Historias

quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

PS. Eu Te Amo - Capitulo 60

As meninas levaram Lúcia pro quarto de Sterling. Era enorme, e absolutamente masculino. Uma enorme cama de casal, televisão de plasma, DVD, um freezer, closet, duas penteadeiras e dois criados mudos. Tudo em tons escuros, nada muito chamativo. A colcha da cama era cinza grafite. Demetria se sentou com Lúcia no colo, enquanto Ashley , Selena e Kristen conversavam sobre o que fazer.


Lúcia: É bonito. – Disse, acanhada, tocando a pulseira de Demetria. As safiras reluziam, imponentes, ali. Demetria, que estivera acariciando o cabelo da pequena, a olhou.

Demetria: Você gosta? – Perguntou. Lúcia assentiu. Se sentia bem com Demetria. – Meu marido que me deu. – Contou. Lúcia agora, mais tranqüila pela amiga nova, observava as safiras brilhando na grossa pulseira.

Lúcia: Seu marido? – Perguntou, distraída, o dedinho passando por cima de um safira – Ele te deu essas também? – Perguntou, tocando o pescoço de Demetria. Demetria gostava da inocência de Lúcia.

Demetria: Meu marido, sim. Me deu todas elas. – Ela tirou a cortina de cabelos, mostrando as safiras presas aos brincos – De presente de natal.

Lúcia: Mas porque você tem um marido? – Perguntou, confusa, pegando o pulso de Demetria de novo, brincando com o feche delicado da pulseira.

Demetria: Porque eu amo ele, e ele me ama. Quando isso acontece, as pessoas se casam. – Explicou, calma.

Lúcia: Mamãe disse que ter marido é ruim. – Comentou. A confusão na cabeça da menina  era mais que evidente, era óbvia. Susana a ensinara tudo errado, e agora ela estava perdida – Você gosta de ter marido?

Demetria: Gosto. – Respondeu, sincera.

Lúcia: Mas porque? – Perguntou, confusa.

Demetria: Quando você tem alguém que ama, sua vida passa a ser a dele. Se ele está feliz, você está feliz também. A dor dele é a sua dor. Os problemas dele são seus problemas. É como ter sua vida compartida de um modo bom, você se sente protegida, amada. – Explicou, sorrindo.

Suri: Se ele toma injeção eu tenho que tomar também? – Perguntou, temerosa, e as mãozinhas seguraram os braços. Demetria riu.

Demetria: Não, isso não. A regra não se aplica a tudo. Mas você é muito nova pra entender. – Disse, acariciando os dedos da menina . – Ter um marido é bom. Você nunca se sente só, e sempre tem alguém pra te abraçar quando você tem medo. Eu tenho marido, Nicholas  tem uma esposa, Ashley  vai se casar. Um dia você vai casar também. – Disse, sorrindo.

Lúcia: Deve ser bom, não ficar sozinho. – Refletiu, e Demetria sentiu pena – Mas não sei não. – Resmungou. Durou alguns segundos até ela falar de novo – Porque o meu pai não gosta de mim? – Perguntou, com a vozinha baixa.

Demetria: Ele ama você. Ele só está assustado, porque você ia cair no forno. Ele tinha medo de que você se machucasse, ou coisa assim. Porque ele te ama. – Explicou.

Lúcia: Mas ele tava bravo. Chamou a minha mãe de mentirosa.

Demetria: Ele estava nervoso, porque ela deixou você sozinha. Ele não quer que você fique só. Quando ele se acalmar, você vai ver que pai maravilhoso ele vai ser. Ele vai te dar o mundo, pequena. E nunca, nunca mais você vai sentir medo, porque ele vai sempre te proteger. – Disse, convicta. Sabia que quando o choque passasse Sterling assumiria seu papel de pai. Ele seria bom nisso.

Lúcia: Mamãe sai muito. Eu vi em um filme que passou na TV que no natal Jesus nasceu. Eu tinha que fazer alguma coisa pra comemorar. Você entende? – Perguntou, temerosa.

Demetria: É claro que eu entendo. Mas tenha um pouco de paciência com o seu pai. Isso é tão novo pra ele quanto pra você. – Pediu, e Lúcia assentiu – Ele fez uma festa enorme, pro aniversário de Jesus. Vamos lá fora, com eles?

Pra surpresa de Demetria, Lúcia se agarrou a ela. Parecia envergonhada. Demetria a tranqüilizou com as mãos, Ashley ndo-a, até que ela falou.

Lúcia: Não posso. – Murmurou, vermelhinha.

Demetria: Porque? – Perguntou, olhando-a.

Lúcia pegou a blusa usada, com os braços sujos pelo forno em que caíra, toda maltrapilha, os cabelos agitados por ter sido arrastada por Sterling. Então olhou Demetria, linda, reluzindo em safiras, os cabelos caindo em cachos perfeitos, e fez uma careta de auto desprezo.


Demetria: Entendo. – Murmurou, olhando a roupinha de Lúcia.

Lúcia: Entende? – Perguntou, confusa. Geralmente ela precisava falar muito pra que Susana entendesse o que ela realmente queria.

Demetria: Claro que sim. – Disse, carinhosa. – Sel. – Chamou, erguendo o rosto.

Selena: Sim? – Perguntou, olhando a amiga.

Demetria: Lúcia precisa de roupas novas. – Comentou.

Kristen: E sapatos. – Acrescentou.


Ashley : E de um bom banho, com direito a shampoo, e uma boa escova pra desfazer os nós que o Sterling fez.

Demetria: Vocês entenderam. – Disse, revirando os olhos, enquanto abraçava a menina , envergonhada.

Ashley : É noite de natal. Não há lojas abertas. – Ressaltou. Isso era um problema.

Selena: Eu sei de uma. – Todas a olharam. Selena suspirou – Eu tenho um amigo, que tem um amigo, que conhece um cara que me deve um favor. Acho que eu consigo uma boa loja. – Garantiu.

Demetria: Compre o máximo que puder. – Avisou.

Kristen: Eu vou junto. Tenho experiência com compras, sei do que ela vai precisar, e exatamente como ela vai precisar. – Disse, olhando as unhas. Todas a olharam – O que, acham que eu fiz 5 anos de moda pra só guardar um diploma? – Perguntou, revirando os olhos.

Demetria: Então Selena vai atrás do cara que deve o favor, e Kristen providencia tudo. Amanhã podemos comprar mais. Ashley  me ajuda com o banho. – Ashley  assentiu. Todas ficaram paradas. Demetria suspirou – Ladies, let’s go. – Disse, monótona.

Kristen saiu em disparada com Selena, após pegar a medida das roupas de Lúcia. Descobriram que Nicholas  saíra as pressas, e disse que não voltaria. Ashley  carregou Lúcia pro chuveiro. O banheiro de Sterling não ajudou.


Ashley : Só tem produtos pra homem aqui! – Gemeu, exasperada.

Lúcia: É gostoso. – Comentou, contente, cheirando um pote de shampoo. Demetria e Ashley  fizeram uma careta. Não queriam pensar em que produtos Lúcia teria usado antes.

Lúcia terminou risonha, em uma banheira cheia de espuma. Ashley  tirara a blusa, evitando molhá-la, e se sentou na borda da banheira, com um sutien branco, esfregando os cabelos de Lúcia, que soprava espuma pra frente. Demetria sorriu, saindo do banheiro. Joseph estava parado em um canto, vendo uns catálogos com modelos aéreos que Sterling tinha. Demetria o abraçou pelas costas, beijando seu pescoço. Ele sorriu deliciosamente, inclinando a cabeça pra trás. Ele enlaçou a cintura dela com um braço, enchendo seu rosto de beijos.


Joseph: Você demorou. – Disse em meia voz, beijando o pescoço dela.

Demetria: E ainda não terminamos. Mas vai resultar bem. Eu acho. – Disse, manhosa nos braços dele.

Joseph: Se você está tentando, não tenho duvidas que resultará bem. – Disse, mordendo a orelha dela – Quero ir logo pra casa. – Disse, com a voz travessa, mordiscando atrás da orelha dela. Demetria riu, e selou os lábios demoradamente com os dele.

Demetria: Quer? – Perguntou, sapeca, sentindo as mordidas dele em seus lábios.

Joseph: Quero. – Confirmou, entrando no jogo dela.

Demetria: Porque? – Perguntou, derretida dentro dos braços dele.

Joseph: Estava imaginando como você vai ficar, despida das roupas, apenas com as safiras. – Ele viu a pele dela se arrepiar – Ah, sim, eu imaginei. E desfrutei muito da imaginação. – Confessou.

Demetria: Eu vou terminar meu trabalho, antes que você me agarre aqui. – Disse, se separando dos braços dele. O comentário lhe dera ganas.

Joseph: Não me parece uma má idéia. – Brincou, e ela riu – Eu te amo. – Lembrou, e ela sorriu, beijando-o uma ultima vez, e se afastando. Joseph viu ela caminhar tranquilamente, os cabelos dançando as costas. Depois voltou sua atenção ao catalogo que olhava.

Demetria ia voltar pro banheiro, mas viu Sterling em um canto afastado, com um cigarro na boca, pensando. Justin   conversava com Robert em um sofá afastado na sala. Ela se aproximou dele.


Demetria: Está bem? – Perguntou, e ele sorriu de canto, soprando a fumaça pra cima.

Sterling: Confuso. Um cego, plantado no meio de um tiroteio. – Disse, mas Demetria viu que estava mais calmo.

Demetria: Ela é adorável, Sterling. Tente ser receptivo com ela, e verá. Ela já o ama. – Sterling o olhou, confuso.

Sterling: Me ama? – Perguntou, antes de tragar o cigarro novamente.

Demetria: Você oferece a ela toda uma vida que Susana a negou. Uma vida normal, feliz. Conforto, segurança, amor, atenção. A vida de uma criança normal. Com amiguinhos, uma escola, um pai que a ame, que se importe com ela. Você pode lidar com isso, Sterling. Vai amá-la, assim que tentar ver a preciosidade que ela é.

Sterling: Demi, há algum tempo atrás eu era Sterling Pevensie, bem sucedido, buscado pelas mulheres, independente, livre. Agora eu sou Sterling Pevensie, bem sucedido, e pai. – Ele tragou o cigarro, e Demetria viu os dedos dele tremularem com o cigarro – É muito pra mim. Eu não sei se sou capaz.

Demetria: Eu vou ajudar você em tudo o que for necessário, e você vai dar a ela a vida que ela merece. Apenas dê a ela a oportunidade de se aproximar, Sterling. Vai amá-la, eu te garanto.

Sterling: Não me deixe sozinho nisso. Eu não sei como agir. – Admitiu.


Demetria: Não vou deixar. Eu vou assumir o papel feminino, até você conseguir segurar as rédeas sozinho. Não é tão difícil como crês. Eu prometo, eu vou estar presente, sempre. – Disse, apanhando a mão dele. Estava fria como gelo. – Quando ela vier pra jantar, seja mais atencioso com ela. Ela está receosa, insegura. Tente se aproximar. – Sterling assentiu, agradecido – Sem o cigarro, se der. – Disse, sorrindo. Sterling riu.

Sterling: Obrigado. – Agradeceu, sincero.

Demetria: Um dia eu vou cobrar de volta. – Brincou.


Nessa hora Kristen e Selena voltou, e eram só sacolas. Selena cambaleou pela porta, rindo, e todos olharam. Robert sorriu torto vendo Kristen rir gostosamente, se equilibrando com tudo.

Sterling: O que é isso?

Demetria: Ela não tinha roupas, não tinha nada. – Lembrou, olhando o furacão de sacolas tentar entrar no apartamento. Era típico de Kristen. – Não se preocupe. Amanhã chega bem mais. – Brincou, indo ajudar com as sacolas, e Sterling riu.

Por enquanto estava bem. Agora falta saber se isso ia dar certo.

Proximo Capitulo...

4 comentários:

  1. Perfeitooooooo posta mais !!!!

    ResponderExcluir
  2. A Demi cuidando da Lúcia, seria uma mãe maravilhosa ne?
    Aw, ta tudo uma paz que da até medo do que pode acontecer ne?

    To ansiosa pelo próximo.... essa fic é grande?

    ResponderExcluir
  3. Vc vai poder postar quando de novo? Amo essa fic

    ResponderExcluir