse que eu monopolizei você, como um fantoche. Então eu fugi.

Demetria: Me abandonou! Sem noticias, sem um pedido de desculpas, sem nada! – Ele viu o olhar dela se tornar mais brilhante. Ela queria chorar.

Joseph: Eu precisei deixar você só. Deixar você encontrar o seu caminho, sem mim. E por 4 anos eu observei você de longe. Eu deixei Nicholas  vigiando cada passo seu. E por cada segundo, eu tive medo. Medo e dor. Eu não procurei outra mulher, você foi a ultima. Durante quatro anos, eu nunca toquei nem quis ninguém. Ficar sem você me fez ver um mundo que eu não queria ver. E eu tive medo que aparecesse alguém pra curar a ferida que eu deixei aberta, então eu teria te perdido.

Demetria: Quem disse que não apareceu? – Perguntou, e nem percebeu que ele havia soltado seus braços. Estava novamente inclinada pra ele.

Joseph: Seus olhos me dizem. – Ele sorriu, quieto – Seus beijos me disseram. O seu corpo me disse, há dias atrás, quando lhe fiz amor. Você teve dificuldade em me acolher. Dificuldade porque eu fui o ultimo, e fazia muito tempo. Ninguém te tocou depois de mim. – Ele tocou a maçã do rosto dela, que não disse nada, apenas o observou – Quando eu vi sua carreira pronta, sua fama e seu sucesso profissional, soube que era a hora de voltar.

Eu nunca precisei da sua correção,
Sobre tudo que faço ou digo ♫

Demetria: Você espera que eu te receba de braços abertos? – Perguntou, olhando-o.

Joseph: Não, seria pretensão demais. Mas agora que sabe a minha verdade, espero que não me repila tanto. – Ele respirou – Eu nunca mais vou machucar você, Demetria. – Garantiu.

Demetria: Eu não vou aceitar você de volta. – Disse, atordoada – Você não pode esperar que agora, só porque eu entendo, vou poder esquecer tudo o que eu passei, não é justo.

Joseph: Não te peço tanto, meu amor. – Ele acariciou o rosto dela de novo.

Demetria: Como não? Olhe o modo como você se forçou na minha vida. – Disse, e ele gostou de estarem conversando tão calmamente agora. Era a calmaria que vinha depois da tormenta. A tormenta havia passado. Ele teve vontade de beijá-la, tomando o batom vermelho de seus lábios. Mas não o fez.

Joseph: Eu quero tempo pra te conquistar de novo. Do inicio. Sua confiança, seu amor.

Demetria: Eu te odeio. – Alfinetou, e ele riu.

Joseph: Ódio e amor são dois lados de uma linha tênue. – Disse, sorrindo.

Eu nunca precisei de suas palavras,
Eu nunca precisei, e isso dói.
Eu nunca precisei de você comigo todos os dias. ♫

Demetria: Eu não...

Joseph: Eu só peço tempo. – Disse, e viu ela beber mais do vinho. Vendo a taça dela quase vazia, ele mesmo encheu a dela e a dele – Tempo em que você não fuja pra casa de Selena dia sim, dia não.

Demetria: Se eu não der o tempo...?

Joseph viu Demetria encará-lo, exasperada. Ela parecia avaliar, e isso era ótimo. Ele aguardou, vendo-a beber do vinho, e imitando seu gesto. Quando ele avaliou a hora certa...

Joseph: Um ano e meio. – Propôs.

Demetria: Seis meses. – Rebateu na mesma hora. Joseph riu de leve. Ela havia se aberto a negociar.

Me desculpe pelo modo com que abandono,
Ou por tudo que eu peguei pra mim quando você veio ♫

Joseph: Um ano. – Encontrou o meio termo. Era sempre assim, quando os dois discutiam. Demetria respirou fundo, parecendo em confronto. – Um ano, e se no final desse ano você não tiver mudado de opinião, eu sumo de uma vez por sempre. – Prometeu. Demetria demorou bem um minuto encarando-o, e ele se manteve.

Demetria: Muito bem, um ano. – Joseph sorriu com a aceitação – Mas tem termos. Condições. – Alegou, vendo o olhar confuso dele.

Joseph: E essas seriam...?

Demetria: Você fica no quarto de hospedes. Todo o tempo. – Impôs, e viu o choque riscar os olhos dele – É isso ou nada.

Joseph: Seja razoável. – Pediu, e viu ela tomar outro grande gole do vinho. Logo estaria bêbada, pensou, divertido. Era uma característica dela pra quando estava nervosa.

Mas nunca me falta nada,
Quebrada até os pés,
Não é ao seu lado o lugar a que eu pertenço ♫

Demetria: Pois muito bem. – Disse, e sorriu – Dorme comigo, no meu quarto. – Joseph sorriu, satisfeito – Mas não toca em mim. – O baque dos olhos dele dessa vez foi radicalmente maior. Fez ela rir. Ele a encarou, num misto de exasperação, indignação e protesto.

Joseph: Avalie o que você está me pedindo. Um ano, dormindo ao seu lado, com os paninhos que são suas roupas de dormir, sem te tocar. – Repetiu, e ela sorriu, pensativa. Tomou outro gole.

Demetria: Sexo. – Repetiu, olhando o vinho. Então sorriu – Se, e quando eu quiser. – Impôs, e agora ele riu.

Joseph: Pois muito bem, me instiga a te seduzir. – Comentou, divertido.

Demetria: Não tente. – Disse, tocando a boca da taça.

Está um pouco tarde pra explicações,
Não há nada que você possa fazer.
E meus olhos doem, minhas mãos tremem,
Então escute quando eu digo. ♫

O silêncio reinou por um instante. Demetria olhava o vinho. Aquilo não foi uma reconciliação, passou longe, mas ainda assim ele ficaria. Ele viu uma lágrima cair do olhar dela, enquanto ela sorria. Uma única lagrima, fina e delicada, mas ela sorria de leve. Joseph pegou a mão dela em cima da mesa, tocando sua pele.


Joseph: Vê? Juntos somos bons. Condenadamente bons. – Disse, vendo as peles dos dois juntas, unidas.

Demetria: Isso não vai dar certo. – Murmurou, olhando enquanto ele colocava pela terceira vez a aliança no anular esquerdo dela.

Joseph: Vai. – Prometeu – Você vai ver. – E ele selou a promessa beijando a mão dela, por cima da aliança.


Demetria, como Joseph previra, terminou bêbada. Ele bem tentou fazê-la parar, mas não gerou muito bem.
Proximo Capitulo...

Está ai meninas para compensar s dias que fiquei sem postar !!! 
Comentem mais gostos dos comentarios!! divulquem meu blog !! Bjokas 

PS. Eu Te Amo - Capitulo 21

Demetria: É claro que eu lembro, eu salvei sua vida. – Debochou.

Porque eu não quero ficar mais um minuto,
Eu não quero que você diga uma palavra,
Chega, chega, chega, chega ♫

Joseph: Exato. – Disse, se concentrando – O que você teve de mim naquele dia foi o retrato exato do que eu era. Rico, jovem, idiota, prepotente. Fazia o que me desse na cabeça. Mas no momento em que eu vi seus olhos, mesmo bêbado como estava, eu comecei a mudar, porque era você. Comecei a amadurecer. Era você não porque salvara minha vida, mas era você porque eu sei que um dia precisaria de mim, e eu tinha que ser o homem que você precisaria. – Explicou.

Demetria: Você passou longe do homem que eu precisei. – Avisou. Joseph sorriu de cantos.

Joseph: Quantos meses depois nós nos casamos?

Demetria: 4. – Deu corda.

Joseph: Exatamente. 4 meses, algumas semanas depois do seu aniversário. – Demetria o olhou, esperando que continuasse – 4 meses pra eu passar de um idiota, livre e inconseqüente, pra um homem, casado e base de uma casa. A transformação foi rápida demais, Demetria. – Explicou.

Demetria: Foi você que me pediu em casamento! – Explodiu, os olhos furiosos.

Joseph: Eu sei! – Justificou, imediatamente. Ela entendera errado. – E em nenhum momento me arrependo disso.

Demetria: E então...?

Joseph: Então nos casamos. Eu fiz a vontade do meu pai, e assumi a condenada empresa. Todos que eu conhecia perguntavam que inferno dera em mim, mas não importava. Fomos morar juntos.

Demetria: Eu conheço essa história, Joseph. – Cortou.

Joseph: Conhece. Mas há algo que você não sabe. – Disse, e tomou um gole do vinho, umedecendo a garganta seca – Mesmo amando você como eu sabia que nunca mais ia amar ninguém, havia algo de errado comigo.

Demetria: Claro que havia, você me traia. – Debochou, e tomou um grande gole do vinho. Repassar aquela história não era nada fácil.

Não existe outro modo,
Eu fico com a palavra final ♫

Joseph: Não desde o começo. Eu tinha medo de você, Demetria. – Confessou. Demetria engasgou com o vinho, que parou no meio de sua garganta, se recusando a descer. Ele sorriu da reação dela, vendo ela tossir, pondo um guardanapo na boca. Seus olhos eram incréSelos quando ela o olhou.

Demetria: Você tinha o que?

Joseph: Tinha medo do que você tinha feito com a minha vida, em tão pouco tempo. – Continuou – Quando eu estava com você, era o céu. Quando não, eu estava pensando em você. Você estava comigo em toda parte, até porque havia uma aliança com seu nome na minha mão esquerda.

Demetria: E daí? O que há de errado nisso?

Joseph: Agora, nada. Eu continuo pensando em você a cada segundo. A aliança nunca saiu daqui. – Ele mostrou a mão esquerda, e Demetria não olhou. Sabia que a aliança estava ali, até pelo reflexo dourado. – Mas eu precisei provar da dor pra me dar conta de que amar você era tudo de que eu precisava.

Demetria: Ok, eu não estou entendendo nada, Joseph. – Disse, balançando a cabeça. O garçom passou, e encheu as taças dos dois. Joseph agradeceu com a cabeça.

Joseph: Eu me sentia preso a você. Não de um modo bom, como agora, mas era algo que me sufocava. Eu nunca entendi o casamento, e eu o quis quando tive você em meus braços. O quis sem entender.

Demetria: Você não entende o casamento porque não entende o compromisso. – Criticou, amarga.

Porque eu não quero mais isso,
Eu não quero você.
Não há mais nada a dizer,
Fique quieto, fique quieto, fique quieto, fique quieto... ♫

Joseph: Agora entendo. Cada parte. Mas antes não. Eu me sentia sufocado, como se meu amor por você me prendesse. E a cada dia em que eu acordava e você estava ali, aninhada nos meus braços, eu te amava mais. E me sentia mais preso a você. – Demetria o observava, quieta – Ma Belle, era como entregar minha vida nas suas mãos. Eu tinha medo do que sobraria de mim se um dia você não me quisesse mais, se me deixasse. Eu precisava lidar com isso, e não sabia como.

Demetria: Joseph, você era minha vida. – Protestou, e ele viu que havia desmontado a proteção dela. Ela estava inclinada sobre a mesa, os dentes trincados, os olhos intensos.



Joseph: Eu errei! – Assumiu, exasperado – Mas eu não tive com quem desabafar isso. Não disse a você, por medo de te magoar! – Demetria gemeu, e tomou outro gole do vinho – Não tive amigos, não tive meu pai, era algo preso dentro de mim, e eu repito, eu não soube como lidar!

Demetria: Então saiu atrás de mulheres. – Disse, olhando o vinho, com um sorriso irônico no rosto.

Joseph: Sai. – Ela o encarou, e viu que o verde dos olhos dele parecia liquido, era intenso, atordoado. – Várias delas. Pensei que assim, eu estaria garantindo que poderia viver sem você.

Demetria: Deu certo? – Debochou de si mesma.

Joseph: Não. Nenhuma delas tinha cor, eu não conseguia ver seus rostos. Eu só via você. – Ela o olhou, mas ele não a encarava, e sim a toalha da mesa, com a expressão desgostosa – Eu busquei várias, e nada. Então eu voltava pra casa com o peso do mundo nas costas, e você me recebia de braços abertos. Não podia haver tortura maior que aquele remorso. – Disse, olhando aparentemente o nada.

Demetria: Ai, pra variar, você foi atrás de Selena. – Comentou, e tomou outro grande gole do vinho.

Joseph: Sim. Eu achei que indo até ela, que era mais próxima de você, eu conseguiria alivio pro que sentia. Ela não me quis, me rejeitou desde o começo, e isso me fez pensar que era o caminho certo. Nenhuma tinha se negado a mim.

Demetria: Ela é minha melhor amiga. – Murmurou.

Joseph: Selena tinha pavor de mim, Demetria. Ela passou a não ir a nossa casa, e isso dificultou mais as coisas, e novamente eu tirei a conclusão errada, eu achei que era o caminho certo. Eu fui atrás dela, mesmo quando ela me implorava, pelo amor de Deus, que a deixasse em paz. Eu fechei o cerco atrás dela. E quando finalmente ela estava nos meus braços, você apareceu.

Eu já disse,
Nosso amor está acabado ♫

Demetria: Foi uma bela cena. – Ironizou.

Joseph: Você não disse nada. Apenas me olhou, e saiu. – Disse, tomando um gole do vinho – Aquele olhar foi como a morte pra mim, Ma Belle. Era tudo o que eu tinha temido, acontecendo, e tinha sido provocado por mim. Você não ia me perdoar, eu sabia que não. O que ia ser de mim?

Demetria: Você não pensou em mim. Em nenhuma hora.


Proximo capitulo....

PS. Eu Te Amo - Capitulo 20

Joseph: Tem tanto pavor de mim assim, Demetria? – Perguntou, quando o garçom se afastou.

Demetria: Asco. – Corrigiu, tranqüila, observando a rosa. Joseph sorriu.

O garçom logo voltou. Serviu a taça de Demetria, e encheu a de Joseph. Joseph ordenou que deixasse a garrafa, e o garçom assentiu. Demetria tomou um gole do vinho, demorando com o liquido na boca, sentindo o gosto adocicado.


Joseph: Gosto das suas telas. – Comentou, calmo.

Demetria: Não as conhece. – Criticou, se recostando na cadeira, ainda com a rosa na mão.

Joseph: Conheço, sim. Conheço várias. – Demetria o olhou, debochada – Já fui em duas exposições suas, Demetria.

Demetria: Como? – Perguntou, incréSela.

Joseph: E tenho um quadro, que você pintou. O comprei. – Disse, satisfeito por desmontar a guarda dela.

Demetria: Qual?

Joseph: Vou deixar você adivinhar. – Disse, divertido. Demetria sorriu, debochada.

Demetria: De todos os quadros, como vou saber? – Joseph riu da carinha emburrada dela.

Joseph chamou o garçom, algum tempo depois. Pediram a entrada, e logo o jantar. Demetria ficou quieta enquanto comia, sem sentir nem o gosto. Não queria a proximidade. Queria acabar logo com tudo isso, e voltar a sua vida normal. Terminaram de jantar, e o garçom levou os pratos. Demetria dispensou a sobremesa, e só sobrou o vinho na delicada mesa.

É um pouco tarde pra conversar,
Você não tem nada a dizer ♫

Demetria: Tudo bem. Participei do seu teatro. Conversamos, jantamos. Vamos ao que interessa.

Joseph: Tudo bem. – Disse, apoiando os braços na mesa.

Demetria: Quero você fora da minha casa. – Disse, direta – Quero o divórcio.

Joseph: Não. – Disse, de imediato. Demetria rosnou, se enfurecendo.

Demetria: Então porque diabos isso tudo?! – Perguntou.

Joseph: Calma, Ma Belle. – Pediu, tranqüilo.

Demetria: Como quer que eu tenha calma?! – Perguntou, exasperada – Joseph olhe pra nós dois! – Pediu, e respirou fundo, controlando-se pra não gritar – Não há mais nada aqui, e você está forçando tudo! Não percebe que assim destrói a paz que eu criei pra mim?! – Perguntou, a voz tremula – Depois de tudo que me fez, você deveria ter ficado onde estava. Não é justo que você queira voltar. – Acusou.

Joseph: Eu errei. – Demetria assentiu energeticamente, meio debochada, e tomou um gole do vinho, procurando se acalmar – Mas preciso que você ouça uma história.

Demetria: História? – Perguntou, tentando conter a fúria, mas o deboche claro em sua voz.

Joseph: A nossa história. – Complementou.

E meus olhos doem, mãos tremem.
Então olhe pra mim e me escute ♫

Demetria: Eu conheço a nossa história. Do começo, até o final. – Rebateu.

Joseph: Conhece apenas o começo, porque final ainda não teve. – Corrigiu – E só conhece o seu lado. O que você sente, o que você sabe, o que você viu.

Demetria: É o suficiente pra mim.

Joseph: Toda moeda tem duas faces. Você só conhece uma. – Ele tomou um gole do seu vinho – Agora vai conhecer o meu lado da história, Ma Belle.

Demetria: Eu não tenho mais nada pra ouvir de você Joseph, francamente. – Cortou.

Joseph: Não sei como começar. – Parecia falar consigo mesmo.

Demetria: Ótimo. Vou embora, já que a palhaçada acabou. – Disse, irritada, e tomou impulso pra se levar.

Joseph: Quieta. – Ele puxou ela pelo braço, fazendo-a se sentar – Lembra-se de como nos conhecemos? – Perguntou, inesperadamente. Ele viu Demetria encará-lo, o batom vermelho vinho parecendo destacar-se ainda mais na pele branca, os olhos eram duas pedras de gelo.

FLASHBACK.


Era réveillon. Uma Demetria bem mais jovem comemorava com as amigas em um píer, Selena inclusa. A noite era fria, o mar estava revolto. Não era a Demetria de hoje. Era uma dos cabelos louro claros, lisos e sem cachos, mais jovem, mais sorridente, e com o olhar menos sofrido. Ela usava uma blusa leve, branca, cujo fundo se amarrava como cadarços, um short verde escuro e um tamanco alto. Se separou das amigas por uns poucos instantes, ela sempre precisou de tempo pra si mesma. Parou na ponte que separava a parte A da parte B do píer, e se encostou ali, olhando o mar, sentindo o vento frio castigar-lhe o rosto. A franja brincou com o vento, e ela sorriu consigo mesma. Ficou parada um tempo, então o viu. Joseph, viria a descobrir depois. Ele vinha andando, os cabelos curtos, os olhos verdes, camisa branca, Jeans e tênis. Bêbado. Ria sozinho, e tinha uma garrafa na mão. Demetria revirou os olhos. Ela resolveu voltar pras amigas. Caminhou, meio que desfilando, sem olhar o idiota bêbado com roupas de marca enquanto passava por ele. Mas a ponte dava no estacionamento do píer. Quando Demetria ia passando por Joseph, viu que o idiota ia dar de encontro com um carro branco que vinha na direção dos dois. Ela esperou ele subir na calçada, mas ele continuou no meio. O carro não pareceu reduzir. Talvez o motorista estivesse mais bêbado que aquele imbecil.

Demetria: Ei! – Chamou, voltando. O condenado parou e virou-se pra ela. O carro não reduziu.


Foi tudo muito rápido. Não dava tempo mais pra chamar. Demetria correu, se arriscando nos saltos agulha, e agarrou o braço dele. Joseph tentou se soltar ao sentir as unhas, feitas a francesinha branca, se fincarem em sua pele. Mas sem tempo pra protestar, fraco de tão bêbado, caiu com ela na calçada, o carro ainda batendo no braço dela. Demetria deu com a cabeça no batente da ponte, e seu braço doeu fortemente em protesto. Ainda ouviu o motorista do carro dizer “olha por onde anda!”. Ela rosnou, e se sentou, balançando o braço. O idiota continuou deitado.

Demetria: Ei, você está bem? – Perguntou, com a mão na cabeça, se virando pra ele. Ele estava deitado no chão, de barriga pra cima, e olhava o céu – Ah, droga.

Joseph: Sem sangue, sem culpa. – Ele ergueu a mão, e estava suja de sangue. A garrafa havia quebrado e o cortado. – Ops. – Debochou, abaixando a mão.

Demetria: Você é um idiota. Estúpido! – Acusou, se levantando. De pé percebeu que a batata da perna dele, descoberta pela bermuda, também estava cortada.

Joseph: Você tem belos olhos. – Elogiou, olhando-a – Joseph. – Se apresentou, estendendo a mão boa.

Demetria: Demetria. – Retribuiu, sem gosto, apertando a mão dele. Os dois se encararam, ele sentado na calçada, ela de pé. Então ela cortou o silêncio. – Venha, eu preciso levar você pra tratarem disso.

Joseph: Não, obrigado. Meus amigos... – Ele se levantou, e cambaleou. Demetria rolou os olhos e o segurou – Eu vou voltar pra festa. Obrigado, de qualquer modo.

Demetria: Não vai voltar pra inferno nenhum. – Disse, e se equilibrou pra mantê-lo de pé.

E foi como ela disse. Ela terminou levando-o pra casa, e fazendo curativos em sua mão e perna, enquanto fazia ele engolir um dos cafés mais fortes que ela já preparara.

FIM DE FLASHBACK.

Proximo Capitulo...

segunda-feira, 2 de junho de 2014

PS. Eu Te Amo - Capitulo 19

Dois dias depois...

Joseph: Olá, Selena. – Disse, divertido.

Selena: Joseph, porque você não vai pro inferno? – Perguntou.

Joseph: Também é bom falar com você. – Debochou – Demetria, por favor? – Selena não respondeu. Estendeu o braço, passando o telefone a Demetria.

Demetria: Não. – Respondeu, após pegar o telefone.

Joseph: Calma, meu neném. – Demetria rosnou – Precisamos conversar.

Demetria: Não tenho nada pra conversar com você.

Joseph: Sim, temos. Seu perfume no travesseiro está morrendo. Isso não é bom. – Comentou.

Demetria: O frasco está na segunda prateleira do banheiro, a esquerda eu acho. – Joseph riu.

Joseph: Não é o mesmo. – Ele pensou – Veja, podemos resolver isso. De uma vez pra sempre.

Demetria refletiu um instante.

Demetria: Em um lugar publico. – Impôs.

Joseph: Preocupada? – Perguntou, divertido.

Demetria: Segurança. Um lugar onde tenha testemunhas, e você não possa me atacar. – Acusou.

Joseph: Anota o endereço. – Ele ouviu o silêncio dela – É um restaurante, Ma Belle.

Joseph passou o endereço. Demetria anotou, em seguida desligou. Ele sorriu. Era só do que precisava.

A noite caiu. Demetria recebeu uma embalagem a tarde, com um vestido e scarpins negros. Como ela não tinha nenhuma roupa social na casa de Selena, aceitou a caixa, desprezando o cartão de Joseph. As 20:00 ela parou o carro no estacionamento de um fino restaurante. Revirou os olhos. Era bem a cara de Joseph. O manobrista logo apareceu, e ela lhe entregou a chave no carro, sumindo na recepção. Encontrou o Maître, e perguntou pela reserva do senhor Jonas. O sobrenome dele arranhou sua garganta ao ser pronunciado. Joseph viu quando Demetria entrou, e sorriu de canto, tomando um gole de seu vinho. Ele viu quando o Maître apontou sua mesa, então o olhar de Demetria recaiu no dele. Ela agradeceu ao Maître e avançou pelo salão calmamente, o rosto sério. Ele observou, dando-a de presente aos seus olhos. O vestido justo dava destaque as curvas dela, e os cabelos caindo descuidadamente pelos ombros, ocultando parte dos seios dela, pousado no vestido negro. Joseph se levantou quando ela o alcançou.

Eu nunca precisei de você pra ser forte,
Eu nunca precisei de você pra apontar meus erros ♫

Joseph: Pensei que não viria. – Comentou, puxando a cadeira pra ela.

Demetria: Disse que viria. Eu cumpro minhas promessas. – Alfinetou, encarando-o, enquanto ajeitava o vestido, se sentando. Joseph sorriu com isso.
A maquiagem dela era forte, o tom escuro agredindo o pálido de sua pele e azul claro de seus olhos, que pareciam ainda mais claros agora. A boca continha um batom forte, vermelho vinho, que dava a sua pele a aparência de ser uma boneca de porcelana. Joseph dava voltas em sua cabeça, enquanto seguia pro seu lugar. O afastava de todos os modos, mas parecia se vestir justamente pra seduzi-lo.

Eu nunca precisei de nada,
Eu nunca precisei de força,
Meu amor por você era forte o suficiente, você deveria saber. ♫

Joseph: Está linda. – Comentou, sem se conter, quando se sentou, após abrir o terno que usava. Demetria sorriu, quieta, e olhou pro lado, observando. Joseph não tirou os olhos dela. O salão era grande, alguns garçons discretos circulavam outrora. Havia uma musica ambiente, baixinha, e Demetria só distinguia o som do piano, no fundo da melodia. Ela respirou fundo e se virou pra ele.

Demetria: E então? – Perguntou, encarando-o.

Joseph: Então...?

Demetria: Me trouxe aqui para...?

Joseph: Ah. Pra me deleitar com a sua beleza, é claro. – Debochou, estendendo a mão pra tocá-la. Ele viu o olhar de Demetria se retrair. – Guarde o maldito canivete. – Murmurou pra si mesmo, e recolheu a mão.

Demetria: Desculpe? – Perguntou, confusa. Não ouvira a ultima frase.

Joseph: Tenho algo pra você. – Disse, apanhando algo na cadeira ao seu lado.

Demetria viu ele pegar enorme buquê de rosas. Vermelhas como sangue. Vermelhas como os lábios dela, pensou ele. Ela apanhou as rosas, e reparou que ele nem sequer tentou tocar em suas mãos quando ela o fez. Estranho. Ela não entendia.

Demetria: Deveria ter trazido lírios. – Comentou, mas aspirou o perfume das rosas. Joseph franziu o cenho.

Joseph: Você gosta das rosas. – Comentou, meio perdido.

Demetria: Gosto. Mas as rosas vivem. Lírios morrem mais rápido. – Disse, e tirou uma rosa do buquê, deixando o buquê na cadeira ao seu lado e ficando apenas com uma na mão – Nosso casamento foi um lírio. – Joseph sorriu com a comparação.

Eu nunca precisei de você pra me julgar,
Eu nunca precisei de você questionando onde eu gasto ♫

Garçom: Deseja beber alguma coisa, Sra? – Perguntou, Demetria e Joseph o olharam.

Demetria: Vinho. – Pediu, indicando a taça de Joseph.

Joseph: Pensei que gostasse de champanhe.


Demetria: Champanhe é para comemorar. Não tenho motivo pra comemorar hoje. – Disse, e se virou pro garçom – Vinho. – Confirmou.

Eu nunca pedi por ajuda,
Eu tomo conta de mim mesma.
Eu não sei por que você acha que precisa me segurar ♫

Proximo Capitulo...