Historias

terça-feira, 30 de dezembro de 2014

PS. Eu Te Amo - Capitulo 54

Joseph veio passar no quarto pra deixar os sapatos. Então olhou, por coincidência, olhou pra porta do banheiro. Corria água por debaixo da porta.

Joseph: Ma Belle? – Perguntou, confuso, vendo a água molhar o carpete do quarto. Ele tentou abrir a porta do banheiro, e estava trancada. – Demetria?! – Perguntou, se assustando – Puta merda.

Se ouviu o estouro da fechadura quebrando, e Joseph entrou no banheiro. Estava tudo molhado. Demetria afundada na banheira. Ele correu, os pés descalços derrapando no piso inundado, e colocou a mão na água. Ela estava de olhos fechados, mas quando ele pegou seu braço ela segurou a mão dele. Demetria abriu os olhos azuis dentro d’água e era como se estivesse pedindo que ele deixasse. Ela tragou a água com mais força, e a fúria riscou o rosto dele, que puxou o braço dela com força. Tendo contato com ar de novo Demetria tossiu fortemente, os pulmões cheios de água. Ela saiu no tapa com ele. Joseph tinha vontade de lhe dar uma bela bofetada, só pela tentativa. Se esquivou dos tapas dela, dos arranhões, e se ajoelhou no chão. Levou um arranhão no pescoço, e três fios de sangue começaram a escorrer. Ela molhava ele em sua raiva, mas ele só se esquivava. Prometeu que não a machucaria. Ele segurou ela pelos ombros e sem conseguir se refrear lhe sacudiu com raiva.

Joseph: ENLOUQUECEU? – Rugiu. Demetria havia caído no choro de novo. Ele a sacudiu mais uma vez – NÃO VÊ QUE EU NÃO VOU MAIS VIVER SEM VOCÊ? SERÁ QUE NÃO PENSA, MEU DEUS?!

Demetria: Você só tem 8 meses. Vai viver sem mim em menos de um ano. – Disse, a voz cortada pelo choro.

Joseph: E VOCÊ VAI ESTAR VIVA! TRABALHANDO, PINTANDO, CIRCULANDO POR AI! EU VOU ESTAR O MAIS PERTO POSSIVEL, VIGIANDO VOCÊ! – Ele não conseguia parar de gritar. Sua fúria era grande demais – NUNCA MORTA, DEBAIXO DE UMA LÁPIDE! EU NÃO VOU ASSISTIR AO SEU ENTERRO, DEMETRIA, EU NÃO SOU CAPAZ! – Ele largou os ombros dela, antes que terminasse levando-a de volta ao hospital – Condenada seja, meu mundo gira em torno de você. – Rosnou, se afastando, sentando no chão e pondo as mãos na cabeça. Precisava se acalmar.

Demetria apenas chorou. Deixou os soluços virem, até que se acalmaram. Joseph continuava com a cabeça entre as pernas. Queria apagar aquela imagem da sua cabeça a todo custo, entretanto não conseguia. Pálida como estava, debaixo d’água, poderia estar morta. Um minuto a mais e ela estaria. Ele não viu nada, só sentiu as mãos dela puxarem sua camisa. Sabia o que ela queria; era o que ele precisava. Respondeu o beijo dela com agressividade, pegando-a pelos ombros com força de novo. Demetria arfou com a agressividade dele, mas não reclamou. Precisava se sentir viva, precisava se sentir mulher. Joseph entrou na banheira de joelhos, jogando mais uma onda de água no chão do banheiro. Largou os ombros dela, as mãos descendo arrastadas por seu corpo, e puxou ela pro seu colo, se sentando na banheira. Demetria sentiu as mãos dele arrastando seus cabelos, e ela o olhou, arfante.

Joseph: Nunca mais... Não se atreva nem a pensar... Nem cogitar... – Rosnou, e Demetria apenas o encarou, o rosto molhado, pálido, tremulo. Ela ainda tossia brevemente. O cabelo grudado no rosto, os olhos de boneca assustados pela mudança das coisas.

Ele com um gemido derrotado de sua garganta avançou pra ela de novo, tomando seus lábios. Demetria retribuiu o beijo, arqueando no colo dele, que lhe segurou com a mão forte pela base das costas. Ela não viu nada, mas sentiu a mão dele puxando seu sutiã. O feixe traseiro estourou, libertando os seios dela. Joseph desceu o rosto pelo colo até chegar nos seios dela. Demetria segurou os cabelos molhados dele, sentindo o corpo começar a tremer. Não demorou muito, Joseph tomou posse do corpo dela, os dois ainda na mesma posição, mas despojados das roupas. Demetria gritou com a invasão agressiva ao seu corpo, e ele calou a boca dela com um beijo. A sensação era maravilhosa. Os corpos dos dois se movendo juntos, violentamente, a água fria entre os dois, vindo da torneira que permaneceu aberta, a banheira transbordando água que corria pra dentro do quarto dos dois, assim como os gemidos que saiam sem querer. E como Joseph dissera certa vez, juntos eles eram bons. Condenadamente bons.

Demetria e Joseph estavam deitados na banheira cheia. Ele deitado, e ela por cima de seu peito, abraçando-o. Assim que se recuperou do orgasmo da ultima transa, Joseph enfim fechou a torneira da banheira e se deitou, aninhando-a em seus braços. Os cabelos dela boiavam em torno dos dois, e fazia frio ali. Joseph demorou muito tempo quieto, o rosto molhado, com ela presa em seus braços, sentindo seu coração bater descompassadamente contra o peito dele. E era o som mais importante da vida dele, pensou enquanto olhava os azulejos do banheiro. O som do coração dela, bombeando o sangue e a vida dela. Então ele falou.

Joseph: Demetria... – Começou. Ela pôs um dedo enrugado pela água fria nos lábios dele, encarando-o. Sabia o que ele ia dizer.

Demetria: Mantenha isso calmo por algum tempo. – Pediu, os olhos azuis reluzindo aos verdes dele.

Joseph: Prometa. Prometa agora. – Insistiu, sério.

Demetria: Prometo. – E ele viu nos olhos dela. Ela não faria de novo.

Ele a abraçou, passando a mão em seus cabelos molhados, e respirou fundo. Manteve aquilo calmo. Até que de tão calmo, tornou-se frio. Os dois se levantaram, e Joseph puxou o tampão da banheira, deixando a água ir embora. Ele e Demetria se secaram, se vestiram. Joseph enrolou o carpete do quarto, pesado de água, e o arrastou dali. Demetria demorou algum tempo pra secar o chão do banheiro com um esfregão, e secar a banheira com uma flanela. Enfim, estava tudo no lugar.
Joseph se sentou na cama, e chamou ela com a mão. Ela foi, engatinhando na cama, e se abraçou a ele.

Joseph: Por um momento... só por um segundo... eu achei que era tarde. – Admitiu, olhando pra frente. Demetria o observou, aninhada em seu peito. Os olhos dele estavam atormentados com a lembrança – Porque fez aquilo, Demetria? Eu sou tão desprezível ao ponto de que você fosse me castigar daquele jeito? – Perguntou, encarando-a.

Demetria: Eu... eu não fui capaz de segurar o nosso filho, Joseph. Eu sou inútil. – Disse, por fim.

Joseph: Não foi sua culpa. – Disse, acariciando o rosto dela.

Demetria: É sim. Ele estaria aqui, entre nós, se eu pudesse... – Interrompida.

Joseph: Não foi sua culpa. Se dependesse de você, ele estaria aqui. Foi um aborto espontâneo. – A palavra doía nos dois – E eu posso fazer outro filho em você, até que... até que meu tempo acabe. – Disse, franzindo o cenho com a perspectiva. É como se o relógio fosse seu inimigo. Demetria riu de leve.

Demetria: Vamos ver. – Disse, tristonha.

Joseph: Podemos tentar. – Disse, sorrindo malicioso, enquanto deitava ela com cuidado, beijando seu rosto várias vezes. Demetria riu enquanto sentia o peso dele sob seu corpo e as cócegas de seus beijos. – Eu te amo. – Disse, beijando os lábios dela de leve.

Demetria: Eu também. – Respondeu, breve, e o abraçou, deixando que o rosto dele repousasse em seu colo. A dor dos dois era a mesma, e isso servia pra uni-los, de um modo ou de outro.

Sem dizer mais nada, os dois dormiram. Foi uma noite tranqüila. Quando Joseph acordou, ainda estava abraçado a Demetria, como dormira. Ela acordou pouco depois, e surpreendendo-o, disse que iria trabalhar. Ele respeitou, afinal nem a ginecologista do hospital nem o próprio Robert a proibiram de nada. Ter tempo pra pensar não era bom. Já tinha se preparado pra passar o dia com ela, mas como ela foi trabalhar, ele foi também.


proximo capitulo...

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