Historias

segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

PS. Eu Te Amo - Capitulo 47

Joseph entrou no hospital como um furacão. Sterling ligara avisando que Demetria passara mal, e precisara ser hospitalizada. Que diabo, porque ela não deixara que ele cuidasse dela quando pediu? Ele entrou no quarto onde ela estava, e sua fúria se dissipou. Estava só. Dormia, o rosto levemente caído pro lado, os cachos caindo pelo roupão do hospital. Ele se aproximou, e pegou a mão dela. Demetria acordou alguns minutos depois; ele beijava sua mão. Ela olhou ele, os olhos azuis acusando-o, e o filho em seu ventre agora lhe parecia mais real, mais vivo, só porque ele estava ali. Joseph viu os olhos dela, e sorriu.

Joseph: Veja, um dia longe de mim e você cai doente. – Disse, sorrindo.

Demetria: Me largue. – Ordenou. Joseph fez uma caretinha engraçada, e soltou a mão dela. Distraidamente, a mão dele pousou-se na barriga dela. Demetria prendeu a respiração, os olhos atentos.

Joseph: Calma, Ma Belle. – Disse, estranhando o receio dela – Passa algo?

“Está segurando seu filho, seu grande idiota.”, quase escapou da boca dela. Mas não disse nada. Ele não merecia aquele filho. Negou a pergunta dele com a cabeça.

Joseph: O que o médico disse que você tem? – Perguntou. Demetria ficou quieta – Vamos, neném, não me faça procurá-lo pra perguntar, não custa responder.

Demetria: Desidratação. – Mentiu, com a primeira coisa que lhe veio a cabeça. Joseph ergueu a sobrancelha – Ele disse que eu... eu estou com inicio de desidratação, e com um leve trauma no osso da maxilar. – Jogou. O rosto de Joseph se fechou. Ele nunca teria como saber quem fora o dono do murro que acertara ela.

Joseph: Estará bem? – Perguntou, a mão acariciando a barriga dela. Demetria queria, por tudo, que ele tirasse a mão dali, mas se pedisse resultaria óbvio.

Demetria: Estarei bem quando você sumir da minha vida. – Rosnou, e ele sorriu, tamborilando os dedos no ventre dela. Demetria queria bater nele com o cano do oxigênio, fazer com que saísse dali.

Joseph: Volte a dormir, Ma Belle. Eu estarei aqui. – Prometeu, sorrindo.

Então ele baixou o rosto e beijou o ventre dela. Demetria arregalou os olhos, mas ele repetiu o ato, subindo pela barriga, pelo colo... quando chegou na boca, ela virou o rosto. Ele beijou a bochecha dela, por cima do tubinho do oxigênio. Em seguida beijou a testa, e se afastou. Demetria se pôs a fingir que dormia, pra não vê-lo ali, sentado na poltrona, olhando-a. Tocara o bebê, o beijara, e nem sabia disso... não sabia, nem ia saber. Não enquanto ela pudesse impedir. E logo Selena voltaria da cafeteria, e procuraria briga com ele, acabando com esse tormento. Esse pensamento consolou Demetria, e ela realmente dormiu.

Demetria descobriu, pelo resultado do exame que chegou no dia seguinte, que estava grávida de 2 meses. Descobriu que pelo seu estado nervoso, e pelo que já havia passado, sua gravidez era de risco. Saiu do hospital de braço dado com Selena, ignorando Joseph, que passara a noite toda acordado, velando-a.
Ele tampouco disse nada, só estava preocupado. Chegando em casa...

Joseph: É melhor que descanse, Ma Belle. – Aconselhou, vendo-a largar o envelope de seus exames no sofá, se espreguiçando.

Demetria: Tenho vontade de voltar ao ateliê. Maldito seja, por não ter me deixado ir. – Condenou.

Joseph: Deixa de teimar. Tome um banho, e descanse. É o que eu vou fazer, também, não dormi nada. – Disse, apanhando o envelope, distraído, de cima do sofá – Eu ainda não entendi a história da desidratação. – Disse, a voz meio quebrada de sono, enquanto lia o rotulo do envelope dela.

Então, pra surpresa de Joseph, Demetria arrebatou o envelope de suas mãos. Ele ergueu as sobrancelhas, exasperado pela súbita agressividade dela. Mas Demetria não podia deixá-lo se aproximar do conteúdo daquele envelope. Na primeira linha ele saberia o que, e na segunda teria certeza do porque.


Demetria: Isso é meu. – Disse, levando o envelope as costas. O envelope era dela. O filho era dela.

Joseph: Sabe bem que se eu quiser pegar, eu vou pegar. – Disse, olhando-a.

Demetria: Não lhe diz respeito. – Disse, recuando. Ela viu o olhar dele. – Joseph, NÃO! – Gritou, e ele avançou.

Demetria disparou corredor a fora, ele em seu encalço. Ela quase se bateu com a porta do quarto, e isso deu tempo a ele. Ela, se vendo encurralada no quarto, correu pra dentro do closet, fechando sua porta. Joseph tentou abrir, e ela havia trancado. Demetria olhou pro enorme closet, onde um enorme espelho lhe refletia no final, e pensou em onde o envelope estaria a salvo.


Joseph: Ma Belle, não me obrigue a arrombar a porta. – Pediu, paciente.


Demetria correu até o lugar onde seus sapatos ficavam. Ela sabia que havia uma taboa solta em uma daquela prateleiras. Procurou, e achou. Empurrou os sapatos pro lado, desfazendo os pares arrumadinhos, e puxou a fina camada de compensado. Pôs o envelope lá, o compensado em cima, e organizou os sapatos rapidamente. Ela abriu a porta do closet, ofegante, ele estava parado lá, de braços cruzados.

Demetria: Não é da sua conta. – Repetiu – E não me faça correr. – Recriminou.

Joseph estava tão cansado, que não se deu ao trabalho de revirar o closet. Apenas revirou os olhos, e decidiu tomar um banho.

Próximo Capitulo...

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