Historias

quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

PS. Eu Te Amo - Capitulo 57

Joseph acordou antes de Demetria, no dia em que se seguiu. Seu blackberry vibrava dentro do bolso da bermuda, causando um barulho irritante no soalho do chão. Ele estendeu a mão, tateando o chão, ainda de olhos fechado, procurando a bermuda. Quando achou, deu um murro na protuberância que era o blackberry, e ele parou de vibrar. Joseph trouxe o braço de volta, tornando a abraçar Demetria, que dormia profundamente. Estendeu o rosto, procurando o pequeno adorno que Demetria comprara certa vez, que continha um relógio. Já estavam atrasados. Ele deu de ombros e tentou dormir de novo. Não conseguiu. Então se pôs a acariciar ela, levemente. Estavam deitados de conchinha, ele por trás, abraçando ela, de modo que o corpo dela ficava por cima de seu braço. Ela segurava o braço dele com as mãos moles, o rosto pendendo ali. Ele esticou a outra mão, abraçando-a pela barriga, e aninhando-a em seu peito. Aspirou o perfume dos cabelos dela, e se sentia em paz. Ele passou um bom tempo beijando o ombro nu dela, até que encontrou a marca de um beijo (lê-se chupão) dele, recente, vermelho vivo na pele dela. Sorriu, e beijou a marca com carinho. Ele lhe beijou o pescoço, os ouvidos, o cabelo... até que ela se espreguiçou, sorrindo.

Demetria: Hum... – Gemeu, se esticando. Ele sorriu, esperando. – Bom dia. – Desejou, os olhos azuis se abrindo, ainda fracos pelo sono.

Joseph: Bom dia. – Ótimo dia, aliás. Chovia horrores lá fora, mas quem se importava?

Demetria: Isso seria potencialmente mais romântico se estivéssemos na cama. – Disse, se deitando de barriga pra cima, as costas doloridas pela noite no chão duro. Joseph riu, se apoiando no cotovelo.

Joseph: Fizemos aqui. – Lembrou, beijando o queixo dela – Nada mais justo que ficarmos aqui.

Demetria: Que horas são? – Perguntou, olhando em volta.

Joseph: É... tarde. – Disse, um sorriso brincalhão nascendo em seu rosto.

Demetria: Porque não me chamou? – Perguntou, franzindo o cenho.

Joseph: Estava linda demais dormindo. Parecia um anjo. – Disse, erguendo a mão pra desfazer o nó entre as sobrancelhas dela – Pensei que podíamos ficar mais.

Demetria sorriu, passando a mão no rosto dele. Tinha medo do vazio que sentiria quando o apartamento se pusesse vazio, outra vez. Joseph beijou a mão dela, carinhoso, e ela ergueu o rosto, oferecendo-se pra ser beijada. Ele sorriu e baixou os lábios, tomando a boca dela. Ambos estavam sonolentos ainda, e o beijo era calmo, doce. Demetria o abraçou, passando as mãos na costas dele, sentindo a pele quentinha, dormente. Joseph segurou o rosto dela com uma mão, aprofundando o beijo. Demetria o puxou, carente, pra cima de si. Joseph sorriu, deitando-se por cima dela de novo. Gostava quando ela ficava receptiva assim.
Não haviam nem 12 horas que haviam transado, e lá estava ela de novo. Não houve todo o fogo da noite anterior; era apenas a necessidade de se sentir, de se beijar. Demetria sentiu a mão de Joseph abrindo suas pernas, se posicionando ali, e envolveu a cintura dele com as pernas. Foi ai que o blackberry voltou a vibrar. Era irritante.

Joseph: Eu juro que eu já tentei quebrar. – Disse, erguendo a mão pra dar outro murro no blackberry. Demetria riu.

Demetria: Quer atender? – Perguntou, sorrindo. Joseph olhou pra ela, um tom de deboche no rosto.

Joseph: Sei de algo melhor pra fazer. – Disse, beijando a maçã do rosto dela.

Então ele a invadiu, e ela cravou as unhas nos braços dele. Joseph parou um instante pra ouvir a inspiração áspera com a qual ela sempre o acolhia, isso nunca mudava. Ele a encarou, e viu seu próprio desejo nos olhos dela. Demetria inclinou o rosto, buscando a boca dela, e ele se pôs a mover-se. Tempos depois, como na noite anterior, os dois estavam desmontados de novo. Joseph riu de leve.


Demetria: O que há? – Perguntou, manhosa, se abraçando a ele.

Joseph: Eu acho que vou mandar alguém examinar seus pés. Talvez com uma operação, isso melhore. – Disse, se referindo aos dedos dormentes dela, novamente, e sorrindo pra ela. Demetria fez bico, e ele beijou o biquinho dela.

Demetria: Planejou algo, ou pretende passar a manhã toda transando comigo? – Perguntou, o olhar questionador. Joseph riu da objetividade dela.

Joseph: Ma Belle, se pudesse passaria a vida inteira transando com você. – Confessou, passando a mão no rosto dela – Mas hoje, o chef vai preparar o café. – Disse, e montou uma careta convencida. Demetria arregalou os olhos, rindo em deboche depois.

Demetria: E eu? – Perguntou, olhando-o.

Joseph: Você... – Disse, se virando pra pegar a cueca no chão, vestindo-a em seguida – Fica aqui, bem linda, me esperando voltar com a bandeja. – Disse, satisfeito. Demetria virou o rosto pro lado, procurando sua roupa. Joseph franziu o cenho, e segurou os braços dela – Epa. Não. – Reprovou.

Demetria: Não é justo. – Reclamou – Você se veste, e eu não?

Joseph: Você fica mais bonita assim. – Disse, selando os lábios com os dela, enquanto apenas cobria os seios dela com o edredom. – Ó. – Disse, apanhando um travesseiro que trouxera na noite anterior mais deixara no sofá, e pôs debaixo da cabeça dela. – Fica ai, bonitinha. – Disse, selando os lábios dela, e foi fazer o café. Demetria riu, arrumando o edredom.

Demetria ficou parada um tempo, até que o blackberry começou de novo. Ela riu.

Demetria: Amor, seu blackberry! – Disse em voz alta, sentindo o cheiro de café vindo da cozinha. Ouviu Joseph responder um “Tenta quebrar!” e riu.

Ela apanhou o blackberry. Eram atualizações de transações da empresa dele. Demetria viu as trocentas mensagens não lidas, e clicou pra arquivá-las. O processo terminou, e ela ia pôr no bolso dele de novo, até que o inicio de algumas mensagens chamou sua atenção. Não havia sombra de sorriso em seu rosto enquanto abria a mensagem. O colocaria pra fora. O colocaria agora. A primeira mensagem era de alguém, possivelmente de uma mulher.

Estou voltando à Londres logo. Podemos marcar pra nos encontrar. Tenho pensado muito em você. Sei que faz anos desde a ultima vez, mas sinto sua falta. Beijos, S.

Demetria sentia a boca do estomago fechar. Os dedos trêmulos buscaram a resposta da mensagem. A resposta dele era curta e grossa.

Não posso. Sinto muito.

Ela respirou fundo, buscando o retorno da resposta dele.

Não pode? Por quê? Aconteceu alguma coisa?

A resposta dele tornou a ser curta.

Eu sou casado.

Ela insistiu.

Isso não nos impediu da ultima vez, qual o problema?

Ele não cedeu.

Agora é. Eu amo minha esposa. Sinto muito.

Ela não desistiu.

Tem certeza?

Ele encerrou a conversa.

Absoluta.

Demetria buscou o nome do contato, mas ele havia bloqueado mensagens vindo dali. Ela insistiu, mas não tinha jeito. O contato estava bloqueado, e as mensagens marcadas pra irem pra lixeira. Ela fechou as mensagens e pôs o blackberry de volta no bolso da bermuda dele.
Sua cabeça trabalhava a mil, mas havia um breve sorriso no canto da boca dela. Ele rejeitara a outra. Disse que a amava. Isso era bem comprobatório. Demetria se abraçou, ainda sorrindo, pensando em mil coisas. Ele realmente a amava, ele não a trairia mais. Essas frases passeavam em sua cabeça, e ela sentia a confiança voltando, como sendo puxada por um fio frágil. Então ele voltou.

Joseph: Do que está rindo? – Perguntou, confuso, vindo com a bandeja.

Demetria: De você. – Disse, e ele ergueu a sobrancelha – Venha, sente aqui. – Disse, se sentando.

Joseph: Não me sai tão mal. – Protestou, se ajoelhando, e pousando a bandeja na frente dela.

Demetria olhou a bandeja. Havia um bule, com café, outro com leite, um potinho com açúcar. Torradas, queijo cremoso, ovos com bacon. Um pote com morangos, um prato com maçãs fatiadas. Ela sorriu.


Demetria: Isso você não fez. – Disse, apanhando um croissant perto das torradas.

Joseph: Eu esquentei. – Rebateu, se sentando.

Demetria: Hum... – Disse, após morder um morango – Só falta uma coisa.

Joseph: O que? – Perguntou, se revoltando.

Mas ela fez biquinho, estendendo o rosto pra ele. Joseph sorriu e se inclinou pra beijá-la. Estava tudo bem.

Próximo Capitulo....


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