PS. Eu Te Amo - Capitulo 45

Sterling: Corrigindo. Agora sim fudeu. – Assoviou, pondo as mãos nos bolsos.

Joseph: Demetria? – Disse, desesperado, se sentando e sentando a esposa. Ele pegou o rosto dela dentre as mãos, e viu a boca partida, um grosso fio de sangue correndo pela lateral, o rosto pálido, assustado, os olhos chocados. – Meu Deus, meu amor. – Lamentou, olhando o machucado dela. Demetria não disse nada, estava tremula. Joseph se mataria se ele tivesse sido o autor daquele golpe, mas não sabia dizer.

Selena: E A CULPA É TODA SUA, SEMPRE! – Acusou, batendo em Joseph, que se curvou pra proteger Demetria, recebendo as unhadas dela pelo pescoço. Selena nem percebeu, só sentiu quando a perna dele enlaçou as dela, fazendo-a cair sentada.

Nicholas : Selena, para. – Pediu ,cansado.

Kristen: Rob. – Choramingou, se ajoelhando ao lado do marido. O restaurante todo olhava a cena.

Policial: Os senhores, - Apontou pra Robert e Kristen - A senhora, - Apontou pra Demetria. – A senhora também, - Disse pra Selena, que insistia, nervosa, em bater em Joseph. Mas o moreno estava mortificado, olhando a boca partida de Demetria. Não queria pensar na força do soco que ela recebera. Lhe dava náuseas pensar. – Me acompanhem, por favor.

Sterling: Epa. – Disse, se adiantando. O policial o olhou. Sterling foi até Nicholas  e mirou um murro nele, mas na hora do impacto Nicholas  desviou e deu uma cotovelada nas costas do louro, que caiu de barriga, rindo – Eu estou na briga. Vai ter que me levar também. – Disse, prendendo o riso.

Policial: Que seja. – Deu de ombros, fazendo uma careta.

Robert: Cuida dela, Nicholas ? – Pediu, consolando Kristen.

Kristen: Não, eu vou com você! – Disse, se abraçando a ele.

Nicholas : Eu vou pagar a conta, acertar com o dono do restaurante com o prejuízo da briga, e nós iremos atrás. – Prometeu. Kristen assentiu, ainda assustada.

Policial: Me acompanhem. – Repetiu.

Joseph levantou com Demetria nos braços, e foi. Robert levou Selena. Sterling foi de livre e espontânea vontade. No fim, todos 5 estavam no camburão da policia. Nicholas  pagou os prejuízos e seguiu a viatura com Kristen, em uma Mercedes conversível, tão negra quanto a noite. Chegaram a delegacia, e foram criar o boletim de ocorrência. Nem precisava. Havia uma mulher com uma quase hemorragia na boca, e dois homens com os rostos deformados. Robert tinha a sobrancelha sangrando violentamente, juntamente com o nariz. Joseph tinha o lado esquerdo do rosto plenamente inchado, ficaria roxo, e o nariz sangrava energeticamente. Selena tinha o rosto vermelho de raiva e uma perna inJustin a. Sterling não tinha nada, mas estava animado. As fichas foram feitas, as fianças foram pagas, e eles foram liberados. Joseph, Robert e Demetria foram levados a uma sala onde lavaram os rostos. A sobrancelha de Robert voltou a sangrar imediatamente, mas quando saíram da delegacia tinham uma aparência menos impactante. Robert saiu abraçado a Kristen, consolando-a e tranqüilizando-a. Joseph saiu amparando Demetria. Nicholas  conversava com Selena, e Sterling assoviava. Cada um foi pro seu lado, foi então que Demetria parou de andar.

Joseph: O que há? – Perguntou, vendo o rosto pálido dela, e os lábios que sujos de sangue contrastando. O olhar dela parecia quebrado, fraco. Sua respiração era rasa, superficial – Ma Belle? – Chamou, preocupado, pegando o rosto dela com uma mão enquanto estudava seu olhar.

Então Demetria desmaiou.

Joseph amparou ela imediatamente. Os cabelos dela balançaram levemente ao ar, e Joseph se descobriu desesperado.

Joseph: Ma Belle? – Chamou, dando tapinhas leves no rosto dela – Demetria, pela graça de Deus, acorde. – Implorou, sacodindo-a de leve.

Do mesmo modo como caiu, os olhos dela se abriram. Joseph respirou pesadamente. Demetria olhou em volta, parecendo se situar, e ele esperou. Então ela segurou seu braço, se pondo de pé.

Demetria: Eu quero ir pra casa. – Disse,passando a mão nos olhos.

Joseph não disse nada. Pegaram um taxi, voltando ao restaurante. De lá, seguiram no carro de Joseph até em casa. Ao chegarem lá, Demetria já estava completamente recuperada. Foi ela que abriu a porta do apartamento. Joseph ficou quieto, esperando pelo que viria.

Demetria: Porque? – Perguntou, olhando-o, enquanto ele tirava o terno.

Joseph: Eu não sou obrigado a ouvir piadinhas só porque ele é seu amigo, Demetria. – Disse, desabotoando o colarinho.

Demetria: É falta de confiança. – Acusou. Joseph a olhou, incréSelo.

Joseph: Confiança nada tem a ver com isso. – Disse, desabotoando os pulsos da camisa.

Demetria: Se confiasse em mim, as piadinhas podiam ser motivo até pra graça. Nunca pro que você fez hoje. – Rosnou, irritada.

Joseph: Eu disse a você que não queria ir. – Lembrou.

Demetria: Sabe qual o problema, Joseph? É que você acha que eu sou como você. – Disse, e ele ergueu o rosto.

Joseph: Como é?

Demetria: Sabe como Robert é. Sempre provocando, sempre semeando a duvida. Mas pra você, só dele citar que eu pudesse ter estado com outro, E EU SEI QUE FOI ISSO QUE ELE FALOU! – Gritou, e Joseph ficou quieto, olhando-a – Não precisava nem semear. É só jogar a isca, e você cai. Me expôs ao ridículo.

Joseph: Não sabe o que diz. – Condenou.

Demetria: Eu não sou como você. Eu não sou capaz de trair, Joseph.

Joseph apenas a olhou. Essa situação, essa acusação em olhares e palavras estava transbordando por ele. Estava virando raiva. Havia errado, sim, e havia se disposto a pagar. Mas se ela o aceitara, não era pra isso. Então ela tirou as palavras da sua boca.

Demetria: Não está dando certo. – Disse, e ele ergueu as sobrancelhas.

Joseph: Não?

Demetria: Não. Eu bem tentei, e Deus sabe como. Mas eu não confio em você, e pelo visto você tampouco em mim. Não dá pra ser assim.

Joseph: E você quer saber de uma coisa, Ma Belle? – Perguntou, e ela esperou. Viu o olhar dele se enfurecer instantaneamente – Chega. Pra mim, já basta. Eu tenho sido o marido exemplar, o marido desenhado à mão. Eu nunca reclamo de nada, eu nunca me expresso, eu faço só o que é de seu gosto. Eu tenho sido um fantoche. – Completou – E eu não sou assim. Eu não sou isso, e você sabe que não. Sabe que não, mas adorou me ver curvado a você.

Demetria: Nada mais justo depois do que me fez. – Alfinetou.

Joseph: OH, TUDO BEM! EU VOU PASSAR A VIDA INTEIRA PAGANDO POR AQUILO, ENTENDI! – Rugiu, furioso.

Demetria: VOCÊ ME TRAIU, JOSEPH! ME ENGANOU, JOGOU MINHA CONFIANÇA FORA!

Joseph: FOI SEXO! NÃO TEVE IMPORTÂNCIA NENHUMA! EU ESTOU TENTANDO TE MOSTRAR ISSO HÁ MESES, TENTANDO TE EXPLICAR QUE NÃO TEVE IMPORTÂNCIA NENHUMA PRA MIM, FOI SÓ SEXO! – Ele respirou fundo – Mas você me acusa como se eu tivesse matado um humano. O cruel Joseph, que provavelmente é capaz de cozinhar filhotinhos de cachorro vivos, de tão cruel que é. – Ironizou.

Demetria: O que esperava que eu fizesse? Abrisse os braços e sorrisse? – Perguntou, um sorriso debochado nascendo em seu rosto.

Joseph: Eu a amo mais que a mim mesmo. Mais que ao meu ego, mais que ao meu orgulho, mais que a minha vida. Eu pensei que isso bastaria.

Demetria: Eu também pensei. E a cada vez que era demais pra mim, Joseph, eu buscava sexo. – Confessou – Ah, sim. – Disse, vendo o olhar dele – Fazia com que tudo fugisse da minha mente, era como uma ponte pra que eu pudesse começar de novo.

Joseph: Então isso explica os últimos dias. – Debochou.

Demetria: Não. Aquilo foi vontade, nada teve a ver. – Admitiu – O que não muda nada. Só que pra mim, basta.

Joseph: Pois muito bem. Se é pra você continuar nesse comportamento, voltamos a estaca zero, porque pra mim também não dá. – Ele viu as sobrancelhas dela se erguerem – Tudo pra te agradar, pra te mimar, pra te ver feliz, e você sempre com uma pedra na mão. Eu errei, sim, mas perdão foi feito pra quem erra.

Demetria: Voltamos à estaca zero, então. – Ela sorriu – Fora da minha casa. – Ordenou, decidida.

Então, pra surpresa dela, Joseph riu. E não era o Joseph dócil que havia sido seu marido nos últimos 2 meses. Era o Joseph sarcástico, que tinha se plantado em seu apartamento, e sufocado-a com éter. Demetria rosnou, e ele parou de rir, com um sorriso malévolo no rosto. O sorriso se refletia em seu olhar.

Joseph: Eu ainda tenho 8 meses, Ma Belle. Não vou embora tão cedo. – Lembrou, apanhando seu terno no sofá. Ainda sorria consigo mesmo – E não se atreva a tirar essa aliança da mão, a não ser que queira que eu a coloque de volta a força. – Avisou.

Demetria observou ele passar por ela, entrando no corredor e sumindo no quarto. Ela se deixou cair na poltrona dele, cobrindo o rosto com as mãos. Não tirou a aliança. Não se sentia bem. Estava tonta, e sentia pontadas desagradáveis no ventre. Queria chorar, mas não choraria. Ouviu o chuveiro do banheiro ser aberto, e se encolheu, se abraçando. Não havia posição confortável, seu coração e seu ventre doíam demais. Então ela fechou os olhos e se abandonou, esquecendo-se de onde estava e de quem era, abandonando assim a dor. Estava acabado agora.

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