Historias

terça-feira, 30 de dezembro de 2014

PS. Eu Te Amo - Capitulo 55

Demetria: Bom dia. – Disse, entrando no escritório. Vestia-se de preto, em luto pelo filho. Ela tirou o sobretudo, largando-o em sua cadeira. Ninguém tocou no assunto. Sterling deu conta de logo criar um tema.

Sterling: O natal esse ano é na minha casa. – Disse, animado. Todos olharam. – Pois é. Mandei encomendar dois perus enormes, daqueles que vem com a maçã na boca.

Ashley : Porcos vem com maçãs na boca, Sterling. – Corrigiu, exasperada.

Sterling: Não tem problema, eu encomendei um porco também. – Informou, satisfeito.

Selena: É natal, não uma festa de arromba, Sterling.

Sterling: E qual motivo melhor pra dar uma festa? É o aniversário de Jesus Cristo! – Disse, sorrindo. – Enfim, a ceia é lá. Estão todos convidados.

Selena: Seria bons que esse “todos” fosse restrito. – Alfinetou.

Demetria: Sonhe com isso. – Disse, se sentando.

Ashley : Posso levar o Nolan ? – Perguntou, animada.

Sterling: Quanto mais, melhor. – Disse, se sentando.

XXXX: É bom ouvir isso logo quando estou chegando. – Disse uma voz masculina, galante, entrando pela porta.

Era um homem branco, dos cabelos negros, lisos, que batiam abaixo da orelha. Usava uma camisa branca com uma jaqueta de couro preto, lustrado, por cima. Jeans e tênis. Tinha algo de sedutor no modo como ele andava. Cheirava a cigarro, e menta. Tinha um sorriso lindo no rosto. Um sorriso quase idêntico ao do irmão.

Sterling: Justin  . – Disse, surpreso com a chegada do irmão.

Justin  : Sterling. – Respondeu, um sorriso faiscando em seu rosto. – Eu ia perguntar como você está, mas pelas suas companhias vejo que vai muito bem. – Disse, sedutor, o olhar vagando por Selena, Ashley  e pousando em Demetria. Demetria sorriu, deboJustin a, se recostando na cadeira e cruzando os braços, de modo que a aliança dourada ficasse visível em sua mão. Justin   olhou por um momento mas seu sorriso não se abalou. Isso fez Demetria rir.

Sterling: E você não viu da missa o terço. – Disse, se levantando. Os dois se cumprimentaram por um instante, não se viam há anos. Mas saudade não era o assunto. Sterling conhecia Justin   o suficiente pra saber que não – Qual o motivo da visita mesmo? – Perguntou, passando a mão no cabelo distraidamente.

Justin  : Assim você me magoa. – Disse, fingido, enquanto se sentava na bancada da mesa de Selena. A morena olhou e não agüentou, caindo na gargalhada. Justin   olhou pra ela, sorrindo – Seu riso é doce. – Disse, galante. Ashley  e Demetria não agüentaram com essa e riram também. Justin  , ainda sem entender o trocadilho, estendeu a mão – Justin  . – Se apresentou.

Selena: Selena. – Disse, pegando a mão dele. Ele riu, entendendo a graça – Selena Marie. – Ele pegou a mão dela, dando-lhe um breve beijo.

Justin  : E vocês...? – Perguntou, satisfeito com o banquete de opções na sala.

Demetria: Demetria Devonne. – Disse, ainda achando graça. – Pode chamar de Demetria.

Ashley : Ashley . Só Ashley . – Disse, se sentando ao lado de Demetria.

Sterling: Muito bem, apresentações feitas, já pode dizer porque veio. – Disse, amparado em sua mesa, o rosto vermelho pelo riso recente.

Justin  : Vim me convidar pra sua festa de natal. – Disse, irônico. – A variedade parece boa. – Disse, com duplo significado na voz, examinando Demetria, Ashley  e Selena de novo. O olhar se retraiu em Demetria mais uma vez.

Demetria: Eu sou casada. – Disse, sem agüentar, o rosto ainda sorridente, os olhos incrédulos.

Justin  : Percebi. – Disse, o olhar caindo na mão dela brevemente. – Eu não me importo. – E ele piscou pra ela. Demetria riu novamente. Era incrível. Estava em plena depressão, mas rindo gostosamente.

Demetria: Não conhece meu marido. – Disse, pensando na reação de Joseph a esse absurdo. Ela podia ouvir os rosnados furiosos que viriam dele em sua cabeça. Não era bom nem pensar.

Justin  : Terei prazer em conhecer. – Continuou, tranqüilo.

Ashley : Mas é muita cara de pau. – Disse, exasperada, tirando o cabelo do rosto.

Justin  : Pode ser. Mas você... – Disse, e Ashley  ergueu as sobrancelhas – Não é casada. – Disse, sorrindo, satisfeito. A mão que tirara o cabelo do rosto dela foi a esquerda. Não havia uma aliança ali.

Ashley : Observador. – Admirou, olhando sua mão esquerda, livre. – Não, não sou casada. – Um sorriso faiscou no rosto de Justin  . Ashley  tirou a mão direita de debaixo da mesa, erguendo-a perto do rosto, e naquela mão havia uma aliança – Sou noiva. – Justin   fez um biquinho engraçado, e ela riu.

Justin  : Também não me importo. O que é a vida sem riscos? – Perguntou, como se estivesse prestes a assoviar.

Antes que Justin   atacasse Selena, Sterling interferiu.

Sterling: Justin Drew .  – Chamou a atenção. Justin   fez uma careta. Era o modo como a mãe dos dois os chamava quando era pequenos. Aliás, ela os chamava assim quando estavam em problemas. Em sérios problemas.

Justin  : Sterling Sandman. – Respondeu, sua voz deixando o lado brincalhão de lado. – Tudo bem, já que você dispensa as preliminares, vamos ao assunto. – Disse, e não havia mais nada de brincadeira em sua voz. Era séria, firme, e fez as três senhoras ali presentes se arrepiarem – Creio que se lembre de Susana, Sterling? – Disse, olhando o irmão.

Todas sabiam que Sterling já havia sido “casado”. A verdade era: ele e Susana eram amigos desde a infância. Casaram-se em uma paróquia de Las Vegas, depois de uma noite cheia de risos, cassinos e “mojitos”. Porém, a incompatibilidade aconteceu na manhã seguinte ao casamento, vindo acompanhada pela dor de cabeça e pela ressaca. Por mais que se gostassem, não era o suficiente pra manter um casamento.
Ainda assim, este foi mantido por 3 anos, em base de muitas brigas, que em geral acabavam em sexo. Sterling era festeiro, irresponsável, e Susana era impossível. Ela não era casamento, não era vida dupla. Susana era festas, bebidas, homens, vestidos caros e boas maquiagens. Em geral, seus companheiros lhe davam jóias as quais ela amava exibir. Sterling não chegava a tanto, ele só prezava sua liberdade. Eram incompatíveis na vida, ao contrário de na cama, que pareciam ser feitos um pro outro. Mas não bastava. Então um dia Sterling deu um basta na situação, e pediu o divórcio. Fazia seis anos. Não era um assunto que lhe agradasse.

Sterling: Por suposto que me lembro. – Disse, já sem sorrir, cruzando os braços.

Justin  : Susana teve uma filha. – Disse, categórico.

A interrogação pairou na cabeça de todos, exceto na de Justin  . Sterling o olhou, esperando que Justin   continuasse. Mas ele apenas encarou o irmão. Sterling pôs a cabeça pra funcionar. Justin   não viria seja lá de onde fosse, não abandonaria sua vida só pra vir informar a Sterling que Susana tivera uma filha. Demetria olhou pra Ashley , confusa, mas a morena balançou a cabeça uma vez, avisando que também não estava entendendo muito. Sterling continuava pensando, mas seu cérebro parecia se negar a receber a resposta óbvia.

Justin  : A menina  completou cinco anos mês passado. – Deu mais uma deixa. Selena engasgou com um gole de café, entend          endo a história. Sterling ergueu os olhos. Estavam dilatados de pavor. Justin   entendia. Se fosse com ele, já havia se matado. Então Sterling pronunciou uma única palavra, e seria a confirmação do que ele temia.

Sterling: Georgie? – Perguntou, e sua voz era apenas um fio frágil, rouco.

Justin  : Lúcia Georgie. – Sterling gemeu, se afundando em sua cabeça, colocando o rosto nas mãos. Demetria nunca o vira tão sério. – Você sabia? – Perguntou, incréSelo.

Mas Sterling não sabia. Ele apenas jogara verde. Fizera um pacto com Susana certa vez, em uma maré boa do casamento dos dois, quando estavam em Paris. Se o primeiro filho deles fosse mulher, se chamaria Georgie. Sterling não se lembrava o porque do nome, mas se lembrava exatamente da promessa. Estavam em um café, perto da torre Eiffel. Ele lembrava como se fosse hoje. E os números batiam. Logo se completariam 6 anos desde a separação. A menina tinha 5 anos. Era muita coincidência pra não ser real.

Sterling: É minha filha. – Disse, a voz torturada, com a cabeça ainda dentro das mãos. Ashley  arregalou os olhos. Demetria franziu o cenho. Selena continuava asfixiando com o café. Como assim era filha dele?

Todas se surpreenderam quando Sterling se levantou, o rosto furioso. Justin   não, já estava preparado. Se esquivou da linha de ataque do irmão, que quase acertou Selena. A xícara de café da ruiva caiu no chão, quebrando-se, enquanto ela se afastava, assustada.

Sterling: Porque veio me dizer isso? – Perguntou, furioso.

Justin  : Porque ela é responsabilidade sua. É sua filha. E Susana trata como um animal, Sterling. Você tem que interferir. – Disse, a voz dura, a voz do irmão mais velho.

Sterling: Como um animal? – Perguntou, a fúria se atenuando.

Justin  : Como eu disse, a meAshley  fez cinco anos. Nunca foi a escola. Não tem amigos. Pelo que eu consegui ver, é a domestica que cuida da casa entre uma saída e outra da Susana. – Disse, passando a mão nos cabelos – É sua responsabilidade. – Repetiu.

Sterling: Porque só me disse agora? – Perguntou, tentando se acalmar.

Justin  : Porque agora ela está aqui.

Sterling: Aqui?

Justin  : Ela não sabe que você mora aqui, agora. E ela não para em um lugar só. Veio pra Londres essa semana. Eu me certifiquei de onde ela estaria, de que estava com a menina . – Disse, e Sterling esperou, com as mãos nos bolsos – Ela não tem o mínimo cuidado. Quando a vi, estava chegando do aeroporto. Deixou Lúcia atravessar a rua sozinha, com uma mala de rodinhas e uma mochila. Susana nem estava vendo, já tinha entrado em casa. – A careta de incredulidade se repetia nos rostos de todos da sala – Sua filha está viva graças a mim. Fui eu que tirei ela da frente do carro que ia atropelar ela. – Sterling tinha uma expressão de nojo no rosto. Iria matar Susana– Ela me agradeceu, se equilibrando com a mochila e a mala. Parecia cansada. – Disse, se lembrando – Sterling, eu levei Lúcia até um café próximo dali, conversei com ela, e ela estava faminta. Me contou que a mãe sempre viajava, e que ela não sabia quanto tempo iria ficar. Que as poucas coisas que tinha estavam todas na primeira aba da mochila, e que a segunda aba eram coisas da mãe, por isso estava tão cheio. A mala de rodinhas era de Susana também. Coçava os olhos o tempo todo, tive medo de que caísse dormindo por ali.

Selena: E Susana? – Perguntou, se intrometendo.

Justin  : Eu trouxe Lucia de volta pra frente da casa, trazendo a mochila e a mala que não eram leves, e a porta continuava entreaberta, do mesmo jeito de quando saímos.

Ashley : Ela não deu falta da menina ? – Perguntou, incrédula.

Justin  : Não. – Concluiu.

Sterling: O endereço. – Pediu. Justin   tirou um papel do bolso da jaqueta e entregou a Sterling. Era do outro lado da cidade – Eu vou matar ela. – Rosnou, e saiu, batendo a porta.

Justin  : Ladies. – Disse, suspirando, o tom sorridente voltando ao rosto – Deus sabe que eu adoraria ficar aqui e desfrutar mais da presença de vocês, mas... – Ele deixou o silêncio como final da frase e saiu em disparada atrás de Sterling.

Não iria ajudar se Sterling realmente estrangulasse Sustiffany. E ele conhecia bem o irmão.
Foi difícil conter Sterling. Ele queria arrombar a porta. Ele queria um cadáver que justificasse o erro. Mas Justin   não deixou. Terminaram os dois na porta da casa de Susana. Era uma casa branca, de dois andares, e haviam quatro degraus até a porta. Justin   fez Sterling ficar na calçada. Ele tocou a campainha. Lúcia atendeu.

Lúcia: Oi. – Disse, um sorriso inocente nascendo em seu rosto ao reconhecer Justin  .

Justin  : Oi, pequena. – Disse, sorrindo – Sua mãe tá em casa?

Lúcia: Não. – Disse, fazendo biquinho – Ela saiu. Deve voltar mais tarde, ou amanhã. – Disse, natural. Sterling rosnou. Lúcia o olhou por debaixo do braço de Justin  , estranhando – Quer que eu dê algum recado pra ela?

Justin  : Não, não. – Dispensou, então virou o rosto – Você tem algum recado pra deixar, Sterling? – Perguntou, virando o rosto.

Sterling: Nenhum. – Rosnou, virado de costas pra porta. Ele não via a filha, e ela não podia ver seu rosto, só o terno preto e os cabelos louros.

Justin  : Como você está? – Perguntou, desviando a atenção da meAshley .

Lúcia: Estou bem. – Disse, a vozinha de meAshley  sorridente de novo – Eu não te convido pra tomar alguma coisa porque mamãe disse que eu não devo deixar estranhos entrarem em casa. – Disse, sem jeito.

Sterling: Pelo menos isso ela ensinou. – Rosnou, olhando a calçada. Lúcia olhou pra ele com uma careta.

Justin  : Cala a boca, Sterling. – Rosnou, coçando o cabelo. – Olha, vamos fazer uma surpresa pra sua mãe. – Disse, e a meAshley  sorriu – Mas não diga a ela que estivemos aqui, ou ela vai adivinhar. – Pediu.

Lúcia: Combinado. – Disse, e segurou a mão que Justin   lhe oferecia. Sterling continuou olhando a calçada molhada pela ultima chuva. Logo Justin   voltou e o arrastou dali.

Próximo Capitulo....


Heyy pessoas !! o proximo capitulo agora so ano que vem !! quanto ao outro blog vou terminar de escrever e posto lá !! 

Feliz 2015 para todas. 



PS. Eu Te Amo - Capitulo 54

Joseph veio passar no quarto pra deixar os sapatos. Então olhou, por coincidência, olhou pra porta do banheiro. Corria água por debaixo da porta.

Joseph: Ma Belle? – Perguntou, confuso, vendo a água molhar o carpete do quarto. Ele tentou abrir a porta do banheiro, e estava trancada. – Demetria?! – Perguntou, se assustando – Puta merda.

Se ouviu o estouro da fechadura quebrando, e Joseph entrou no banheiro. Estava tudo molhado. Demetria afundada na banheira. Ele correu, os pés descalços derrapando no piso inundado, e colocou a mão na água. Ela estava de olhos fechados, mas quando ele pegou seu braço ela segurou a mão dele. Demetria abriu os olhos azuis dentro d’água e era como se estivesse pedindo que ele deixasse. Ela tragou a água com mais força, e a fúria riscou o rosto dele, que puxou o braço dela com força. Tendo contato com ar de novo Demetria tossiu fortemente, os pulmões cheios de água. Ela saiu no tapa com ele. Joseph tinha vontade de lhe dar uma bela bofetada, só pela tentativa. Se esquivou dos tapas dela, dos arranhões, e se ajoelhou no chão. Levou um arranhão no pescoço, e três fios de sangue começaram a escorrer. Ela molhava ele em sua raiva, mas ele só se esquivava. Prometeu que não a machucaria. Ele segurou ela pelos ombros e sem conseguir se refrear lhe sacudiu com raiva.

Joseph: ENLOUQUECEU? – Rugiu. Demetria havia caído no choro de novo. Ele a sacudiu mais uma vez – NÃO VÊ QUE EU NÃO VOU MAIS VIVER SEM VOCÊ? SERÁ QUE NÃO PENSA, MEU DEUS?!

Demetria: Você só tem 8 meses. Vai viver sem mim em menos de um ano. – Disse, a voz cortada pelo choro.

Joseph: E VOCÊ VAI ESTAR VIVA! TRABALHANDO, PINTANDO, CIRCULANDO POR AI! EU VOU ESTAR O MAIS PERTO POSSIVEL, VIGIANDO VOCÊ! – Ele não conseguia parar de gritar. Sua fúria era grande demais – NUNCA MORTA, DEBAIXO DE UMA LÁPIDE! EU NÃO VOU ASSISTIR AO SEU ENTERRO, DEMETRIA, EU NÃO SOU CAPAZ! – Ele largou os ombros dela, antes que terminasse levando-a de volta ao hospital – Condenada seja, meu mundo gira em torno de você. – Rosnou, se afastando, sentando no chão e pondo as mãos na cabeça. Precisava se acalmar.

Demetria apenas chorou. Deixou os soluços virem, até que se acalmaram. Joseph continuava com a cabeça entre as pernas. Queria apagar aquela imagem da sua cabeça a todo custo, entretanto não conseguia. Pálida como estava, debaixo d’água, poderia estar morta. Um minuto a mais e ela estaria. Ele não viu nada, só sentiu as mãos dela puxarem sua camisa. Sabia o que ela queria; era o que ele precisava. Respondeu o beijo dela com agressividade, pegando-a pelos ombros com força de novo. Demetria arfou com a agressividade dele, mas não reclamou. Precisava se sentir viva, precisava se sentir mulher. Joseph entrou na banheira de joelhos, jogando mais uma onda de água no chão do banheiro. Largou os ombros dela, as mãos descendo arrastadas por seu corpo, e puxou ela pro seu colo, se sentando na banheira. Demetria sentiu as mãos dele arrastando seus cabelos, e ela o olhou, arfante.

Joseph: Nunca mais... Não se atreva nem a pensar... Nem cogitar... – Rosnou, e Demetria apenas o encarou, o rosto molhado, pálido, tremulo. Ela ainda tossia brevemente. O cabelo grudado no rosto, os olhos de boneca assustados pela mudança das coisas.

Ele com um gemido derrotado de sua garganta avançou pra ela de novo, tomando seus lábios. Demetria retribuiu o beijo, arqueando no colo dele, que lhe segurou com a mão forte pela base das costas. Ela não viu nada, mas sentiu a mão dele puxando seu sutiã. O feixe traseiro estourou, libertando os seios dela. Joseph desceu o rosto pelo colo até chegar nos seios dela. Demetria segurou os cabelos molhados dele, sentindo o corpo começar a tremer. Não demorou muito, Joseph tomou posse do corpo dela, os dois ainda na mesma posição, mas despojados das roupas. Demetria gritou com a invasão agressiva ao seu corpo, e ele calou a boca dela com um beijo. A sensação era maravilhosa. Os corpos dos dois se movendo juntos, violentamente, a água fria entre os dois, vindo da torneira que permaneceu aberta, a banheira transbordando água que corria pra dentro do quarto dos dois, assim como os gemidos que saiam sem querer. E como Joseph dissera certa vez, juntos eles eram bons. Condenadamente bons.

Demetria e Joseph estavam deitados na banheira cheia. Ele deitado, e ela por cima de seu peito, abraçando-o. Assim que se recuperou do orgasmo da ultima transa, Joseph enfim fechou a torneira da banheira e se deitou, aninhando-a em seus braços. Os cabelos dela boiavam em torno dos dois, e fazia frio ali. Joseph demorou muito tempo quieto, o rosto molhado, com ela presa em seus braços, sentindo seu coração bater descompassadamente contra o peito dele. E era o som mais importante da vida dele, pensou enquanto olhava os azulejos do banheiro. O som do coração dela, bombeando o sangue e a vida dela. Então ele falou.

Joseph: Demetria... – Começou. Ela pôs um dedo enrugado pela água fria nos lábios dele, encarando-o. Sabia o que ele ia dizer.

Demetria: Mantenha isso calmo por algum tempo. – Pediu, os olhos azuis reluzindo aos verdes dele.

Joseph: Prometa. Prometa agora. – Insistiu, sério.

Demetria: Prometo. – E ele viu nos olhos dela. Ela não faria de novo.

Ele a abraçou, passando a mão em seus cabelos molhados, e respirou fundo. Manteve aquilo calmo. Até que de tão calmo, tornou-se frio. Os dois se levantaram, e Joseph puxou o tampão da banheira, deixando a água ir embora. Ele e Demetria se secaram, se vestiram. Joseph enrolou o carpete do quarto, pesado de água, e o arrastou dali. Demetria demorou algum tempo pra secar o chão do banheiro com um esfregão, e secar a banheira com uma flanela. Enfim, estava tudo no lugar.
Joseph se sentou na cama, e chamou ela com a mão. Ela foi, engatinhando na cama, e se abraçou a ele.

Joseph: Por um momento... só por um segundo... eu achei que era tarde. – Admitiu, olhando pra frente. Demetria o observou, aninhada em seu peito. Os olhos dele estavam atormentados com a lembrança – Porque fez aquilo, Demetria? Eu sou tão desprezível ao ponto de que você fosse me castigar daquele jeito? – Perguntou, encarando-a.

Demetria: Eu... eu não fui capaz de segurar o nosso filho, Joseph. Eu sou inútil. – Disse, por fim.

Joseph: Não foi sua culpa. – Disse, acariciando o rosto dela.

Demetria: É sim. Ele estaria aqui, entre nós, se eu pudesse... – Interrompida.

Joseph: Não foi sua culpa. Se dependesse de você, ele estaria aqui. Foi um aborto espontâneo. – A palavra doía nos dois – E eu posso fazer outro filho em você, até que... até que meu tempo acabe. – Disse, franzindo o cenho com a perspectiva. É como se o relógio fosse seu inimigo. Demetria riu de leve.

Demetria: Vamos ver. – Disse, tristonha.

Joseph: Podemos tentar. – Disse, sorrindo malicioso, enquanto deitava ela com cuidado, beijando seu rosto várias vezes. Demetria riu enquanto sentia o peso dele sob seu corpo e as cócegas de seus beijos. – Eu te amo. – Disse, beijando os lábios dela de leve.

Demetria: Eu também. – Respondeu, breve, e o abraçou, deixando que o rosto dele repousasse em seu colo. A dor dos dois era a mesma, e isso servia pra uni-los, de um modo ou de outro.

Sem dizer mais nada, os dois dormiram. Foi uma noite tranqüila. Quando Joseph acordou, ainda estava abraçado a Demetria, como dormira. Ela acordou pouco depois, e surpreendendo-o, disse que iria trabalhar. Ele respeitou, afinal nem a ginecologista do hospital nem o próprio Robert a proibiram de nada. Ter tempo pra pensar não era bom. Já tinha se preparado pra passar o dia com ela, mas como ela foi trabalhar, ele foi também.


proximo capitulo...

PS. Eu Te Amo - Capitulo 53

Demetria, após chorar sua dor, adormeceu novamente. Joseph permaneceu ali, com ela nos braços, madrugada a dentro. Robert apareceu de madrugada, juntamente com Nicholas . Joseph rosnou, guardando mais a mulher em seu peito, mas Robert fingiu não ver. Trouxe uma enfermeira com ele. A enfermeira tinha uma bandeja, e nessa bandeja havia outra bolsa de sangue. Joseph não olhou enquanto trocavam a bolsa vazia por outra, mas Demetria pareceu notar. Seu sono calmo começou a se tornar tempestivo.


Joseph: Faça com que ela continue dormindo. – Ordenou em um grunhido a Robert, que observava o funcionamento da mangueira de sangue. Robert não o olhou. Apenas deu um pitoque no tubinho, observando o sangue gotejar. Então acenou com a cabeça pra enfermeira.

Joseph observou a enfermeira preparar um sedativo e colocá-lo no tubinho que levava o soro a veia de Demetria. Aos poucos o sono dela se tornou calmo outra vez.

Joseph: Obrigado. – Disse, aninhando melhor ela em seus braços, ainda sem tocar nos tubos dela. Queria tirar o tubinho do oxigênio do nariz dela, queria lhe livrar das malditas agulhas. Mas se contentou em confortá-la.

Robert: Ela ficará bem. Essa é a ultima bolsa, eu creio que nem inteira ela vá precisar tomar. Assim, estará livre disso. – Apontou a bolsa cheia, vermelha, ao seu lado – O soro está com sedativos, pra pressão arterial dela, eu prefiro manter. Amanhã eu vou verificar outra vez, e se estiver bem eu tiro ela do oxigênio. – Joseph assentiu – Com licença. – E saiu.

Nicholas : Não vai poder sedá-la o tempo todo. – Disse, se sentando na poltrona onde Joseph estava.

Joseph: Não, mas a noite é cruel. Quando amanhece tudo fica mais claro, não só lá fora mas dentro da gente. Tudo é mais fácil de lidar. Deixe que ela durma. – Disse, ainda aninhando-a.

Nicholas : Eu avisei aos outros. – Comunicou – Eles estão vindo.

Joseph: Ótimo, Selena Marie aqui agora é tudo o que eu mais preciso. – Disse, revirando os olhos.

Nicholas : Seja razoável. – Disse, suspirando.

Joseph: Eu vou. Vou explicar pra ela: Ou ela vai embora, ou eu vou embora. Como eu não posso sair daqui, ela sai. – Disse, sorrindo, deboJustin o.

Demetria estava planando entre a inconsciência e a realidade. Sua mente estava nublada, e ela não conseguia pensar, isso era ótimo, era tudo o que ela queria. Mas em uma oscilação dessas, ela ouviu a frase dele “eu vou embora”. Como assim ele ia embora? Ele não podia ir embora, ele tinha que ficar com ela, ou ela enlouqueceria, será que ele não sabia disso? Joseph sentiu a mão dela lhe agarrar fracamente a camisa, e se interrompeu no meio de uma frase, observando-a preocupadamente.

Demetria: Me leve com você. – Pediu em um murmúrio.

Nicholas : Ela está delirando? – Perguntou, confuso. Joseph lançou um olhar fulminante nele, que se aquietou.

Demetria: Fique comigo. – Pediu, e a voz dela era chorosa de novo. Parecia tentar se agarrar a ele. – Não me deixe aqui, por favor.

Joseph entendeu. Ele rosnou pra Nicholas  e aninhou ela nos braços, a boca parando perto do ouvido dela. Ele lhe deu um beijinho simples ali, e lhe respondeu em voz baixa.

Joseph: Fique calma. Eu não vou a lugar nenhum. Não sem você. – Tranqüilizou. – Eu estou aqui, com você, meu amor. – Ele sentiu a mão dela largando sua camisa, e beijou seu cabelo. Logo ela estava tranqüila, dormindo novamente.

Ele lançou um olhar a Nicholas  mostrando que não haveria mais conversa. Ele não queria que ela ouvisse mais nada. Queria que ela tivesse paz. E ela ia ter. Nem que ele tivesse de mandar os seguranças retirarem Selena e seu escândalo dali a força. Não importa o que fosse preciso, ela teria.

Mas não houve necessidade. Selena chegou junto com Ashley , Kristen e Sterling, e todos permaneceram em absoluto silêncio. A madrugada naquele hospital foi um luto pelo filho dos Jonas, que não chegara a nascer. Ashley , Kristen e Selena se sentaram em um sofá do apartamento em que Demetria estava. Logo as três adormeceram. Nicholas  estava quieto em sua poltrona. Sterling saia freqüentemente pra fumar. Não gostava de crianças, verdade, mas não desejava mal a aquele bebê. Pobre Sterling, mal sabia o que o destino lhe guardava. Só Joseph permaneceu acordado. Seus olhos mal piscavam, e ele não se moveu, alerta a ela. Sterling voltou de manhã, cheirando a cigarro, e com um buque de rosas. Foi ai que Nicholas  obrigou Joseph a ir tomar um café preto, que fosse. Joseph, muito contra gosto, foi. Longe do perfume dele, Demetria não demorou a acordar. Os olhos abriram, protestando brevemente contra a luz do dia.

Sterling: Tá-bu! – Disse, pulando na frente dela com uma rosa. Demetria sorriu. Selena se virou, vendo a amiga acordada.

Demetria: Tudo bem, bom dia, Sterling. – Disse, sorrindo um pouco. Ela olhou pro lado. A bolsa de sangue não estava mais lá, nem o soro. Só o oxigênio.

Selena: Demi. – Disse, sorrindo pra amiga. Demetria reparou que estavam todas lá. Ela sorriu.

Demetria: Madrugaram aqui? – Perguntou, tirando o cabelo do rosto.

Sterling: Acredita que é proibido fumar nesse lugar? – Perguntou, indignado.

Demetria: Você está em um hospital, Sterling. – Ela revirou os olhos.

Sterling: É, e minha médica só pisa aqui amanhã. – Se queixou – Me explica, se eu não posso fumar, porque eu tenho um cinzeiro? – Perguntou, apontando um vasinho da decoração.

Robert: Isso não é um cinzeiro, é um vaso. É da decoração. – Disse, aparecendo no quarto. – Como minha paciente está? – Perguntou, sorrindo, após ir até Kristen, selando os lábios com os dá esposa.

Demetria: Querendo ir pra casa. – Disse, olhando-o.

Robert: E irá. Logo. Mas... – Interrompido.

Sterling: Tudo bem. Você vai me dizer que isto... – Ele pegou o vasinho na mesinha, e colocou na palma da mão – É um vaso. – Disse, irônico.

Robert: Que diabo, não é um cinzeiro. – Disse, exasperado, se virando pro primo.

P.S.: Essa cena não é original minha; foi inspirada em uma cena do filme Lembranças.

Com essa Demetria riu. Então seu olhos deram por falta de algo. Ela varreu o hospital, viu todos, menos o marido. Seu riso foi morrendo.

Demetria: Onde...?

Joseph: Aqui. – Disse, passando por Kristen e entrando no quarto. Ele tinha olheiras, não dormira nada. Demetria sorriu ao vê-lo ali.

Ela recebeu alta naquela tarde. Nicholas  trouxera o carro de Joseph devidamente lavado, mas ela não se sentou no banco de trás quando saiu. Foi calada pra casa o tempo todo. Não disse nada ao entrar no apartamento. Sentia sede. Joseph aproveitou que ela fora beber água e foi até o quarto, arrancando os lençóis manJustin os de sangue a força, retirando-os do caminho. Na verdade, ele arranjou lençóis novos em tempo recorde, e substituiu. Estava colocando edredons limpos no lugar, quando ela entrou no quarto.

Joseph: Vou preparar algo pra você comer. – Disse, e Demetria assentiu, olhando a cama recém-forrada, a lembrança da dor que sentira aflorando em sua cabeça. Ela apenas assentiu, e ele saiu do quarto. Demetria não fazia idéia do que ele ia fazer com os lençóis, mas não queria saber.

Demetria: Vou tomar um banho. – Respondeu, serena. Joseph assentiu. Ela olhava de um jeito estranho pro seu rosto, parecia estar querendo memorizar.

Demetria nunca pensara exatamente em como iria morrer (Crepúsculo, oi), mas depois que sentira o oco em seu ventre e soubera que seu filho estava morto, ela pensou com freqüência. Assim entrou no banheiro e trancou a porta. Abriu a torneira da banheira, e começou a encher. Ela tirou a roupa com calma, ficando apenas com a calcinha e o sutiã preto. Parou em frente ao espelho. Era bonita. Seus olhos, seus cabelos. O corpo bem distribuído. E inútil. Não podia nem segurar seu próprio filho, nutri-lo, mantê-lo vivo. Nada. Ela já havia pensado em tudo. Esse era o modo mais fácil. Ela realmente estava memorizando o rosto de Joseph, como ele pensou. Queria se lembrar de cada detalhe, de cada faceta do verde dos olhos dele, seja lá pra onde ela estivesse indo. Ela viu a banheira cheia. Tocou sua barriga novamente. Estava oca, ela sentia. Foi até a porta e verificou a feJustin ura. Trancada, como deveria. Voltou a banheira e entrou, de sutiã e calcinha, poupando trabalho a quem a achasse depois. Fechou os olhos e deixou o verde dos olhos de Joseph inundar sua memória. Era só uma questão de força de vontade. E ela se deitou na banheira.

Seu cabelo boiou a sua volta, e ela esperou até que a falta do ar fosse maior. Quase um minuto depois, veio a necessidade, e Demetria aquiesceu. A sensação da água descendo pelo seu nariz era horrível; no primeiro momento ela quis se agarrar as bordas da banheira e sair dali. Mas manteve as mãos paradas, em cima do ventre, e deixou que a água entrasse por sua boca e por seu nariz. Seus pulmões gritavam em protesto, mas ela se manteve parada, tragando água pelo nariz como se respirasse. Era horrível. Mas não demoraria, agora.

Próximo Capitulo...

PS. Eu Te Amo - Capitulo 52

Por estar desmaiada, Demetria não viu o rompante da saída de Joseph do elevador. A camisa cinza que ele usava já estava suficiente manchada de sangue pra que a bermuda começasse a se manchar também. Ele abriu a porta traseira do carro colocando-a lá com cuidado, mas ela não viu esse cuidado, ela não reagiu, não viu nada, mole, largada como uma boneca de trapos. Joseph odiava aquela visão. Queria que ela acordasse e descesse a mão no rosto dele, esbravejando que o odiava e mandando-o ir embora. Preferia isso ao vê-la daquele jeito. Mas ela não acordou. Não viu como os pneus do carro gritaram em protesto quando Joseph saiu na rua, o carro apenas sendo um flash negro. Não viu que ele prestava mais atenção a imagem dela pelo retrovisor do carro do que a pista a sua frente, mesmo na velocidade letal em que estavam. Não viu também o banco sofisticado em camurça do carro dele ensopado com seu sangue quando ele parou na frente do hospital. Não viu que ele deixou o carro luxuoso na frente do hospital, aberto, e ainda com a chave na ignição, pouco se importando com nada, apanhando-a nos braços e adentrando ao hospital. Não viu quando levaram ela dele, deixando-o sozinho na recepção, todo manchado de sangue, o coração em frangalhos que batiam dolorosamente. Ela não viu nada.


Nicholas : Tenha calma. – Disse, vendo Joseph andar de um lado pro outro. Ele tinha um braço todo ensangüentado, com o sangue quase seco. A camisa cinza toda suja. Respirava em gorfadas nervosas. Que diabo, já faziam horas.

Joseph: Como inferno você soube que eu estava aqui? – Rosnou, andando de um lado pro outro. Nicholas  aparecera literalmente do nada no hospital.

Nicholas : Tudo depende de quem você conhece. – Disse, tranqüilo – Agradeça, se não fosse por mim teriam roubado seu carro.

Joseph: Pro inferno com o carro também. – Disse, pouco se importando.

Nicholas : Joseph, vá se lavar. Beba um copo d’agua, tente se acalmar. Nervoso assim não vai ajudar em nada.

Joseph: Daqui eu não saio. – Disse, definitivo.

Robert: Joseph. – Chamou, se aproximando, com as mãos nos jalecos.

Joseph tinha se esquecido do detalhe desagradável que Robert era o plantonista noturno naquele dia. Mas ao se virar, e ver o olhar do outro, não havia motivos pra briga. Não era o olhar de Robert, inimigo de Joseph. Era o olhar do Dr. Pattinson, medico, plantonista que recebera Demetria em seus cuidados, e o olhar dele tinha uma noticia que não precisava mais ser dita em voz alta. Joseph desabou na cadeira, pondo as duas mãos no rosto, uma dor cega o atingindo. Ouviu, de longe, Nicholas  falando.

Nicholas : E Demetria?

Robert: Se recuperando. Ela perdeu muito sangue, agora está recebendo uma transfusão.

Ela estava bem. Mas o filho deles não. As lágrimas brotaram no olhar de Joseph a força, em um soluço. Seu filho estava morto. Sua lágrima foi pra a mão suja do sangue seco, umedecendo, tornando-o sangue de novo. O sangue dela. Então sentiu uma mão em seu ombro. Não uma mão hostil, uma mão fria. Ele ergueu o rosto, os olhos cor de esmeralda enegrecidos pela dor da perda. Pra sua surpresa, era a mão de Robert. Joseph não teve forças pra repelir o toque do outro. Estava nocauteado.

Robert: Ela vai acordar logo. Vai precisar de você. – Disse, e soltou Joseph, se afastando. A dor da perda zumbia nos ouvidos dele. Então se lembrou de algo.

Joseph: Ela tinha acabado de fazer 4 meses. – Disse, e tanto Robert quando Nicholas  o olharam. – Havia um feto. – Disse, olhando pra frente.

O olhar de Joseph se cruzou com o de Robert, e Joseph entendeu. Não era um feto. Não era algo formado ainda, nem quando estava dentro dela. Agora, machucado e morto, não poderia ser distinguido. Ele soube que não queria ver. Não disse nada, apenas olhou pra frente, e Robert saiu dali.

Nicholas : Ele está certo. Demetria vai precisar de você. Ela amava demais aquele bebê. – Outro soluço daquele choro doloroso nasceu no peito de Joseph, enquanto ele olhava pra frente. Mais duas lágrimas caíram. Nicholas  tirou uma maleta Joseph não sabia de onde, e o entregou – Ai tem uma muda de roupas limpas. Eu vou mandar seu carro pra lavagem, os bancos traseiros... – Ele não preciso terminar. Joseph sabia o que havia nos bancos. - Precisa ser forte agora, Joseph.

Joseph assentiu, e pegou a maleta, se levantando. Foi até o banheiro do hospital, lavou os braços, o rosto. Se secou com toalhas de papel. Abriu a maleta, e havia uma calça, uma camisa branca de botões, e um sapato ali. Se trocou, jogando a roupa suja no lixo, e vestiu a limpa. Se olhou no espelho. Seu rosto esta pálido, mas os olhos eram piores, estavam mortos. Então se foi, indo ao quarto dela, após devolver a maleta de Nicholas . Chegando lá, teve náuseas. Ela estava deitada, agora dormindo. Havia uma bolsa de sangue de um lado da cama, e uma de soro da outra. Um tubinho de oxigênio no nariz dela. Continuava pálida, mas não havia a expressão de dor em seu rosto. Apenas não havia nada. Joseph se sentou em uma poltrona, esvaziando sua mente. Demorou horas até que ela suspirasse. Ele a olhou. O rosto dela foi se tornando claro, iria acordar. Ele respirou fundo, tomando coragem. Mas ela não abriu os olhos. A mão esquerda se moveu, subindo pela barriga, a aliança dourada reluzindo ali. Demetria tocou seu ventre, e Joseph não queria ver aquilo. Mas tinha de ver. A mão dela sondou, procurando a relevância que havia antes ali. Após alguns segundos ela desistiu. Ainda de olhos feJustin os, uma lágrima escorreu pelo canto de seus olhos, que enfim se abriram. Ela virou o rosto, encarando ele, tendo sua confirmação. Seu bebê estava morto. Demetria se acostumara em ser uma unidade dupla; comendo por dois, se cuidando por dois. Agora era ela sozinha, de novo.

Demetria: Me abrace. – Pediu, mais lágrimas transbordando de seus olhos.


Joseph se aproximou da cama dela com cuidado pra não tocar no tubo do sangue, e a abraçou. Demetria ergueu a mão, se segurando no ombro dele, e deixou o choro vir. Nenhum dos dois tinha percebido, mas esse filho era a garantia pra caso esse ano não desse certo. Estariam juntos, unidos pela criança, que precisaria do pai e da mãe. Criança que estava morta agora. Demetria sentia um vazio enorme dentro de si, um sentimento de culpa, de incapacidade; não fora capaz de segurar seu próprio filho. Não ia saber se era menino ou meAshley , não ia fazer um enxoval, arrumar o quarto, nada. Estava tudo vazio, e essa dor a sufocava. Se Joseph não estivesse ali, abraçado a ela, se ela não sentisse o calor dele, o apoio, e a dor que emanava de seu corpo, teria perecido naquele momento. Mas, enfim, ele estava lá, e ali era seu lugar.

Próximo Capitulo...

PS. Eu Te Amo - Capitulo 51

Demetria se descobriu sendo paparicada de tudo. Não cozinhava mais, não pegava mais peso nenhum, Joseph quase a colocara em uma cadeira de rodas, pra que ela não andasse. Mas isso não impedia que ela sentisse certas dores, de vez em quando. Como agora. Demetria estava no banho. Deixava a água quente escorrer pelo seu rosto, e pensava em como seria quando Joseph se fosse. Agora ele estava na sala, organizando uns papéis de uma negociação a qual vinha discutindo com Nicholas  a dias. Mesmo atarefado, largava tudo e vinha paparicá-la. Demetria passou a mão na barriga, sentindo a relevância que por hora era seu filho. Suas costas doíam desagradavelmente. Era agonizante. Ela nem pegara peso nenhum. Fechou o chuveiro e se secou, vestiu um pijama branco, simples, short e regata de algodão. Soltou os cabelos do rabo de cavalo, deixando os cachos caírem por seus ombros. Se deitara. Então ele apareceu.

Joseph: Passa bem? – Perguntou, preocupado, se sentando aos pés da cama.

Demetria: Apenas minhas costas doem. Não resultará nada. – Disse, ocultando que suas costas estavam doendo consideravelmente. Seu ventre parecia contraído.

Joseph: Sempre lhe digo que não se esforce tanto. – Disse, pegando o pé dela, começando a massagear-lhe.

Demetria amava esse cuidado que ele tinha com ela. Deixou as costas relaxarem no travesseiro, e fechou os olhos. Logo dormiu. Joseph sorriu. Ela dormia com facilidade, agora que estava grávida. Deu um beijinho na barriga dela, e a cobriu, protegendo-a do frio da noite chuvosa, voltando a sala. Demetria estava longe. Sonhava com uma viajem que fizera com Joseph, logo depois que casaram. Estavam na praia. Demetria caminhava com Joseph na praia. Ele lhe dissera algo, e ela saíra correndo, os ventos lutando contra os cabelos, rindo. Ouviu o riso dele que corria atrás de si. Então foi parando. Virou-se pra trás, mas Joseph não estava. Onde ele fora? Ela precisava lhe achar, pois suas costas doíam. Era uma dor aguda, parecia vir do interior da barriga, atravessando a coluna. Ela chamou por ele, mas ele não respondeu e ela caiu de joelhos na areia. Estava piorando. Demetria acordou tomando de um sopro, os olhos azuis se abrindo em choque. Estava com muita dor. Seu ventre parecia estar sendo atravessado por facas, e a dor em suas costas parecia estar com o intento de rasgar-lhe a pele, partir-lhe a coluna. Ela se sentou. Iria até Joseph, pediria pra que a levasse ao médico, isso não era normal. Tirou a coberta de cima de si, e a visão a nauseou. Seu lado da cama estava encharcado de sangue. Suas coxas, o lençol branco, o short do pijama.

Demetria: Meu Deus. – Disse, tocando o sangue, e olhando. Sua voz estava quebrada, irrelevante – Joseph. – Disse, olhando o sangue da mão.

Joseph estava brigando com Nicholas  de novo. Seria possível que nunca resolveriam esse pacote? Então ouviu um murmúrio mínimo, que chamava seu nome.

Joseph: Espera. Cala a boca, Nicholas . – Disse, e tirou o telefone do ouvido, aguçando a audição. A chuva era forte, mas ele ouvira Demetria chamá-lo. – Ma Belle? – Perguntou, olhando no corredor. Ele teve a impressão de ouvir um murmúrio fraco, novamente. Pedia por socorro. – Demetria? – Perguntou, avançando pela sala.

Demetria estava desesperada. Sua voz não saía, Joseph não iria ouvi-la daquele jeito. Tentou se levantar, mas não teve força. Iria morrer com aquela dor. Não queria morrer, não queria que seu bebê morresse. Ela se sentia sangrar, e continuar sangrando agora era alarmante.

Demetria: Socorro. – Disse, a voz chorosa – Joseph! – Tentou gritar, mas sua voz não passava de um sussurro.

Joseph estava intrigado. Tinha certeza de que ouvira um murmúrio de socorro, mas depois era só silencio.

Joseph: Depois falo com você. Não, não vou tomar decisão nenhuma, depois resolvemos. – Nicholas  assentiu e Joseph desligou, avançando pelo corredor. Ele abriu a porta do quarto com cuidado, pra não acordar Demetria, e chamou baixinho – Ma Belle, você me... – Não terminou.


Era seu pior pesadelo, em uma versão real. Demetria estava meio sentada, meio deitada, as coxas e a cama banhadas em sangue. As mãos sujas. O rosto pálido, soado, duas lágrimas haviam caído pelo canto dos olhos. Demetria apenas o olhou, os olhos azuis apavorados, inundados em dor. Havia sangue demais ali, o lençol estava ensopado, as pernas dela...

Joseph: Cristo. – Murmurou, avançando imediatamente pra ela.

Joseph apanhou Demetria nos braços, saindo rapidamente do quarto. Ela se agarrou ao pescoço do marido, fraca, rezando a Deus que deixasse o seu bebê sobreviver. Que levasse a ela, se resultava preciso, mas não o bebê. Joseph chamou o elevador, o rosto em nem uma gota de cor de tanto nervosismo. O braço dele, inundado pelo sangue dela avisava que o sangramento não parara, nem diminuíra. Ele sentia a mão tremula dela em seu pescoço. Demetria tinha breves gotinhas de suor na testa. Ele odiava ficar parado esperando o elevador avançar, mas se optasse pelas escadas demoraria mais. Ele sentia o sangue dela, quente, descendo por seu braço, tocando a camisa e manchando-a. Então ela falou, e sua voz era torturada em dor.

Demetria: Faça parar. – Implorou, com a voz trêmula, baixinha. Ele sabia do que ela estava falando. Ele queria que parasse. Só não sabia o que fazer pra conseguir.

Então ela desmaiou, o rosto caindo no peito dele, a mão mole soltando seu pescoço. Joseph entrou em pânico. O elevador continuava descendo, tranquilamente.

Joseph: Ma Belle? – Chamou. Sem resposta – Demetria, pelo amor de Deus. – Ele sacudiu um pouco o braço que mantinha as costas dela. O rosto dela se soltou de seu peito, tombando pra trás. Estava cada vez mais pálida, os lábios entreabertos, os olhos feJustin os, as pálpebras brancas feito papel. Os cabelos dela agora davam maior contraste que nunca, bailando no ar pelo braço de Joseph.



Próximo Capitulo.....

segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

PS. Eu Te Amo - Capitulo 50

Demetria chegou tarde aquela noite. Ela entrou em casa, tirando o casaco. Quando se virou, Joseph estava do outro lado da sala, as mãos nas costas, quieto. Um sorriso leve brincava nos lábios dele. O perigo estava no brilho estranho em seus olhos.

Demetria: Me perdoe pela demora. Eu tive de resolver uns problemas fora, depois achei que dava tempo de voltar ao ateliê, mas ai peguei um transito terrível. – Se justificou.

Joseph: Não há problemas. Vai levar um pouco mais de tempo pro jantar ficar pronto, de qualquer forma. – Disse, calmo.

Demetria: Você tá cozinhando? – Perguntou, achando graça.

O chaveiro dela caiu. Demetria e Joseph olharam o objeto no chão. A médica pediu a Demetria que evitasse ao máximo movimentos bruscos, mas se ela deixasse a chave lá daria bandeira. Joseph viu ela, distraidamente, pôr a mão sobre o ventre e se abaixar com um cuidado extremo, apanhando a chave. Estava protegendo o filho. Os dentes dele se trincaram, mas ele manteve a expressão calma. Ela jogou a chave na mesinha, e se recompôs. Joseph fingiu não ver o cuidado obsessivo com o qual ela se movia.

Joseph: Você estava demorando. Deu vontade. – Disse, um sorriso inocente nascendo no rosto.

Demetria: Vamos ver. – Disse, sorrindo, desconfiada, enquanto avançava pra cozinha.


Chegando lá, o perfume da comida a alcançou. Era salmão, devia estar no forno. Havia um molho branco, fervilhando em banho Maria no fogão. A combinação resultava em um perfume forte, doce. O estomago de Demetria deu um salto violento com isso. Joseph observou a reação dela com um sorriso de canto no rosto. Ele avançou e abriu o forno, tirando uma travessa com o peixe. O cheiro aumentou radicalmente, e ela recuou um passo.

Joseph: E então, que nota me dá, Ma Belle? – Perguntou, triunfante. O perfume do molho agridoce e do salmão eram fortes demais pra ela agüentar.

Então ela saiu correndo. Joseph riu, satisfeito consigo mesmo, e fechou o forno, indo atrás dela tranquilamente. A encontrou no banheiro. Ajoelhada perto do vaso sanitário, um braço amparado lá, a mão segurando os cabelos do rosto, vomitando com vontade. Quando ele parou na porta do banheiro ela tomou ar, ofegando. Não durou muito, e ela foi de novo. Joseph observou, parado a porta. Não era nada perto do que ela merecia, mas já era castigo. Após um tempinho as convulsões pararam de vir. Demetria apertou o botão da descarga, e ergueu o rosto pálido pra ele.

Joseph: Tão ruim assim? Eu caprichei tanto. – Disse, com desapontamento no rosto.

Demetria: Eu estou grávida. – Murmurou, encarando-o, ainda segurando os cabelos.

Joseph: Eu estou vendo. – Disse, tranqüilo.

Joseph colocou todo o descaso que tinha no corpo na voz e na expressão do rosto. Odiava magoá-la, mas ela pedira por isso. Tinha vontade de abraçá-la, e dizer o quanto ela o fazia feliz por essa criança. Queria consolar seu enjôo, e todo mal estar. Mas não fez. Se manteve quieto. Ele viu o choque atravessar o rosto de Demetria com a resposta pronta e sem emoção dele, e a cara com que o olhou. Ele pôs as mãos nos bolsos, ainda calmo, e terminou.

Joseph: Eu vou pôr a mesa. Não demore. – Disse, apontando o vaso com a cabeça, e saiu.

Demetria não chegou perto da cozinha. Tomara um banho, escovara os dentes, e comera um biscoito água com sal que tinha na cabeceira da cama. Joseph jogou o molho mal cheiroso fora, e jantara sozinho. Demetria se sentira enjoada de novo, e fora até o banheiro, vomitando outra vez. Ela escovou os dentes outra vez, e parou se olhando no espelho, o baby doll azul clarinho, os cabelos em um grande rabo de cavalo, o rosto pálido e o coração em frangalhos. Sentia pontadas desagradáveis no ventre outra vez. Ela passou a mão na pequena relevância em sua barriga, em uma caricia terna.

Demetria: Não se preocupe. – Murmurou, conversando com o filho – Eu o amo e o quero por nós dois. É o suficiente. Não importa. – Disse, carinhosa.

Joseph: Quem disse que eu não o amo? – Perguntou, sério, e ela ergueu o rosto, vendo o reflexo dele parado atrás de si no espelho. Demetria baixou a blusa, a expressão afetuosa sendo substituída pela de magoa.

Demetria: Não estava falando com você. – Disse, fechando a torneira que deixara aberta e saindo do quarto. Queria se deitar, estava preocupada com as pontadas que sentia.

Joseph: Ainda assim, eu o amo. – Contestou, indo atrás dela.

Demetria: Eu vejo como. – Disse, se deitando cuidadosamente. Joseph viu ela ajeitar os travesseiros atrás das costas – Não teve tempo de amá-lo. Não faz nem 20 minutos. Não precisa mentir pra me agradar.

Joseph: Eu tive mais de 12 horas pra me acostumar com a idéia de tê-lo. – Demetria o olhou, se abraçando, confusa – Eu o amei desde o momento em que li aquele maldito exame. – Disse, como uma acusação.

Demetria: Você o achou. – Disse, compreendendo tudo. O peixe, o molho e o perfume adocicado. – E resolveu me castigar. – Disse, sorrindo, amarga.

Joseph: Eu coloquei mel naquele molho, pra encorpar o cheiro. – Disse, olhando-a – Me odeia tanto a ponto de querer me privar disso, Ma Belle?

Demetria: Eu estava com raiva quando descobri.

Joseph: Não justifica. – Disse, duro.

Demetria contou a Joseph sobre tudo que a médica lhe dissera, sobre os riscos de sua gravidez. Ocultou a parte de que sentia dor agora. Lhe contaria somente o básico, era o que ele tinha direito.

Joseph: Então tomaremos cuidado. – Disse, quando ela terminou – Todo que for preciso. Eu vou preparar algo aceitável pra você comer. – Disse, e se ergueu pra beijá-la, já por hábito, e ela virou o rosto. O beijo dele foi parar em sua testa, mas o perfume do salmão chegou ao seu nariz.

Demetria: Sai. – Gemeu, empurrando-o, e correu pro banheiro novamente. Joseph cheirou o próprio hálito. Era o salmão.

Ele foi pro banheiro atrás dela. Escovou os dentes rapidamente, gargarejando com anti-séptico e eliminando o cheiro do salmão. Foi pra perto dela, segurando seus cabelos, enquanto ela vomitava. Demetria se levantou, escovou os dentes, e se amparou na pia. Isso a estava cansando.

Joseph: Melhor? – Perguntou, observando-a.

Demetria: Vai passar. – Disse, erguendo o rosto.

Joseph: Ma Belle? – Chamou, meio indeciso.

Demetria: O que há? – Perguntou, olhando-o.


Joseph: Você já o sente? – Perguntou, coçando o cabelo. Joseph era como um cego em tiroteio em relação a isso. Se sentia uma criança curiosa. Demetria sorriu.

Demetria: Não, ainda não senti. – Respondeu, simples.

Joseph: Posso? – Perguntou, apontando pra barriga dela.

Demetria: Pára de coçar o cabelo! – Disse, rindo. Sabia que ele fazia isso quando estava nervoso, ou não sabia o que fazer. Joseph riu de leve, e tirou a mão do cabelo, pondo-a perto do rosto – Não merece. – Disse, magoada. – Mas é seu filho, também. – Deu de ombros.

Joseph se aproximou dela, as mãos buscando a blusa, encontrando a barriga dela por debaixo do tecido. Ele ficou olhando pro nada, memorizando tudo com o tato. A barriga dela estava mais dura, apesar de não ter crescido. Não havia movimento, mas era perceptível uma vida ali dentro. Demetria o olhou, e fez esforço pra se manter quieta. Seus desejos de grávida eram imprevisíveis, e ter as mãos dele em seu corpo, mesmo que inocentemente da parte dele, não era bom. Ela mordeu o lábio, se controlando, enquanto ele apalpava o filho cuidadosamente, como quem pega em um objeto frágil. Então sentiu que era demais.

Demetria: Eu... – Ele a encarou – Eu estou com fome. – Disse, e não era mentira. Ele sorriu, assentindo. Se despediu do bebê com um ultimo carinho, e soltou a barriga dela.

Joseph: Vou trazer algo pra que coma. – Disse, levando-a de volta pra cama. Quando Demetria estava acomodada na cama, ele completou – Sem salmão, dessa vez. – Disse, sorrindo de canto. Ela riu de leve, passando a mão no rosto. Ele piscou pra ela, sorrindo, e saiu.


Próximo Capiulo...

PS. Eu Te Amo - Capitulo 49

Um mês depois...

Ashley  fora contratada. Agora ela, Selena e Demetria viviam juntas. A mão de Sterling ficara boa, pra desgosto dele. Demetria não contara a Joseph sobre a gravidez, mas estava ficando difícil. Robert era contra ela esconder a gravidez, mas ela estava convicta. Em base, era isso.


Joseph: Eu trabalhei nisso ontem a noite toda, mas a taxa de juros não bateu. – Disse ao celular, enquanto abotoava a camisa. Seu reflexo no espelho do banheiro era ignorado por ele, que estava com pressa. – Eu sei. Vou tentar com o computador da empresa, hoje. – Ele abriu uma das gavetas do banheiro, procurando uma tesourinha, pra cortar uma linha solta da aba da sua camisa. – Tudo bem, logo estarei ai. – Ele desligou o telefone.

Onde estava a condenada tesoura? Ele olhou gaveta após gaveta, e a encontrou na gaveta de remédios. Era bem a cara de Demetria. Ele respirou fundo, afastando o quanto o relacionamento dos dois se tornara insuportável desde então, e cortou a mínima linha fora do lugar. A camisa se tornou impecável outra vez.
Ele pôs a tesourinha lá, então sua atenção se focou em algo, entre os remédios. Os anticoncepcionais dela. Haviam caixas fechadas, e uma aberta, mas ainda quase cheia. Ela quase não o usara. Joseph olhou a caixa por um instante, mas deu de ombros, largando no lugar e fechando a gaveta. Logo o assunto fugiu de sua mente, tinha problemas maiores na cabeça pra pensar nisso. Mas o dia estava apenas começando, como Joseph viria descobrir.

Nicholas : Joseph, a quantia em dinheiro que eu tenho no banco é tamanha que meus netos não conseguirão terminar de gastá-la, isso sem contar com os imóveis, carros, lanchas, e no raio que me parta em dois.

Joseph: E então? – Perguntou, observando o amigo. Nicholas  revirou os olhos.

Nicholas : Não é por isso que eu vou dar meu dinheiro em taxas de juro absurdas. – Disse, se apoiando na mesa de Joseph. Estava irritado.

Joseph: Existem duas opções, Nicholas . Aceitamos as taxas de juros e fechamos o maldito contrato, ou recusamos. Eles não vão baixar a guarda, e nem nós. – Disse, bebendo um gole do café.

Nicholas : Então está feito, não fechamos contrato. Eu não vou abrir mão. – Decidiu, instantâneo.

Joseph: É importante. – Insistiu – Depois do período de adaptação o lucro liquido será 20% maior que o atual.

Nicholas : É, mas no período de adaptação nós pagamos mais em juros do que vamos ganhar. – Rosnou. Joseph grunhiu, se recostando na cadeira. – Isso se der certo. Sabe que eu não gosto de pisar em falso. – Lembrou.

Joseph e Nicholas  trabalhavam com investimentos bancários. Milhões de libras circulavam por eles, e se multiplicavam. Agora estavam pra fechar com uma empresa, até ai normal, mas era uma multinacional, o que tornava o negocio mais importante. O problema é que Nicholas  não se curvava a taxa de juros exigida pela empresa pra adaptação de valores. Assim, havia um impasse.


Joseph: Que diabo quer que eu faça? – Perguntou, estressado, batendo na mesa. Esqueceu-se de que havia uma caneca de café na borda da mesa. A caneca virou e o liquido fumegante se despejou na camisa branca de Joseph – PUTA QUE PARIU! – Rugiu, no auge da irritação, se levantando. Sentia a pele da barriga se queimando com o café, e puxou os botões com raiva, tirando o pano quente da camisa de cima da pele. Isso fez Nicholas  rir. – Acha graça?

Nicholas : Estou chorando por dentro. – Debochou. Joseph secava a barriga com um lenço, sob a camisa destruída. – Vá pra casa. Tome um banho frio, almoce, e se acalme. – Disse, consultando o relógio – É o que eu vou fazer. Mais tarde, longe de canecas de café, nós conversamos. – Disse, ainda com um sorriso no rosto, e saiu dali.


Joseph olhou a camisa toda manchada, e a barriga queimada. Respirou fundo e viu que Nicholas  estava certo. Entrou em casa meia hora depois, já se livrando da camisa, pronto a jogá-la fora. O apartamento sem vida denunciava que Demetria não estava lá. Joseph tomou um bom banho, almoçou a primeira coisa que achou na geladeira, e se descobriu sonolento. Brigara com Nicholas  a manhã toda, e não obtivera resultado. Olhou o relógio, e viu que podia se dar uma hora de sono. Entrou no closet desabotoando o cinto da calça nova que já tinha colocado, pra buscar uma bermuda. Estava se vestindo quando o celular tocou. Ele terminou de pôr a bermuda e apanhou a calça no chão. Apanhou o celular e jogou a calça em cima de uma das prateleiras de sapatos de Demetria, enquanto atendia. Era Nicholas .

Joseph: Diga-lhes que espere. – Disse, tirando as meias que havia calçado. – Porque eu estou morrendo de sono, e vou chegar uma hora mais tarde. Podem esperar. – Disse, pondo as meias em sua gaveta. Ele fechou a porta do closet em seguida – Não, tá tudo tranqüilo, eu só estou um pouco cansado. – Ele puxou sua calça, pra guardá-la, e ela derrubou um pé de um par de sapatos de Demetria – Que inferno. Não, não é com você. – Ele apanhou o sapato do chão, colocando-o em seu lugar – Acho que vou pensar melhor depois de ter dormido um pouco. – Disse, organizando os sapatos no lugar. Então viu algo solto. Joseph olhou e viu a pontinha do envelope azul claro por debaixo do tampo de madeira. Ele ergueu o tampo e pegou o envelope, lembrando-se do dia que Demetria saíra do hospital.

Joseph abriu o envelope, com um leve tom de curiosidade no olhar. Ele leu o cabeçalho do exame, calmo. Continuou lendo. Então seu rosto passou por uma seqüência de emoções. Primeiro exasperação. Incredulidade. Raiva. Alegria. E uma felicidade que jamais havia colorido seus olhos. Um sorriso de canto nasceu no rosto de Joseph. Seria pai. Havia um bebê seu sendo gerado no ventre de Demetria... há 3 meses. O sorriso dele se fechou, embora seu coração continuasse batendo alegremente. Joseph olhou a data do exame novamente. Fora há 1 mês atrás. Ela escondera a gravidez dele. A felicidade dele se misturou com um ódio lento, como um veneno que se esconde na tonalidade de uma taça de vinho.

Joseph: Eu vou matar ela. – Disse, olhando o exame. Nicholas  não entendeu nada, mas sabia que nada de bom estava por vir.

A mercedes de Nicholas  parou na rua de Joseph em um rompante e ele desceu, rezando pra que fosse tempo. Joseph não respondera quem era o “ela” que ele mataria, mas era previsível. Nicholas  avançou até a portaria, onde encontrou um problema: O porteiro queria avisar a subida dele.

Nicholas : Ora, vamos, o senhor já me conhece. – Disse, tentando impedir o porteiro de interfonar, e ao mesmo tempo olhando a janela do apartamento de Joseph.

Porteiro: Conheço, sim. Mas eu preciso avisar antes, é regra. – Disse, se justificando.

Nicholas : Eu quero fazer uma surpresa. – Mentiu, começando a ficar nervoso.

Porteiro: Ainda assim, são as regras. – Disse, paciente.

Nicholas : Tudo bem. – Disse, avançando, enquanto tirava a carteira do bolso do terno. Nicholas  tirou duas notas de cem libras da carteira, sem olhar o valor, e entregou ao porteiro, passando pela portaria – Fique com isso e esqueça as regras. – Sugeriu, avançando.

Então ele se foi, andando a passadas largas, e sumiu no elevador. O porteiro deu de ombros, e guardou o dinheiro, voltando a sua rotina.


Nicholas : Joseph, abra a porta. – Pediu, pela segunda vez – Sabe que vou estourar a feJustin ura, me poupe o trabalho. – Rosnou, se irritando. A campainha soava, frenética.

Então Joseph abriu. Seu rosto estava irreconhecível. Nicholas  não sabia se era euforia, alegria, felicidade, raiva, ódio... só não sabia. Demorou um tempo até conseguir entender.


Joseph: Olhe a data. – Rosnou, jogando o envelope dos exames no ar. Nicholas  o apanhou antes que o atingisse.

Nicholas  leu. Pelo que o papel dizia, Demetria estava grávida. Olhou a data no cabeçalho do exame. Pelos números ali contidos, ela estava prestes a entrar no quarto mês de gravidez. E Joseph só soubera disso agora.


Nicholas : Parabéns. – Disse, procurado o que dizer, enquanto colocava os exames dentro do envelope de novo.

Joseph: Obrigado. – Disse, a voz meio fanha, e um sorriso breve nasceu em seu rosto. Morreu logo em seguida. – Ela não tinha o direito de me esconder isso. Não isso. – Rosnou, a fúria voltando a sua voz. – Eu vou matá-la. – Repetiu.

Nicholas : Não pode matá-la, Joseph. – Disse, se jogando no sofá.

Joseph: Porque? – Perguntou, a raiva escorrendo em sua voz.

Nicholas : Porque vai matar o bebê junto. – Disse, óbvio. – Você nunca pensa? – Perguntou, com um toque de increSelidade no rosto perfeito.

Joseph: Eu prometi que não ia machucá-la. Como se mata alguém sem machucar? – Continuou, sem ouvir Nicholas .

Nicholas : Ela estava magoada pela briga com Robert. – Tentou amenizar.

Joseph: Certo, e isso dá a ela o direito de me esconder que eu vou ser pai? – Perguntou, incréSelo e raivoso.

Nicholas : Faça melhor que matá-la. Faça ela confessar, e use disso pelo lado emocional. Use a cabeça ao invés de só a força, Joseph. – Disse, e Joseph pensou na opção que Nicholas  lhe dera.


Um sorriso brotou nos lábios de Joseph. Nada de bom viria daquele sorriso. Enquanto isso, Demetria estava no hospital. Fora fazer um exame de rotina, e resolvera passar pra ver Robert.

Robert: Eu fico aqui quando dou plantão a noite e estou livre, dá pra descansar um pouco. – Disse, entrando em uma salinha que ficava atrás da sala dele. Havia uma maca com um colchão e um criado mudo, com um livro, uma jarra de água e um copo – Nunca passo muito tempo aqui, não mais que uns 15 minutos, o hospital é grande. Enfim , me espere aqui. – Disse, sorrindo, e saiu.

Demetria se sentou na cama dele, olhando em volta. Robert era apaixonado pela profissão. Podia vê-lo ali, na madrugada fria, rodando pelos corredores, verificando os pacientes. Quando tinha uma folguinha, ia parar naquele quartinho, lia um capitulo de um livro e colocava os pés pra cima, descansando um mínimo. Demetria percebia que ele atendia alguém em sua sala. Demetria ergueu a blusa, olhando sua barriga pálida. Só crescera nem um pouquinho, e ela estava ansiosa pra exibir um barrigão. Ela tocou a barriga com afeto, sentindo a protuberância que existia ali. Sorriu. Pôs a blusa de algodão no lugar, protegendo o filho do frio que o ar condicionado do hospital oferecia. Então, inconscientemente, estava ouvindo a conversa de Robert com a paciente na sala a frente.

Robert: ... Ela será levada a cirurgia. – Concluiu.

Paciente: Quais as chances da minha mãe, doutor? – Perguntou, e a voz parecia de uma mulher de meia idade, preocupada.

Robert: Se a cirurgia resultar bem, ela tem boas chances de se recuperar. – Garantiu. Houve um riso aliviado na sala ao lado.

Paciente: Então providenciarei a documentação que o senhor precisa. – Demetria ouviu cadeiras se arrastando – Com os documentos prontos, pode-se encaminhar a operação?

Robert: Imediatamente. – Respondeu.

Demetria ouviu a paciente agradecer, e uma porta se fechou. Logo Robert apareceu na salinha onde Demetria estava.

Robert: Pronto. – Disse, e sorriu de canto pra ela.

Demetria: Seu trabalho é fascinante. – Disse, com as mãos nos joelhos.

Robert: Você acha? – Perguntou, olhando-a.

Demetria: Claro que sim, como não? Veja a mulher que saiu daqui, a mãe dela... – Interrompida.

Robert: Vai morrer. – Disse, quieto, se sentando ao lado dela. Demetria levou um choque.

Demetria: Mas você disse... porque mentiu pra ela, Rob? – Perguntou, incrédula.


Robert: Eu não menti. Se a mãe dela for bem sucedida na operação, terá boas chances de se recuperar. – Repetiu – O problema é que não sobreviverá a cirurgia. – Disse, e sua voz tinha um pesar.

Demetria: Porque não?

Robert: A mãe dela tem 89 anos, problemas cardíacos e um tumor mal localizado no cérebro. Tumor esse que eu vou tentar operar. – Ele respirou fundo – Vai morrer nas minhas mãos. – Disse, um sorriso triste no rosto.

Demetria: Porque não disse a verdade a ela?

Robert: Ela não queria saber a verdade. A verdade machuca, então eu minto. É melhor assim, vai diminuir a dor no final. Pelo menos vai se saber que foi feito tudo o que era possível. – Disse, olhando pra frente – Vamos, vamos sair daqui. – Disse, se levantando. – Vamos até a cafeteria.

Demetria assentiu, e se levantou, a cabeça trabalhando a mil. Era verdade, as pessoas não queriam saber a verdade, queriam ouvir o que lhe fazia melhor. Ela afastou aquele assunto e foi com Robert. Mal sabia a verdade que lhe aguardava em casa.

próximo Capitulo....

PS. Eu Te Amo - Capitulo 48

Uma semana depois...


Era noite. Demetria não voltara do ateliê. Joseph telefonara, e seu celular estava desligado. Ligara pra Selena, e a ruiva mandou que fosse ao inferno. Tentou Sterling, mas esse disse que ela saíra no horário de sempre. Joseph andava de um lado pro outro. Demetria era louca. Outrora estava doente, agora ficava por ai a noite? Então a porta se abriu, e ela entrou em casa.

Joseph: Pra que tem o condenado celular, se não o atende? – Perguntou, raivoso.

Demetria: Eu atendo. – Disse, inocente, enquanto tirava o sobretudo salpicado de neve e o largava em uma poltrona – Só não atendo você. – Disse, com um sorriso brilhante aparecendo no rosto.

Joseph: Onde estava?

Demetria estava no médico. Marcara uma consulta com sua ginecologista, que lhe deu alguns conselhos pro inicio da gravidez, e a encaminhou a um obstetra. Nos cálculos de Demetria ela só iria no ginecologista, e chegaria em casa a tempo. Mas fora ao obstetra, que constatara que sua gravidez era de risco. Lhe dera mil instruções, e Demetria as memorizou, de cor e salteado. Quando estacionava em casa, se lembrou de Joseph.


Demetria: Onde eu estava não é problema seu. – Disse, abrindo os pulsos da camisa de botões. Se sentia sonolenta.

Joseph: Eu não estou brincando. – Rosnou.

Demetria: Eu tampouco. Aliás, eu estou brincando. Brincando de criar um palhaço em casa. – Alfinetou, sorrindo.

Joseph: Eu não tenho paciência pra isso hoje. – Avisou – Onde estava?

Demetria: Ok, onde eu estava. – Disse, se aproximando, pensativa – Eu estava em um motel. Com um garoto de programa. – Joseph viu o maldito tom do atrevimento colorir o rosto dela – Fazendo coisas bastante divertidas. Coisas que meu marido não faz, nem vai fazer.

Demetria só viu a fúria colorir os olhos dele, e a forte mão se erguer no ar. Ia levar uma senhora bofetada, pelo atrevimento. Mas a mão dele parou próxima ao rosto dela, e ele pareceu fazer um esforço hediondo pra não completar o ato.


Joseph: Eu prometi... – Rosnou, a mão ainda no ar, vendo que Demetria tinha encolhido o rosto – Que nunca mais ia machucar você. – Disse, e a mão dele foi se baixando – Mesmo que mereça. – Demetria se desencolheu, o coração descompassado pelo susto – Eu cumpro minhas promessas. – Disse, e Demetria viu ele abrir os primeiros botões da camisa branca que ele usava, e recuou.

Demetria: Que diabo está fazendo? – Perguntou, a voz ainda quebrada pelo susto, recuando um passo.


Joseph: Não te toquei desde que nos ‘separamos’ em respeito. Mas eu vou lhe mostrar se o seu marido não é capaz de fazer. – Disse, livrando os punhos da camisa – Nunca mais vai se atrever a abrir a boca pra dizer isso, Demetria. – Rosnou, em fúria.

Demetria recuou de novo. Não temia por ela, temia pelo filho. Filho que ele desconhecia, e podia machucar. Deus, e agora?

Demetria queria correr. Queria gritar. Queria fugir. Mas suas pernas pareciam ter sido feitas de glacê, ela só conseguia recuar um passo de cada vez. Joseph avançou pra ela em duas passadas, estava furioso. As mãos dele agarraram a blusa dela e puxaram. Os botões se estouraram, caindo pelo soalho lustrado, mostrando o sutiã de encaixe que ela usava, e a barriga definida a qual ele não sabia que continha um filho seu.

Demetria: Não. – Disse, segurando a mão dele, que a puxava pela alça da blusa – Não! Joseph, eu estou... – Ele a interrompeu na palavra mais importante.

Joseph: Está com medo de mim, Ma Belle? – Perguntou, um sorriso malévolo. Uma raiva quente substituiu o medo de Demetria, o medo pelo filho. Ela não deixaria que ele machucasse o seu bebê.

Demetria: Não tenho medo, não crie ilusões. – Alfinetou, sem perceber que ele lhe puxava pro centro da sala, pela blusa.

Joseph: Ótimo que não tenha. – Ele sorriu, satisfeito.

Então ela foi arremessada no chão. Não com violência, mas ele forçou a queda. Caiu de lado, em cima do braço, e antes de cair abraçou a barriga, protegendo-a de qualquer impacto. Quando ele foi pra cima dela, ela reagiu a tapas. Joseph gostou daquilo. Gostou da resistência.


Joseph: Não quer que eu a toque? – Perguntou, segurando as mãos dela – Se protege de mim? – Perguntou, sobre o fato dela ter protegido a barriga. – Eu vou mostrar, Demetria. – Rosnou, por entre um sorriso.

Demetria: Eu vou dar queixa de você, por estupro. – Rosnou, estapeando-o. Joseph riu, enquanto se colocava dentre as pernas dela.

Joseph: Vai denunciar seu marido por transar com você. Resulta absurda, Ma Belle. Mas chega de conversa, eu ainda tenho que te mostrar algo.

E ele a forçou. Naquela noite, Demetria transou com Joseph de um modo que ela não se achava capaz. A situação resultou excitante, porque ela queria ver até onde ele ia, e tinha de proteger o filho. Joseph parecia destinado a violentá-la, e ela não permitiu. Rebateu enquanto pode. Ele fez questão de marcá-la, o pescoço, os seios principalmente... e a barriga ela não deixava ele chegar perto. Mas os gritos dela e os gemidos dele que ecoaram pela casa não eram de dor, eram de tesão e de prazer. As roupas dos dois se tornaram frangalhos no chão, e o corpo de Demetria se chocava contra o chão a cada investida dela. Ela não esqueceu o bebê em momento algum. Se a mão dele chegava perto de sua barriga, ela o segurava, o impedia.

Joseph: Olhe pra mim. – Chamou. Ele soava. Demetria não obedeceu e ele apanhou ela pela maxilar com uma mão, erguendo o rosto dela. Os cabelo dela estava grudado na testa, e ela mal conseguia respirar.

Demetria: Eu odeio você. – Rosnou, ofegante, o azul de seus olhos se encontraram com os dele. E, naquele momento, sob o tesão e o prazer, ele também odiava ela.

O ato se consumou com um grito que veio dos dois. Se houvesse outro apartamento no andar, ouviriam. Mas como não havia... agora só haviam respirações fortemente sôfregas, os dois ofegavam violentamente. Os lábios dos dois estavam inJustin os pelos beijos violentos, a maçã do rosto de Demetria estava vermelha, os seios, as pernas doloridas. A mão dele estava marcada em todos os cantos possíveis da pele dela. Menos na barriga. Transaram como animais, se violentando, se agredindo. Joseph tinha várias marcas de tapas e arranhões que ela lhe deu na intenção de machucar, mas entre mortos e feridos, salvaram-se todos.


Joseph: Isso não foi metade do que eu sou capaz de fazer com você. Não fiz pior, porque prometi não lhe machucar. Mas não teste minha paciência, eu posso perdê-la. – Disse, a voz cortando o silêncio – Tome cuidado quando for me provocar, daqui pra frente. – Disse, sem entonação na voz.

Então ele saiu, largando-a sozinha no chão da sala. Demetria respirou fundo, engolindo a ofensa. Apalpou o ventre, procurando alguma dor. Não havia nada. Ela parou, olhando o teto, deixando seu corpo falar. Vários trechos doíam, mas seu ventre parecia em paz. Ela grunhiu, e se prometeu que nunca mais ele a humilharia assim. Se sentou, sempre prestando atenção a barriga definida, que estava bem. Catou a blusa sem botões e vestiu. Apanhou a saia amarrotada e vestiu. Suas pernas doeram ao se levantar. Agora ela sabia, não poderia provocar Joseph enquanto estivesse grávida, era arriscado demais. Mas se ele pensava que isso ficaria assim, estava muito, mas muito enganado.



Próximo capitulo...

PS. Eu Te Amo - Capitulo 47

Joseph entrou no hospital como um furacão. Sterling ligara avisando que Demetria passara mal, e precisara ser hospitalizada. Que diabo, porque ela não deixara que ele cuidasse dela quando pediu? Ele entrou no quarto onde ela estava, e sua fúria se dissipou. Estava só. Dormia, o rosto levemente caído pro lado, os cachos caindo pelo roupão do hospital. Ele se aproximou, e pegou a mão dela. Demetria acordou alguns minutos depois; ele beijava sua mão. Ela olhou ele, os olhos azuis acusando-o, e o filho em seu ventre agora lhe parecia mais real, mais vivo, só porque ele estava ali. Joseph viu os olhos dela, e sorriu.

Joseph: Veja, um dia longe de mim e você cai doente. – Disse, sorrindo.

Demetria: Me largue. – Ordenou. Joseph fez uma caretinha engraçada, e soltou a mão dela. Distraidamente, a mão dele pousou-se na barriga dela. Demetria prendeu a respiração, os olhos atentos.

Joseph: Calma, Ma Belle. – Disse, estranhando o receio dela – Passa algo?

“Está segurando seu filho, seu grande idiota.”, quase escapou da boca dela. Mas não disse nada. Ele não merecia aquele filho. Negou a pergunta dele com a cabeça.

Joseph: O que o médico disse que você tem? – Perguntou. Demetria ficou quieta – Vamos, neném, não me faça procurá-lo pra perguntar, não custa responder.

Demetria: Desidratação. – Mentiu, com a primeira coisa que lhe veio a cabeça. Joseph ergueu a sobrancelha – Ele disse que eu... eu estou com inicio de desidratação, e com um leve trauma no osso da maxilar. – Jogou. O rosto de Joseph se fechou. Ele nunca teria como saber quem fora o dono do murro que acertara ela.

Joseph: Estará bem? – Perguntou, a mão acariciando a barriga dela. Demetria queria, por tudo, que ele tirasse a mão dali, mas se pedisse resultaria óbvio.

Demetria: Estarei bem quando você sumir da minha vida. – Rosnou, e ele sorriu, tamborilando os dedos no ventre dela. Demetria queria bater nele com o cano do oxigênio, fazer com que saísse dali.

Joseph: Volte a dormir, Ma Belle. Eu estarei aqui. – Prometeu, sorrindo.

Então ele baixou o rosto e beijou o ventre dela. Demetria arregalou os olhos, mas ele repetiu o ato, subindo pela barriga, pelo colo... quando chegou na boca, ela virou o rosto. Ele beijou a bochecha dela, por cima do tubinho do oxigênio. Em seguida beijou a testa, e se afastou. Demetria se pôs a fingir que dormia, pra não vê-lo ali, sentado na poltrona, olhando-a. Tocara o bebê, o beijara, e nem sabia disso... não sabia, nem ia saber. Não enquanto ela pudesse impedir. E logo Selena voltaria da cafeteria, e procuraria briga com ele, acabando com esse tormento. Esse pensamento consolou Demetria, e ela realmente dormiu.

Demetria descobriu, pelo resultado do exame que chegou no dia seguinte, que estava grávida de 2 meses. Descobriu que pelo seu estado nervoso, e pelo que já havia passado, sua gravidez era de risco. Saiu do hospital de braço dado com Selena, ignorando Joseph, que passara a noite toda acordado, velando-a.
Ele tampouco disse nada, só estava preocupado. Chegando em casa...

Joseph: É melhor que descanse, Ma Belle. – Aconselhou, vendo-a largar o envelope de seus exames no sofá, se espreguiçando.

Demetria: Tenho vontade de voltar ao ateliê. Maldito seja, por não ter me deixado ir. – Condenou.

Joseph: Deixa de teimar. Tome um banho, e descanse. É o que eu vou fazer, também, não dormi nada. – Disse, apanhando o envelope, distraído, de cima do sofá – Eu ainda não entendi a história da desidratação. – Disse, a voz meio quebrada de sono, enquanto lia o rotulo do envelope dela.

Então, pra surpresa de Joseph, Demetria arrebatou o envelope de suas mãos. Ele ergueu as sobrancelhas, exasperado pela súbita agressividade dela. Mas Demetria não podia deixá-lo se aproximar do conteúdo daquele envelope. Na primeira linha ele saberia o que, e na segunda teria certeza do porque.


Demetria: Isso é meu. – Disse, levando o envelope as costas. O envelope era dela. O filho era dela.

Joseph: Sabe bem que se eu quiser pegar, eu vou pegar. – Disse, olhando-a.

Demetria: Não lhe diz respeito. – Disse, recuando. Ela viu o olhar dele. – Joseph, NÃO! – Gritou, e ele avançou.

Demetria disparou corredor a fora, ele em seu encalço. Ela quase se bateu com a porta do quarto, e isso deu tempo a ele. Ela, se vendo encurralada no quarto, correu pra dentro do closet, fechando sua porta. Joseph tentou abrir, e ela havia trancado. Demetria olhou pro enorme closet, onde um enorme espelho lhe refletia no final, e pensou em onde o envelope estaria a salvo.


Joseph: Ma Belle, não me obrigue a arrombar a porta. – Pediu, paciente.


Demetria correu até o lugar onde seus sapatos ficavam. Ela sabia que havia uma taboa solta em uma daquela prateleiras. Procurou, e achou. Empurrou os sapatos pro lado, desfazendo os pares arrumadinhos, e puxou a fina camada de compensado. Pôs o envelope lá, o compensado em cima, e organizou os sapatos rapidamente. Ela abriu a porta do closet, ofegante, ele estava parado lá, de braços cruzados.

Demetria: Não é da sua conta. – Repetiu – E não me faça correr. – Recriminou.

Joseph estava tão cansado, que não se deu ao trabalho de revirar o closet. Apenas revirou os olhos, e decidiu tomar um banho.

Próximo Capitulo...