Historias

quinta-feira, 29 de maio de 2014

PS. Eu Te Amo - Capitulo 18

Nicholas : O que houve com seu rosto? - Perguntou, após entrar na sala de Joseph.

Joseph tinha o lábio inferior inchado, vermelho e inflamado. A face esquerda tinha uma forte mancha vermelha, estampada da pele pálida. Joseph sorriu, e Nicholas  viu os talhos que os dentes de Demetria deixaram na mordida.


Joseph: Minha esposa tem um temperamento difícil. - Explicou, dando de ombros - Eu não entendo o porque disso tudo. Tudo bem, eu errei redondamente, mas ela parece mudar de uma hora pra outra.

Nicholas  observou Joseph por um instante. Joseph parecia pensar. Nicholas  avaliou o borrão vermelho no rosto dele, e pensou na briga que deveriam ter tido. Joseph o observou, e viu ele respirar fundo, parecendo procurar palavras.


Nicholas : Joseph, porque as pessoas se casam? - Perguntou, desabotoando o terno.

Joseph: Amor? - Perguntou, estranhando a pergunta.

Nicholas : Também. - Disse, e pôs as mãos nos bolsos da calça - Mas, pense comigo. Venha, olhe lá fora. - Joseph girou a cadeira e se deparou com a parede de vidro de seu escritório. Principalmente se via o céu, pela altura. Mas, lá embaixo, o centro da cidade, em sua agitação normal - Veja quantas vidas.

Joseph: E... - Perguntou, se sentindo um passo atrás. Nicholas  o fazia se sentir assim freqüentemente. Ele não gostava disso.

Nicholas : As pessoas vem e vão o tempo todo. - Disse, olhando a cidade pela vidraça - A vida passa despercebida. Quando você se casa, você está garantindo que a sua vida não vai passar despercebida. Vai haver sempre uma testemunha pra ouvir seus problemas, compartilhar suas alegrias. - Ele respirou fundo - Quando você se casa, faz uma promessa: "Sua vida nunca ficará sem testemunhas, porque eu serei sua testemunha." - Concluiu.

Joseph: E Demetria... - Começou, entendendo.


Nicholas : A vida de Demetria passou despercebida tempo demais. Não houve ninguém pra abraçar ela em uma noite de chuva, ou pra fazer companhia. Não houve ninguém pra testemunhá-la. - Ele se virou, dando as costas a Joseph - Você prometeu ser a testemunha dela. Você falhou.

Joseph: Então ela não confia. - Concluiu.

Nicholas : Ela se recolheu em um casulo forte e firme pra se proteger. Agora você chegou com um canivete afiado e quer cortar o casulo dela. Ela se acostumou a ser sozinha.

Joseph: Mas eu tento me aproximar, tento ser o marido dela. Ela é que não permite. - Disse, mostrando a face esquerda do rosto, com um sorriso debochado.

Nicholas : Ela não permite porque ela não entende. - Disse, recolhendo uns papéis - Você simplesmente arrasou a vida dela, sumiu, e voltou como se nada tivesse acontecido. É claro que ela não vai perdoar. Não do modo como você tá tentando.

Joseph: Entendo.

Nicholas : Você já tentou se justificar? Contar seu lado da história? Bom, se houver um lado bom nessa história vindo da sua parte. - Censurou.

Joseph: Não. Eu pensei que não tocar no assunto fosse a melhor maneira.

Nicholas : Esse é o problema. Do jeito que está, você está dando facada em água. - Disse, se encerrando.

Joseph: Falando em problema. - Sorriu, olhando a vidraça. Um taxi parou na frente da empresa, e Demetria saiu dele, um sobretudo preto, salto alto, os cabelos sendo levados pelo vento. Parecia furiosa. Ele sabia porque.

Nicholas : Boa sorte. - Desejou, olhando Demetria, que sumiu na recepção do prédio. Então saiu da sala.

Joseph sorriu consigo mesmo, e deu a volta na cadeira, virando-se pro seu escritório. Não mexeu em nada. Apenas esperou que Demetria aparecesse pela porta. Seria um lindo flashback de quando ela ia atrás dele no trabalho, irritada. Joseph sorriu com as lembranças, e esperou.

Demetria entrou no escritório como um furacão. A porta bateu atrás de si, e Joseph se deslumbrou de como a fúria a deixava linda. Os olhos dilatados, os cachos caindo no sobretudo preto, aberto, que mostrava um Jeans escuro e uma blusa preta, com decote em V.

Joseph: Surpresa agradável. – Disse, sorrindo pra ela.

Demetria: Que palhaçada é essa? – Perguntou, direta, lançando mão de vários papeis na mesa dele.

Joseph olhou, só por olhar. Eram as contas dela. Demetria acordou as pressas pra sair e pagar as contas, mas encontrou todas pagas. Água, luz, gás, até a conta do celular dela. Joseph sorriu.


Joseph: São contas. – Disse, se fazendo de desentendido.

Demetria: Não quero brigar com você hoje. – Disse, cansada, tirando algo do bolso interno do sobretudo.

Joseph: E isso é bom. Pra nós dois, pra minha saúde física. Bom em geral. – Brincou.

Demetria tirou um cheque pronto do bolso da jaqueta e jogou na mesa dele. Joseph olhou, já sem o sorriso, e apanhou o papel.

Joseph: Assim você me ofende. – Disse, enquanto rasgava o cheque, sem nem olhar o valor.

Demetria: São minhas contas. Eu pago. – Disse, tirando o talão de cheques do bolso.

Joseph: Eu vou rasgar de novo. – Avisou, se recostando na cadeira. Demetria suspirou.

Demetria: Eu vou pagar em dinheiro. Rasgue, e será problema seu. – Disse, guardando o talão de cheques.

Joseph: E encontrará o dobro da quantia dentro da caixa de um dos seus sapatos. – Disse, tranqüilo.

Demetria: VOCÊ É INSUPORTÁVEL! – Gritou, exaltada.

Joseph tomou fôlego pra rebater, então viu Nicholas , fechando a porta que Demetria havia deixado aberta. Nicholas  o encarou, calmamente, e fechou a porta. Joseph respirou fundo e desistiu de falar.


Joseph: Paciência, Ma Belle. – Pediu, quieto na cadeira.

Demetria: Eu odeio você. – Disse, ofegando de raiva.

Joseph: Na verdade, você me ama. – Corrigiu, calmo, se inclinando sobre a mesa.

Ele viu o olhar de Demetria recair na mesa, e ela parou por um instante. Ele sorriu. Sabia do que ela estava lembrando. Já havia lhe feito amor naquela mesa, várias vezes. Demetria recuou um passo, na defensiva, e Joseph espalmou a mão forte, a aliança reluzindo no dedo, na mesa. Demetria o encarou, furiosa, e então saiu, batendo a porta com força. Joseph riu. Demetria apanhou o táxi e voltou pra casa. Precisava fazer algo, pensou, enquanto andava de um lado pro outro. Não conseguia pensar em nada. A única idéia era fugir do país. Mas não iria, não agora que sua carreira dera certo. Então o interfone tocou.


Demetria: Sim? – Perguntou, após atender.

Porteiro: Tem uma senhorita aqui que diz que tem uma encomenda pra senhora.

Demetria: Encomenda? – Perguntou, confusa – Deixa subir.

Demetria desligou o interfone e tirou o sobretudo, procurando relaxar. Logo a campainha tocou. Demetria avançou, os saltos fazendo um barulho leve no chão, e abriu a porta. Lá havia uma morena, os cabelos em um tom meio cobre e meio achocolatado. Seus olhos eram castanhos, a pele era delicada, era linda. Usava uma camisa de botões, branca, e tinha os primeiros botões abertos. A calça era linho preto, e um tamanco branco. O principal: não havia encomenda alguma em suas mãos.

Demetria: Pois não?

Ashley : Demetria me chamo Ashley . – Demetria assentiu – Vim a mando de Joseph.

Demetria: Para?

Surpreendendo Demetria, Ashley  entrou no apartamento. Demetria ergueu as sobrancelhas, e fechou a porta.


Ashley : Sou arquiteta. Joseph me pediu para avaliar o escritório dele e mandar fazer as alterações, de um modo que não atinja seu ateliê e não prejudique o escritório dele. – Resumiu. Demetria levou aquilo como um tapa na cara. Joseph era doente ou o que? – Onde fica o escritório? – Perguntou, educada.

Demetria: Olha, eu sinto muito, mas...

Ashley : Desculpa, Demetria, eu sei Joseph é difícil, mas ele é ainda mais difícil com quem não cumpre suas ordens. – Justificou. Demetria assentiu.

Demetria: Ali. – Apontou. Ashley  agradeceu e sumiu pela porta indicada.

Demetria ficou sozinha, mortificada com isso. Então pegou o sobretudo no sofá, as chaves do carro, e saiu desembestada. Ashley  ouviu isso do ateliê, enquanto avaliava a sala. Pegou um pequeno celular, discando alguns números.


Ashley : Joseph? – Joseph respondeu - Ela fugiu de novo. – Avisou, tranqüila.


Próximo Capitulo...

quarta-feira, 28 de maio de 2014

PS. Eu Te Amo - Capitulo 17

Demetria emSterlingu no lugar, olhando pra frente. Sterling olhou em volta. Nicholas  avançou, sendo barrado por Sterling. O louro encarou Nicholas  brevemente, e o olhar o mandava ficar, então saiu, sumindo na porta da cozinha. Demetria tinha a maxilar trancada, o nariz inflado, e Nicholas  apenas observava, o rosto impenetrável.

Demetria ficou empedrada no lugar. E se Joseph estivesse agarrando Selena? Sterling lhe diria. Mas como chegaria a dizer? Aliás, Nicholas  lhe diria se soubesse onde Joseph tinha estado, não diria? Mas não disse. Demetria saiu em retirada imediatamente, correndo, e Nicholas  se manteve em seu lugar. Descobriu que precisava ver com seus olhos, não acreditaria em nada que Sterling lhe dissesse. Demetria alcançou Sterling no corredor.

Demetria: Sai. – Murmurou, e Sterling, respirando fundo, saiu da frente.

Demetria abriu a porta, e se deparou com a cozinha. Selena estava encolhida em um canto, com a cara absurdamente enfezada, como se não quisesse estar ali. E não queria. Só estava pelo maldito molho, que ela mexia em fogo brando, quatro vezes no sentido anti-horário e duas no horário. Joseph estava no outro canto da cozinha, a cara dentro do armário, os braços remexendo as coisas. Demetria quase cambaleou de um sentimento que ela não soube descrever. Alivio, talvez. Dor, principalmente. Joseph estava concentrado, não a viu. Ela viu quando o nariz dele se mexeu minimamente, e ele sorriu levemente. Sentira o cheiro dela.


Eu somente quero ir pra casa
Sinto sua falta, você sabe. ♫

Joseph: Amor, onde você pôs o saca rolhas? – Perguntou, olhando o armário.

Demetria: Não sou seu amor. – Corrigiu, a voz meio mortificada, enquanto avançava na cozinha. Sterling estava parado na porta da cozinha, encostado na porta. Ela abriu uma gaveta perto de onde ele estava e tirou o objeto prateado, pondo-o em cima do batente, perto de Joseph – E aqui está.

Joseph: Sim, é o meu amor. – Rebateu, mordendo a orelha dela, que se afastou.

Demetria: Vá pro inferno, Joseph. – Mandou, emburrada. Joseph riu, apanhando o saca rolhas.

Demetria viu Joseph avançar pra fora da cozinha, e ia levando ela. Então se adiantou, fugindo do toque dele, e saiu pelo corredor, deixando Sterling e Selena pra trás.

A noite percorreu, surpreendendo Demetria, normal e agradável. Uma vez que ela conseguiu se acalmar, as coisas fluíram. Selena se aninhou ao lado de Nicholas  e simplesmente se reservou a não olhar nem falar com Joseph. Mas este conversava com os outros, ria, era até agradável. Ele e Sterling formavam uma ótima dupla, Nicholas  era mais reservado. Então se fez hora de partir. Todos foram embora, e sobraram Demetria e Joseph, sozinhos no silêncio, novamente. Demetria recolheu a louça, pondo-as na pia. Joseph a observava ir e vir, então ela não veio mais. Ele foi atrás dela. Ela estava com uma bandeja na mão, raspando os pratos, em seguida colocando-os na maquina de lavar louça.

Eu continuo guardando as cartas que eu te escrevi.
Cada uma com uma linha, ou duas.
“Eu estou bem, meu amor, como você está?” ♫

Demetria: Pelo amor de Deus! – Exclamou, se apoiando na pia pra se recuperar do susto de vê-lo parado ali.

Joseph: Porque não o deixa ai? – Perguntou, calmo.

Demetria: Gosto de dormir com a casa em ordem. – Justificou, curta, enquanto colocava a ultima travessa na entrada de louças. O objeto logo sumiu.

Joseph observou Demetria jogar os restos de comida no triturador, e por a travessa pra lavar. A pia terminou limpa. Ela abriu o jato de água e, Joseph não sabia para quê, já que as mãos dela estavam limpas, lavou-as.


Demetria: Precisamos conversar. – Disse, secando as mãos.

Joseph: De acordo. – Disse, surpreso.

Demetria: Não é o que pensa, não crie ilusões. – Cortou, dura. – Você está aqui. E precisará de um lugar pra dormir, a não ser que queira ficar no sofá. A mim, me dá igual. – Esclareceu, saindo dali.

Joseph sorriu e acompanhou Demetria pelo corredor, enquanto a loura avançava pro seu quarto. Ela prendeu os cabelos relaxadamente, e ele observou com fascínio. Então ela parou em seu quarto.

Joseph: Não vejo o problema. Vou dormir no meu quarto, com a minha mulher.

Demetria: Olhe, eu estou cansada. – Um trovão soou lá fora. A chuva era cruel. – Eu estou cansada.

Joseph: Demetria, eu não costumo deixar as coisas inacabadas. Trabalhos. Meu casamento. – Comentou, com a mão no bolso. Demetria suspirou. – Hoje eu comecei algo, e fui interrompido. Eu não gosto de ser interrompido.

Bem sei que deveria te enviá-las, mas sei que isto não é o bastante.
Minhas palavras são frias e vazias,
E você merece mais que isto ♫

Demetria: Eu não... o que...?

Joseph: Vamos, Ma Belle. Você consegue. – Incentivou. Demetria o olhava, cansada, com sono, sem querer se dar ao trabalho de pensar – Pois bem. Vai lembrar, de qualquer modo. Eu não deixo as coisas inacabadas. Eu comecei, eu vou terminar.

Demetria não viu nada. Ele só avançou até ela, um braço forte a abraçou pela cintura, e ele aproximou seu rosto do dela, deixando-o a milímetros de distancia. Ele abriu os olhos um instante para encará-la, viu a surpresa nos olhos dela, e em seguida a beijou.

O beijo não era agressivo. Era a continuação do beijo do sofá. Calmo, doce, terno. E um turbilhão de imagens na cabeça de Demetria. Os primeiros dias, o casamento, a mudança pro apartamento, as noites incansáveis de amor nos braços dele... nos braços dele... Selena nos braços dele, na sala dela. A dor. A solidão. Desespero. Então Demetria apanhou o lábio inferior dele entre os dentes e o mordeu com toda a força que conseguiu reunir. Joseph grunhiu e se afastou dela, surpreso, sentindo o sangue inundar sua boca rapidamente.

Me deixe ir pra casa.
Eu estou tão longe de onde você está,
Mas eu quero ir pra casa ♫

Joseph: Hum... – Ele passou a mão na boca. A mão voltou toda borrada de sangue – Minha pequena tigresa selvagem, agora até morde? – Perguntou, sorrindo, enquanto o sangue escorria pelo canto da sua boca.

Demetria: Eu falo sério quando digo não, Joseph. – Disse, recuando, nauseada. – Quer o quarto? Fique com ele. Mas me deixe em paz. – E tomou a direção pra fora do quarto.

Joseph não estava raciocinando direito agora. Demetria o confundia. Uma hora, entregue em seus braços. Na outra, furiosa. Ele viu ela sair a passadas largas. Engoliu o sangue que continha na boca, sentindo o gosto metalizado, e agarrou o braço dela antes que saísse de seu domínio.


Joseph: Pela força não vai ser, Ma Belle. Eu não tenho medo da dor. – Disse, mantendo-a no quarto.

Demetria: Você não sabe o que é dor. – Rebateu, encarando-o, e o azul dos seus olhos estava empedrado. – Me largue. – Ela puxou o braço com força, mas ele não soltou. – Joseph, me largue. – Rosnou

Ele apenas encarava ela, como se tentasse entender algo no olhar dela. Demetria esperou um instante. O ódio amargo em sua boca. Então reuniu suas forças, uma vez mais, e deu um tapa no rosto dele. Não um tapa delicado, mas um tapa agressivo. Joseph recuou, surpreso, sentindo a dor no rosto se acumular a da boca. Quando olhou a direção dela, já havia ido.

Demetria dormiu no sofá. Nem pro quarto de hospedes foi, pra evitar qualquer proximidade com ele. Joseph precisou de bastante tempo pra estancar o sangramento na boca. A madrugada caiu, e ele andava de um lado pro outro, pensando. Só quando o dia foi amanhecendo ele foi até a sala e carregou uma Demetria adormecida, pondo-a com todo cuidado na cama. Quando Demetria acordou, e se deu conta de onde estava, ele já havia saído. 

Proximo Capitulo...

Como prometido ai estáaaaa divulguem o blog estou muitooo feliz com os comentarios de vocês a Historia está apenas começando !!!! até amanhã !! 

PS. Eu Te Amo - Capitulo 16

Joseph: Nicholas ? – Perguntou, confuso, vendo-o lá. Demetria olhou pra trás da sala, encarando o marido, confusa, depois voltou-se para encarar Nicholas . Desde quando ele conhecia Joseph? Selena teve um estremecimento desagradável ao ouvir a voz de Joseph.

Selena: Antes de qualquer coisa, Sterling nos obrigou a vir. – Justificou em voz baixa. – Ele chama isso de “trabalho de emergência.”. – Demetria ergueu a sobrancelha.

Demetria: Emergência para...?

Selena: Eu contei a ele sobre o éter, para impedir que ele realmente tocasse fogo na tela. Ele já estava com um isqueiro e álcool na mão. – Justificou – Então ele disse que apesar de você não merecer, que nós íamos ajudá-la. – Falou, enquanto dava espaço para Sterling e Nicholas  entrarem – Pra não te deixar tempo demais com ele. – Ela acenou na direção de Joseph discretamente, ainda sem olhá-lo. Demetria riu de leve, coçando os olhos.

Demetria: Eu não preparei o jantar. – Se justificou, se afastando de Selena.

Sterling: Eu trouxe. – Disse, satisfeito. Então Demetria reparou nas bandejas na mão dele. Só que ele olhou pra Nicholas  que estava, tranqüilo, com as mãos no bolso. – Cadê?

Nicholas : No corredor. – Respondeu, apontando com os ombros – Eu disse que não ia carregar aquilo. – Lembrou. Sterling revirou os olhos.

Demetria olhou a bandeja nos braços de Selena. Então intimou Sterling com um olhar fulminante pro corredor. Joseph parecia absurdamente a vontade, ainda sentado no sofá. O louro foi, tranqüilo.

Demetria: Que idéia foi essa? – Perguntou, em voz baixa, pegando o que Nicholas  largara no chão do corredor.

Sterling: Estou te ajudando. Agradeça por isso. – Demetria riu de leve. Sterling era inacreditável. – E outra coisa, resolva logo isso. Não vou vir pra cá toda santa noite, eu tenho o que fazer.

Demetria: Você é patético.

Sterling: Eu sou. Mas eu juro que na hora que abriu a porta, você estava corada. Corada demais, Demetria. – Ressaltou. Demetria não disse nada. Apenas tentou abraçar a grande bandeja no chão – Seus lábios pareciam úmidos também.

Demetria: E o que mais, a raiz do meu cabelo tava mais opaca? – Perguntou, se irritando.

Sterling: Não, não reparei nisso. – Disse, tranqüilo – Mas nada pode te ajudar se você não quer ajuda. – Concluiu.

Demetria digeriu aquilo como quem engole um pedaço de gelo. Descendo pela garganta, abrindo espaço, queimando. Era a mais pura verdade. Apesar de tudo que Joseph lhe fizera, baixara a guarda pra ele, fora simpática, amável. Se deixara acariciar e beijar. Ela ergueu o rosto, mas Sterling já havia saído. Ele se virou na porta do apartamento e encarou ela, os olhos azuis reforçando o aviso. Então sumiu pela porta e deixou ela no corredor, sozinha com seus pensamentos.

Logo o jantar foi servido. Demetria e Selena se encarregaram de preparar as travessas, enquanto os homens conversavam na sala. Sterling comprara massas, vários tipos de molho e uma garrafa de vinho. Demetria e Selena se revezaram com os pratos e os acompanhamentos, os molhos e as taças, pondo a mesa. Demetria só deixou Selena sozinha um minuto. Precisava saber algo.

Demetria: Nick. – Nicholas  se aproximou, elegante na camisa preta, que entrava em contraste com sua pele branca – Você o conhece? – Perguntou, indicando Joseph, que conversava com Sterling.

Nicholas : Eu trabalho com ele. – Respondeu, quieto.

Demetria recebeu mais essa pela cara. Como assim Nicholas  trabalhava com Joseph? Todos esses anos e nunca, nunca lhe disse nada.


Demetria: Você nunca me disse nada. – Disse, abobada.

Nicholas : Você não precisava saber. Pra que, Demi? Ele foi embora, e se conectava comigo por emails, e telefonemas. Eu tinha que juntar os pedaços de Selena, e os seus, e montar tudo no lugar. De nada serviria a ansiedade dele voltar a qualquer momento pra derrubar o que eu estava montando. – Ele tocou o queixo dela.

Demetria: Eu não... não posso crer.

Nicholas : Ele queria noticias suas, três vezes por semana. Geralmente nas segundas, quartas e sextas. – Demetria riu de leve da cara do amigo – Então eu dizia que você estava bem. Lhe contei cada passo seu. – Demetria o observava. Como Nicholas  conseguira? Parecia tão convicto, tão inocente quanto ela, mas tinha contato, sabia onde Joseph estava.

Demetria: Sabia que ele ia voltar? – Perguntou, olhando-o.
Nicholas : Não, teria te avisado se o soubesse. Ele só pediu pra que eu segurasse as coisas por um tempo, que ele iria viajar. E eu o fiz. Meu trabalho, e o dele. Era normal, ele trocava de país regularmente. – Ele respirou fundo – Então Selena me disse que estava aqui. Ele apareceu na empresa. – Terminou. Então se debateu de algo. – Onde está Selena?

Demetria: Na cozinha, arrumando as coisas. – Respondeu, tentando esquecer o assunto.

Sterling: Como estamos, família feliz? – Perguntou, animado, se aproximando.

Demetria: Joseph? – Perguntou, olhando-o.

Sterling: Foi na cozinha, buscar um saca-rolhas. – Disse, tranqüilo – Selena?


Proximo Capitulos....

terça-feira, 27 de maio de 2014

PS.Eu Te Amo - Capitulo 15

O tempo passou, convertendo-se em horas. Demetria pegou o chá que ia tomar e se sentou na sala, dobrando as pernas. Provou o liquido quente e respirou fundo, sentindo o frio lhe alfinetar. Então o perfume forte, recente do banho, o cheiro másculo de Joseph lhe queimou o nariz, e ela soube que o banho dele havia acabado. Ele se sentou ao lado dela, que no mesmo momento recuou. Ele, com uma mão, impediu o ato.

Joseph: Fique. – Pediu – Eu não mordo. – Garantiu, sorrindo. Demetria o encarou, de sobrancelha erguida, e ele retirou a mão, mostrando que queria paz.

E, Deus do céu, como estava bonito! Usava uma calça abrigo preta, os pés descalços como os dela, e uma camisa cinza, de algodão. Os cabelos agora penteados, a barba bem feita, e os olhos verdes, parecendo mais claros, a observá-la. Demetria virou o rosto e bebeu mais da caneca em suas mãos. Joseph estava quieto, olhando pra frente, e parecia fazer força pra não sorrir. Então ele pigarreou consigo mesmo, respirando fundo.

Demetria: Não comece. – Alertou, quando ele tomou fôlego pra falar. Joseph riu.

Joseph: Não sabia o que ia falar. – Contestar.

Demetria: Não importa. Não ia ser nada de bom. – Disse, bebendo outro gole do chá fumegante. Joseph tornou a rir.

Joseph: Ontem à noite passei aqui e me lembrei do maldito cano que tinha nessa parede. – Demetria olhou a parede em frente a eles, e não pode evitar sorrir – No final ele servia pra que mesmo?

Demetria: Pra nada. – Respondeu, olhando a parede – Justamente por isso. O cano só fazia passar por ai, e dava infiltração, porque não tinha pra onde a água ir. – Ela fez uma caretinha engraçada.


A parede em questão havia dado um senhor trabalho quando os recém-casados Sr. e Sra. Jonas se mudaram. O maldito cano infiltrava a parede, deixando-a úmida e molhada, levando a jovem Sra. Jonas a ataques de histeria. Por fim, toda a parede teve de ser quebrada para remoção do cano.

Demetria: Você bateu um prego pra pôr um quadro. – Lembrou. Joseph gargalhou, e ela sorriu reservadamente, ouvindo o som do riso dele. – Molhou toda a sala. – Gemeu, se lembrando da hora que o cano estourou, jogando água em seus tapetes e móveis novos.

Joseph: Você queria chamar a policia. – Lembrou. Os dois não perceberam como estavam perto agora, sem a armadura ostensiva entre eles. O braço de Demetria quase tocava o dele, os dois olhando a parede.

Demetria: Estava estragando a sala que eu demorei meses pra decorar. – Se queixou – Mas uma serventia teve. – Disse, e sorriu, tomando outro gole do chá. Joseph a sondou, os olhos observadores, e por fim sorriu.

Joseph: Para...?

Demetria: Você esbarrou naquele vaso horroroso que a sua tia me deu de presente de casamento, e quebrou. – Comentou, satisfeita. Joseph riu com isso.

Joseph: Você o teria quebrado, de qualquer modo. – Comentou.

Demetria: Não, não teria não. – Se defendeu.

Joseph: Sim, você teria. – Rebateu, prendendo o riso, e olhando a parede.

Joseph: Teria, sim. Você quebrou o conjunto de porcelana que a minha mãe te deu. – Lembrou.

Demetria: Não quebrei. – Joseph a encarou, de sobrancelha erguida, e Demetria deu de ombros – Eu dei de presente. – Justificou. Viu a sobrancelha dele se erguer brevemente, e ele respirou fundo.

Joseph: A quem? – Perguntou, olhando a parede.

Demetria: A vizinha. – Justificou, miudinha.

Joseph: Que vizinha, Demetria? – Perguntou, olhando-a. Demetria não tinha amizade com os vizinhos, até porque o apartamento deles era único no andar.

Demetria: Você lembra dela. Uma branquinha, dos cabelos marrons. A dos bebês. – Incentivou. Joseph tentou lembrar. Então ela viu a compreensão riscar o rosto dele.

Joseph: Que demônio você é. – Acusou, se lembrando dela lhe contando quando chegou em casa, do modo como deixara a caixa com a porcelana cair de suas mãos. Parecia sentida pela perda das peças. Entretanto, estas estavam em posse da vizinha do andar debaixo. Ele viu Demetria rir com vontade.


Então o silêncio reinou. Demetria ainda estava coradinha, pelo riso. Ela olhava a parede, todas as lembranças boas aflorando, e ele olhava ela. Demetria só percebeu quando a mão dele tocou a maxilar dela, então o fantasma do sorriso foi morrendo de seu rosto, que foi tomando uma expressão séria, os olhos de boneca observando-o hesitantemente. Joseph, porém, manteve um sorriso de canto. Era a mesma de sempre, guardada em uma casca, uma barreira de proteção. As costas da mão dele percorreu suavemente a maçã do rosto dela, que sem manteve na defensiva. Viu quando Joseph se inclinou, pronto a tomar seus lábios. Demetria, saia! Mas onde estavam suas forças, uma vez que tinha baixado a guarda perante ele? Ela sentiu a respiração dele lhe tocar o rosto, e o que fez foi fechar os olhos. Os lábios dos dois se tocaram brevemente, com calma. Joseph não deixaria o desejo que guardava por ela manipulá-lo, não desta vez. Tinha tudo sob controle, e não haveriam passos em falso. Os lábios dele voltaram a procurar os dela, os dois se selando outra vez. Demetria respirou fundo, o coração martelando dolorosamente. Ele selou os lábios com os dela outra vez, mas agora sua mão segurou o rosto dela, mantendo-o no lugar, a ponta dos dedos adentrando os cabelos dela. Demetria só fez ficar quieta, se odiando por dentro por não empurrá-lo. Ela sentiu ele prender seu rosto, e sua mão se ergueu da caneca em seu colo para a mão dele que o segurava. Joseph murmurou um breve e calmo “Shhh...” nos lábios dela. Então colou seus lábios de novo. Dessa vez ela sentiu os lábios dele abrindo passagem entre os seus com calma e cuidado, e deu a passagem que ele buscava. A língua de Joseph tocou os lábios dela em uma caricia doce, terna, e ela suspirou. As línguas dos dois tinham acabado de se tocar, muito minimamente, quando a campainha tocou. Joseph sentiu a mão dela grudar em cima da sua, que estava no rosto dela. Ele suspirou, e selando os lábios dela outra vez, abriu os olhos.


Eu estou cercado por
Um milhão de pessoas
Me sentindo sozinho.

Demetria imitou o ato dele, mas ainda estavam próximos demais, e a mão dele deslizou do rosto dela pro seu pescoço, salva pela mão dela que o segurava, enquanto ele tentava se acalmar. Mas que amaldiçoado fosse quem estivesse tocando a condenada campainha. Debochando dele, a campainha tocou de novo.


Joseph: Você deixa que as pessoas subirem sem interfonar? – Perguntou, em tom baixo, os lábios ainda próximos aos dela. Mas antes que ela respondesse...

Selena: Mas que inferno, Sterling. – Rosnou.

Sterling: Selena, é pratico. Eu mando você ir em um lugar, e você vai a um lugar. Muito simples, fácil de gravar. – Resumiu.

Selena: Eu vou embora. – Rebateu.

Sterling: Não se atreva. E cuidado pra não derrubar isso.


Demetria: Só algumas. – Respondeu, e sorriu de canto. Então removeu a mão dele que estava em seu pescoço e se levantou, indo sob o olhar atencioso do marido, atender a porta.

Demetria caminhou e respirou fundo, abrindo a porta em seguida. Primeiro entrou um homem louro, com os cabelos repicados e um sorriso debochado no rosto. Ele vestia uma camisa normal, branca, e jeans. Seu nome era Sterling Pevensie. Em seguida uma ruiva, de cabelos cacheados que batiam nos ombros, em um vestido simples, branco. Parecia irritada por estar ali. Seu nome era Selena María. Depois, por ultimo, no corredor, havia um homem. Era alto, pálido, e tinha os cabelos castanhos claros. Usava uma camisa de botões, preta, e jeans. Seus olhos eram de um mel escuro, misterioso. Era forte e imponente. O tipo de homem que faria qualquer mulher cair aos seus pés. O homem com o qual a autora dessa história sonha toda noite. Seu nome era...

Proximo Capitulo...

segunda-feira, 26 de maio de 2014

PS.Eu Te Amo - Capitulo 14

Demetria: EU NÃO SEI! – Gritou, exasperada, no telefone – E se Sterling queimou aquela tela, demito ele. – Avisou. Selena riu.

Selena: Não pode demiti-lo, ele é um dos donos. – Lembrou.

Demetria: Ainda assim. – Ela gemeu – Minha cabeça dói.

Selena: O que vai fazer?

Demetria: Eu não faço idéia. – Admitiu. Então seu olhar recaiu em uma delicada cestinha de metal, em cima da mesinha perto da porta – Ah, merda. – Praguejou.

Selena: Ele chegou?

Demetria: Não. Só deve vir à noite. – Ela caminhou até a cestinha – Esqueci de passar no banco. – Confidenciou. – Tá cheio de contas aqui. – Ela conferiu os envelopes.

Selena: Sai e vai lá. – Aconselhou.

Demetria: Com essa chuva? – Perguntou. Voltara a cair um temporal do lado de fora. – Mas é ruim. E o pior é que amanhã eu vou ter que ir até ai, resolver tudo.

Selena: Paga pelo débito.

Demetria: É o que eu vou fazer. Pago por telefone o que der, porque ainda tem conta que não pode ser por telefone. – Rosnou – Amanhã resolvo o resto. – Ela largou os envelopes na cestinha.

Selena: E quando ele chegar?

Demetria: Vai ter um canivete no meu decote, pra casos de emergência. – Selena riu gostosamente – Pode rir, Selena María, pode rir. Sabe do que eu tô precisando? De sono, de novo. Até depois.

Selena: Toma cuidado.

Demetria: Eu sempre tomo. – Garantiu. Então se despediu da amiga, desligando o telefone.

O dia passou sem mais. Demetria tomou uma aspirina, e sua dor de cabeça passou. Aos poucos seu nariz parou de arder, e sua cabeça já não girava pelo éter. A noite caiu, chuvosa, e os raios cruzavam o céu de Londres. Demetria quis ter deixado as janelas abertas, mas inundaria tudo. Então se contentou apenas com o cheiro da chuva. Tomou um bom banho de banheira, quente. Então vestiu um pijama, camisa regata e short, e saiu. Ela tinha a toalha em mãos, secando a nuca, os cabelos lisos a salvo, secos e presos. Então passou na sala. Havia uma chave na fechadura. Ela gemeu. Havia até se esquecido de Joseph. A porta se abriu, e ele entrou em casa, meio molhado, o cabelo um pouco desgrenhado pelo vento. Um sorriso lento nasceu no rosto dele ao vê-la parada no outro canto da sala.

Outro dia de verão
Que vem, e vai embora
Em Paris ou em Roma,
Mas eu quero ir pra casa ♫

Joseph: Que recepção boa. – Comentou, enquanto tirava o terno, revelando uma camisa preta debaixo.

Demetria: Boa pra você. – Rebateu, irônica. Então tentou retomar seu caminho. Mas, que diabo, onde ela estava indo mesmo? Joseph terminou de tirar o terno, e ela viu que ele tremia levemente enquanto se livrava da peça. – Tome. – Ofereceu a toalha, cautelosa. Joseph parou, olhando o terno, depois, sorrindo de canto, as duas esmeraldas vivas que eram seus olhos se ergueram, observando-a.

Joseph: Preocupada comigo, Ma Belle? – Perguntou, enquanto se aproximava. Demetria recuou.

Demetria: Por mim, morria. – Admitiu, e Joseph riu da objetividade dela. – Tome o inferno da toalha e não faça perguntas. – Disse, evitando-o. Viu ele avançar e jogou a toalha, evitando o contato dele.

Joseph: Morria? – Brincou, apanhando a toalha no ar.

Demetria: Morria. – Confirmou – Contanto que não seja dentro da minha casa, morra a vontade.

Joseph: Nossa casa, neném. – Corrigiu.

Demetria: Como preferir. – Ela balançou a cabeça sarcasticamente, e ele observou o cabelo dela, mal preso, se afrouxar um pouco.

Joseph: Vou tomar um banho. – Disse, enquanto secava a nuca – Quer vir? – Convidou, animado, avançando novamente. Ele riu vendo Demetria correr, saindo de seu alcance.

Demetria: Não, obrigada. – Disse, sorrindo debochada pra ele. – Boa noite. – Desejou, e sumiu pela porta da cozinha. Joseph sorriu, balançando a cabeça enquanto entrava no corredor, e aspirou o perfume da toalha dela.

Mas a noite havia apenas começado, como Demetria logo viria a descobrir.


Proximo Capitulo.....

PS. Posto mais um hoje para conpensar o FDS !!!! Beijos 

quinta-feira, 22 de maio de 2014

PS.Eu Te Amo - Capitulo 13

Demetria acordou quase uma hora depois. Abriu os olhos, e viu o teto de seu quarto. Seu quarto. Éter. Seu nariz doía pra respirar. Ela se levantou, e ao fazer isso sua cabeça doeu. Ela gemeu, pondo a mão no rosto.

Joseph: Ei, não se machuque assim. – Pediu, e ela sentiu as mãos fortes dele lhe guiarem de volta ao travesseiro. Ela esperou sua cabeça parar de latejar, então abriu os olhos, furiosos, pra encará-lo.

Demetria: Que diabo... você pensa... que está fazendo? – Rosnou, encarando-o.

Joseph: Te trazendo pra casa, Ma Belle. – Disse o óbvio, passando a mão carinhosamente no rosto dela.

Demetria: O que... – Ela estava confusa. Sua cabeça doía. Ele sorriu do breve desencontro de idéias dela. – Minhas roupas.

Joseph: Ah, sim. – Ele se afastou, e tocou a barriga dela, agora sob a camisola de seda. Sentiu a barriga se tencionar, rejeitando seu toque, mas ignorou – Não use as roupas de Selena. Deixa o seu perfume confuso. – Sugeriu – Eu precisei te dar um bom banho, até que estivesse a salvo novamente.

Demetria: Maldito seja. – Rosnou. Queria se levantar e empurrá-lo, mas sua cabeça doía violentamente só de pensar. Ele viu a expressão dolorida dela.

Joseph: Sinto por isso. – Disse, atencioso – Mas eu teria te machucado mais ao tentar trazer você de volta, tendo você acordada. Não propositalmente, mas você tem um instinto violento às vezes. – Brincou. Demetria não sorriu.

Demetria: Fora daqui. – Rosnou. Joseph riu da objetividade dela. – Fora da minha casa.

Joseph: De novo com isso? – Perguntou, tirando o cabelo dela do rosto.

Demetria: Não toque em mim. – Exigiu. Ele continuou, como se ela tivesse pedido por mais – Eu quero o divórcio.

Joseph: É um pouco tarde pra isso, neném. – Disse, sorrindo pra ela. – Interessante. – Comentou, observando-a.

Demetria: Que diabo é interessante? Tire a mão de mim. – Pediu, impaciente. Joseph sorriu.

Joseph: Existe muito pouca coisa que eu não lhe daria. O que quisesse, o teria em um estralar de dedos, não importa o preço. – Demetria o encarou. – Roupas, um carro, um apartamento, uma cidade, tudo seria seu. – Ele riu consigo mesmo – Se quisesse as estrelas, eu lhe daria. Mas você insiste em me pedir o único que eu não vou te dar. – Disse, pensativo.

Demetria: Você é louco. – Murmurou, lutando contra as palavras dele. Era o mesmo sedutor de sempre.

Joseph: De amor por você. – Completou, encarando-a. Demetria rosnou e ia se levantar, então sua visão escureceu de dor de cabeça – Shiii... quieta, neném.

Demetria: Demetria. Meu nome é Demetria. – Grunhiu, de olhos fechados.

Joseph: É confuso. Gostava que eu lhe chamasse de neném antes, Ma Belle. – Disse, enquanto mantinha o dedão na têmpora dela, massageando-a em círculos.

Demetria: Antes de você arruinar tudo. – Observou. Joseph não disse nada, apenas a observou.

Demetria abriu os olhos quando a dor espaireceu. Encarou-o. Joseph mantinha o dedo na têmpora direita dela, e ela tinha de admitir que era relaxante. Ele a encarava, e parecia buscar algo em seu olhar. Pelo sorriso que nasceu no canto de seus lábios, pareceu encontrar.

Joseph: Vou deixar você descansar. – Disse, se levantando. – Alguém chamado Sterling ligou algumas vezes, e deixou recado, disse que tinha tocado fogo em uma tela sua. – Lembrou. Demetria gemeu. – Mando alguém atrás dele, se quiser. – Ofereceu, sorrindo.

Demetria: Não, estou dispensando um Guarda-Costas, obrigado. – Debochou.

Então ele se foi, deixando apenas o som do riso divertido enquanto caminhava.

Proximo Capitulo...


quarta-feira, 21 de maio de 2014

PS.Eu Te Amo - Capitulo 12

A noite caiu. Demetria dormiu no quarto de hospedes da casa de Selena, depois de um calmante. O silêncio da noite trouxe de volta as lembranças, o toque da pele de Joseph, o som de sua voz, e ela precisou se dopar. Então dormiu. Acordou cedo no dia seguinte. Selena lhe entregou seu sobretudo, já lavado e seco. As duas tomaram café juntas. Demetria vestiu um jeans e uma blusa de Selena, pensando que precisaria providenciar roupas. Vestiu o sobretudo por cima, e saíram.

Demetria: Oh, merda. – Praguejou, olhando o pneu do carro. Estava furado.

Selena: Venha comigo. – Ofereceu, achando graça. Demetria não tinha o menor jeito com carros.

Demetria: Não. Vou passar no mecânico. De novo. – Revirou os olhos – Encontro você lá.

Selena assentiu. Demetria se abaixou e apalpou o pneu do carro. Maldição, porque estava assim? Tinha certeza de tê-lo deixado bem na tarde anterior. Rosnou e se levantou. Selena já tinha ido. Demetria olhou os pés. Os delicados saltos seriam uma praga, pra caminhada que tinha a frente. O vento era frio, quando ela saiu do condomínio de Selena. O vento varreu seu cabelo, fustigando seu rosto, levantando seu sobretudo. Demetria caminhou, enquanto fechava os botões do sobretudo bege. Então seu celular tocou.


Demetria: Fala, Sterling. – Disse, tirando os cabelos do rosto. A rua estava deserta. O único barulho era o vento nos muros da cidade e os saltos dos sapato, trincando no chão.

Sterling estava exigindo a presença de Demetria. Não adiantou Demetria explicar que o carro quebrou, e que Selena estava indo.

Demetria: Que diabo, Sterling, coloque-o em qualquer canto! – Repetiu, exasperada. Ela fez a curva em uma rua, o chão ainda estava molhado pela chuva da noite anterior.

Sterling: E eu tenho cara de que? Escravo? – Perguntou, armando barraco.

Demetria: Eu não disse que o tinha. – Disse, respirando fundo.

Sterling: Vou jogar fora. – Avisou.

Demetria: Você, não se atreva! – Avisou, e tentou se acalmar – Sabe quanto tempo leva pra pintar uma tela, Sterling?

Sterling: A mim, me dá igual. – Debochou
.

Demetria: JÁ ESTOU INDO! – Sterling aquiesceu, e Demetria rosnou, desligando o celular – Eu mereço.

Ela caminhou mais um pouco, e respirou fundo, sentindo o ar da manhã. Então percebeu que a rua estava deserta demais. Pegou o telefone, cobiçando chamar um táxi. A oficina que queria era perto dali, mas ainda assim. Então...

Joseph: Não é necessário. – Dispensou. E sua voz estava perigosamente perto.

Demetria retomou sua caminhada, imediatamente. Sentiu os passos de Joseph lhe acompanharem, calmamente.

Joseph: Vamos pra casa.

Demetria: Pensei ter dito que não ia ontem.

Joseph: Não. Ontem você disse que não ia por bem. – Disse, tranqüilo. – E você não foi por bem.

Demetria: Nem vou por mal. – Teimou, andando sem olhá-lo. Uma pena. Ela devia ter olhado.


Então algo sufocou seu rosto. Um cheiro forte. Maldito fosse! Demetria unhou a mão dele, que sorriu da tentativa dela. O cheiro do éter foi mais forte, e ela caiu, inconsciente, nos braços do marido.

Joseph: Calma, meu neném. – Disse, carinhoso, apanhando ela quando ela caiu. Os cabelos de Demetria desmontaram no ar, os cachos dançando enquanto ele a tomou no colo.
Joseph andou calmamente com Demetria mole em seus braços. Na curva havia um enorme carro, luxuoso, negro, quatro portas. Ele abriu a porta traseira e pôs Demetria deitada, com todo o cuidado.

Joseph: Agora. – Disse, arrumando os cabelos dela. – Nós vamos pra casa, meu amor. – Disse, e selou os lábios com os dela.

Proximo Capitulo...

terça-feira, 20 de maio de 2014

PS. Eu Te Amo - Capitulo 11

Demetria e Joseph estavam tomando banho ao mesmo tempo. Ela, no banheiro de Selena. Ele, na suíte dela. Enquanto ele deixava a água cair gostosamente por sua pele, ela esfregava a esponja no corpo, como se quisesse apagar as marcas tão bem feitas. Por fim, desistiu. Lavou os cabelos, e os secou. Vestiu as roupas que Selena lhe deu. Então o telefone tocou.

Selena: Eu acho que não, porque, tipo, depois do que publicaram hoje no jornal, nós estamos bem. - Disse. Ela e Demetria estavam sentadas nas poltronas. Os cabelos de Demetria caiam em uma cascata lisa, achocolatada, pela blusa de algodão rosa. Ela usava um short branco, e tinha uma caneca de chocolate quente na mão.

Demetria: O que publicaram?

Selena: Ah. - Ela sorriu, passando os dedos na borda da xícara - Devo dizer que Sterling me acordou as 6:00. - Demetria riu gostosamente - Ele disse que é castigo por termos deixado ele lá, ontem. - Ela pegou um jornal em cima de uma mesinha. Demetria o apanhou na mão da amiga e viu seu rosto, sorrindo, radiante.

Demetria: É, ao que parece, estamos bem. - O telefone tocou.

Selena: Quer apostar que é ele de novo? - Perguntou, apanhando o telefone na base. Demetria riu, enquanto lia - Alô?

Joseph: Olá, Selena. - Disse a voz doce no telefone. A maxilar de Selena se trancou, e ela não respondeu.

Demetria: Sterling, tá deixando a Selena neurótica. - Avisou, em voz alta, e rindo, interpretando mal o semblante da amiga.

Selena: O que quer? - Perguntou.

Demetria: Não precisa ser grossa também. - Observou, pensativa, olhando o jornal.

Joseph: Não sabe como é reconfortante ouvir sua doce voz. - Debochou. Era obvio o que ele queria - Agora, se me permite, eu quero falar com a minha mulher.

Demetria: Sel? - Chamou, vendo a amiga.

Selena: Joseph. - Anunciou, entregando o telefone. A alegria que brincava em Demetria morreu. Devia ter entendido. Selena sempre ficava irritada ao tocar no nome de Joseph. Considerava isso como ofensa. Considerava que Joseph a tinha feito de fantoche, e que ela fora fraca demais pra impedir.


Demetria: O que quer, Joseph? - Perguntou, com a voz dura.

Joseph: Interessante me perguntar isso. - Disse, com um tom divertido na voz. Demetria revirou os olhos - Na verdade, eu queria ter acordado com a minha mulher me beijando, e me desejando bom dia. - Comentou. Demetria riu, irônica.

Demetria: É um pouco demais. Procure outra mulher. - Sugeriu, debochada.

Joseph: Não, não acho necessário. - Disse, sorrindo do deboche dela, e tomou uma xícara de café - Não quando a minha é espetacularmente bonita. Não quando é assombrosamente boa de cama. - Provocou.

Demetria: Vá pro inferno.

Joseph: Não se atreva a desligar. - Rosnou, pressentindo. Demetria respirou fundo - Que horas?

Demetria: Que horas o que? - Perguntou, irritada.

Joseph: A que horas quer que eu vá lhe buscar? - Demetria riu. - Vai voltar pra casa, Demetria. - Disse, paciente.

Demetria: Veremos, meu amor. - Debochou.

Joseph: Ah. Não sabe como é doce ouvir você me chamar assim. - Brincou. - Volte por bem. - Pediu.

Demetria: Do contrário? - Provocou. Ele riu.

Joseph: Veremos, meu amor. - Repetiu, sorrindo.

Demetria: Adeus, Joseph.

E ela desligou.

Próximo capitulo...

segunda-feira, 19 de maio de 2014

PS. Eu Te Amo - Capitulo 10

Alguns poucos minutos depois Demetria acordou. O azul de seus olhos não era mais saudoso. Era furioso. Não com ele, consigo mesma. Ela se levantou e fechou a janela, bloqueando o vento. Chovia.
Passou direto pro seu quarto. Apanhou uma lingerie e a vestiu. Prendeu os cabelos em um coque, colocou o primeiro sobretudo que encontrou e vestiu. Saiu descalça. Pegou sua coberta na cama e trouxe consigo. Voltou ao ateliê. Joseph não havia se movido em seu sono. Ela o cobriu, pelo frio. Apanhou as chaves do carro, e em silêncio, partiu.

Selena: Demi? - Perguntou, confusa, ao abrir a porta. Demetria tinha os pés, os cabelos e o sobretudo molhados.

Demetria: Sel, eu posso ficar aqui? - Perguntou, a boca quase emitindo uma fumaça branca, pelo frio.

Selena: É claro. - Disse, dando espaço. Demetria entrou, se abraçando. Selena apanhou uma toalha rapidamente e trouxe pra amiga, que agradeceu - Demi, o que houve? Eu pensei que você... eu nem sei o que eu pensei, o que aconteceu?

Demetria: Isso aconteceu. - Ela abriu o sobretudo, e mostrou a amiga as marcas vermelhas e roxas aparecendo pela borda de seu sutien, em sua barriga, as marcas das mãos em suas coxas.

Selena: Ah... droga. - Disse, sem saber o que falar.

Demetria: Maldito seja. - Rosnou, soltando os cabelos, secando-os com a toalha.

Selena: Como aconteceu?

Demetria: Eu não faço idéia. Ele não dormiu lá ontem, então voltou hoje querendo satisfações de onde eu tinha passado a noite.

Selena: Você desligou os telefones. - Disse. Conhecia esse habito da amiga.

Demetria: Desliguei. - Assentiu, se secando - Então discutimos. Quando eu dei por mim ele tinha me agarrado e eu... eu não posso controlar isso. - Admitiu, tirando os cabelos do rosto.

Selena: Ele deixou você vir? - Perguntou, incréSela.

Demetria: Estava dormindo. Eu sai antes que acordasse e me impedisse. - Ela terminou de secar o rosto. - Eu preciso de um banho. - Gemeu, derrotada, olhando o sobretudo bege.



Selena: Ok. Er... - Demetria riu de leve da cara exasperada de Selena. Selena riu de si mesma - Infernos, você sabe onde fica o banheiro. - Ralhou. - Vou buscar uma muda de roupa limpa pra você. - Demetria agradeceu.

Enquanto isso, longe dali... Joseph despertou. Abriu os olhos, e farejou o ar. Olhou o lençol que o cobria, e então a janela fechada. Estava tranquilamente relaxado, o corpo satisfeito. Podia virar pro lado e dormir por horas, um sono perfeito. Mas sentia que algo estava errado.

Joseph: Demetria? - Chamou, e sua voz estava rouca. O apartamento permaneceu em silêncio.

Ele esfregou os olhos com as costas das mãos, e sentiu os músculos leves. Riu fracamente, e se sentou. Então algo bateu no soalho. A aliança de Demetria dançou no soalho negro, e parou de modo que ele pôde ver seu nome cravado no interior dela. Joseph suspirou, e pegou a aliança.

Joseph: Tudo bem. - Respirou fundo, e se levantou, se enrolando no lençol. Levava a aliança na mão.

Se ela achava que seria tão fácil, estava errada. Redondamente errada.

Proximo Capitulo....

domingo, 18 de maio de 2014

PS. Eu Te Amo - Capitulo 9

Ele pegou o rosto dela com uma mão, obrigando-a a encará-lo. O verde dos olhos dele era como um poço, agora sem a fúria transbordando. Demetria viu o olhar dele se baixar até seus lábios, e ela soube.

Demetria: Não. – Pediu, com a voz quebrada – Joseph, não. – Ela tentou virar o rosto, mas a mão dele a fazia prisioneira.

Joseph: Shiii. – Disse, sorrindo de canto – Calma. – Pediu, e ela gemeu, tentando se libertar da mão dele que segurava seu rosto. Um erro. O gemido dela trouxe doces recordações a cabeça dele. – Não vou lhe fazer mal. – Prometeu. Ele farejava a pele dela como um predador, pronto a atacar sua presa.

Demetria: Eu não quero. Não pode me forçar. – Disse, olhando pra frente.

Joseph: Não pretendo. Você vai pedir pra que eu continue. Eu prometo. – Disse, a voz doce demais no ouvido dela.

Então a conversa acabou. Ele inclinou o rosto pro dela, e uniu seus lábios. Desta vez não esperou: sua língua abriu espaço dentre os lábios dela, invadindo a boca de Demetria. O gosto dele foi uma ferroada dolorosa pra ela. Sua memória não lhe fazia justiça, nunca fez. Com o impacto, o choque, ela arfou, mantendo as mãos em punho nos ombros dele. Joseph sorriu, e a língua dele se chocou com a dela. A partir daquele momento, Demetria não sabia mais o que estava fazendo. Era só o seu instinto.

Joseph: Isso... - Murmurou, tendo a batalha ganha. Demetria não disse nada. Apenas se deixou ser beijada.

Mas Joseph havia esperado quatro anos. Quatro anos sem tocar em nenhuma mulher, sem nem cogitar. Fora tempo demais, e ele nunca foi acostumado ao celibato. Demetria sentiu as mãos furiosas dele buscarem sua saia, logo encontrando as coxas torneadas que a saia tentava encobrir. Depois de muito, mais muito tempo, ela sentiu o arrepio que cobria sua espinha toda vez que ele lhe tocava daquela forma. Enquanto tomava a boca dela com violência, as mãos dele apalpavam as coxas dela. Ele subiu as duas mãos, encontrando o traseiro dela por baixo da saia, apertando e puxando-a contra-si. Demetria nem se sentiu andar, até que suas costas bateram em uma parede. Ela separou os lábios dos dele, ofegando, e viu ele tirar o terno com agilidade, deixando-o cair no chão. Demetria esperou, e se descobriu impaciente. Logo ele apanhou ela e, dando um impulso pra cima, fez ela rodear as pernas em sua cintura, deixando-a suspensa, presa entre a parede e ele. A blusa dela se fez migalhas no chão em poucos segundos.
Demetria não usava sutiã por baixo; gostava de estar livre e confortável quando pintava. Joseph olhou os seios dela, tão próximos de seu rosto, e emitiu um som afogado, que vinha de dentro dele, antes de descer o rosto pro colo dela. Demetria sentiu os beijos dele em seu colo, como quem sente as ferroadas de uma abelha, em cada pedaço, beijando, marcando. Então ele, com um gemido derrotado, afundou o rosto nos seios dela. Demetria arfou, e suas mãos subiram pro cabelo dele, enlaçando-se entre os fios. Deus, como ele era capaz daquilo? Tinha a boca em um seio seu, e a mão cheia com o outro. Brincando, apalpando, torturando.
O corpo de Demetria parecia um palitinho, afogado em uma chama enorme, que o queimava, consumia. Ela sentiu as mãos dele descerem por suas costas, prendendo seu quadril. Joseph puxou o quadril dela e pressionou com o próprio, e Demetria finalmente gemeu. Ele sorriu deliciosamente, repetiu o ato. Uma vez. Duas. Mais uma vez.

Joseph: Sim? - Perguntou, mordendo o queixo dela.

Demetria: Sim... - Meio que pediu, se agarrando aos ombros dele. Ela soltou um gemido abafado. Estariam transando, se não fossem as roupas.

Então a saia dela se foi também, junto com os sapatos e as meias dele. Ela sorriu, prensada a ele, lembrando-se do velho ato que ele tinha de rasgar-lhe as roupas. Ela puxou a camisa dele, tirando-a pela cabeça, para dar de presente a sua pele. Joseph parou o que fazia por um instante, sentindo a pele fria dela contra a sua. Demetria o abraçou, deixando as mãos passearem por cada pedaço das costas musculosas, sentindo, apertando. Então, vendo-o parado, se moveu. Prendeu mais as pernas na cintura dele e fez o impulso, continuando o movimento que ele fazia, só que ela não tinha controle da força. Na primeira "estocada" ela quase gritou, e parou, calculando-se, antes que se desfizesse em migalhas só por tê-lo ali. Joseph a observava, mordendo a língua pra se manter parado, contrariando o tesão absurdo que sentia agora. Queria vê-la. Demetria enlaçou as mãos no pescoço dele e repetiu o ato, agora na medida certa. Ele respirou fundo, engolindo em seco. Demetria não fazia idéia do que estava fazendo. Ela só precisava daquilo, e iria conseguir. Enquanto ela se movia, agarrada a ele, seus seios se comprimiam contra o peitoral dele, os mamilos túmidos o acariciando. Joseph baixou o rosto, beijando o ombro nu dela, e deu de presente a seus olhos aquela cena. A pele dela era um tom mais clara que a dele, mas as duas pareciam combinar, enquanto Demetria os friccionava.


Então, foi demais. Demetria viu as mãos dele descerem por sua pele e abandoná-la, buscando seu cinto, desprendendo-se dele. Ela parou, ansiosa, e esperou.

Joseph: Eu pretendo fazer isso com calma, do jeito certo, depois. - Disse, com a voz rouca. Ela sentiu ele estourar sua calcinha. - Eu prometo, neném. - Disse, encarando-a.

Demetria manteve o olhar dele, com a boca seca, enquanto ele descia com ela pro chão, pondo-a deitada sobre o soalho de madeira negra, polida. O olhar dele se demorou no dela mais um instante, e tudo estava ali. Então, em uma estocada firme, ele a possuiu.
O fôlego abandonou o corpo do Demetria enquanto ela arqueava, presa sob o peso dele, agarrada a ele, e um grito estrangulado rasgou sua garganta pela forçada e tão desejada invasão a seu corpo.

Joseph: Doce Misericórdia, Demetria. - Sussurrou, naquele instante, sentindo a carne dela acolhe-lo e envolvê-lo.

4 anos depois, com todas as magoas, com toda a dor, lá estavam os dois novamente. Caídos em qualquer canto da casa, consumidos em um desejo perdido, como se fosse o primeiro dia. Joseph se movia sobre Demetria, ou melhor, se movia com ela, com agressividade. Os corpos se chocavam violentamente. Famintos, após a longa espera, dois animais se consumindo em puro deleite. Os cabelos dela estavam esparramados ao redor, suas pernas firmemente presas a cintura dele, as unhas cravadas em seus ombros. Os dois constantemente se beijavam, beijos sôfregos, duradouros. Outrora Demetria não agüentava e inclinava a cabeça pra trás, deixando os gritos e gemidos virem. O corpo dela sofria as investidas dele firmemente, e após algum tempo, apesar do frio vento que entrava pela janela aberta, os dois começaram a soar. O ato estava completo, as marcas estavam espalhadas, os gemidos haviam ecoado pelas paredes e os espasmos vinham com o tempo. Mas não a tão desejada liberação. Não pra Demetria. E Joseph não deixaria ela insatisfeita, era muito homem pra isso.


Demetria: Não consigo. - Gemeu, atordoada, a boca afundada no pescoço dele. Mas ele já sabia disso. E sabia porque. O maldito instinto teimoso dela não deixava ela se saciar. Surpreendendo-a, Joseph parou seus movimentos, deixando-a mais exasperada. Só mais um passo e estaria tudo bem... Ela abriu os olhos azuis e encarou ele. Viu o verde dos olhos dele tão atordoado quanto os dela. A testa dele estava soada.

Joseph: Assim, calma... - Disse, e sua voz era entrecortada. Ele saiu dela com a mesma lentidão de sua voz, e voltou a entrar. E mais uma vez. Até o fundo, até ela não se achar mais capaz. Ele passou a mão por suas costas, arqueando-a, e desceu os lábios pelo colo dela, enquanto dava força e velocidade aos seus movimentos. - Deixe vir, meu amor. - Seduziu, e estocou com força - Deixe vir...

Ele repetiu o ato mais umas poucas vezes, e então Demetria se foi, com um gemido longo. Ele sorriu, cansado, e se apegando ao corpo mole dela, teve facilidade pra alcançar seu orgasmo. Caiu ao lado dela, cedo, surdo, sem memória. Só ela tinha o poder de deixá-lo assim. Nada foi dito, só havia a respiração a ser escutada. Demetria virou o rosto, sem expressão, e encarou ele. Joseph a encarou também, verde contra azul, mas sem ofensas, sem recordações, sem nada. Só amor, e saudade. Um tempo depois, os dois adormeceram.

Proximo Capitulo.....

Ta ai como pediram, como não postei ontem posto um cap a mais hoje !! beijooossss 

PS. Eu Te Amo - Capitulo 8

Demetria acordou com o sol naquela manhã. Ela abriu os olhos, e se descobriu deitada no grande sofá do ateliê. Se espreguiçou, e suas costas doeram. Dormira no sofá, que maravilha. Coçou os olhos, manhosa, criando coragem pra se levantar. O fez, indo até o banheiro de seu quarto. Escovara os dentes, lavara o rosto, penteara os cabelos. Queria um banho frio pra despertar. Mas voltou ao ateliê, pra por a bagunça no lugar. Então ouviu uma portada atrás de si, e gemeu, cerrando os olhos. Ouviu a voz dele, em outro cômodo.

Joseph: Onde está? – A voz sibilou, furiosa. Demetria se sentou e jogou os cabelos pra trás, sem se dar ao trabalho de responder. Estava com tanto sono, que considerou dormir mais um pouquinho. Então o perfume dele se tornou mais forte, e ela suspirou.

Demetria: Qual o motivo do escândalo? – Perguntou, sonolenta.

Joseph: Onde passou a noite? – Perguntou, se revelando as vistas dela. Ele usava calça social, uma camisa preta de gola alta e o terno aberto por cima. Demetria ergueu a sobrancelha.

Demetria: É o que? – Perguntou, incréSela.

Joseph: Onde passou a noite? – Repetiu – Não me diga que foi aqui, porque eu liguei a noite inteira, e você não atendeu. Nada no maldito celular também. – Sibilou. Demetria encarou-o, e viu que o verde de seus olhos estava enegrecido pela fúria. Ela se encolheu, involuntariamente.

Demetria: Não lhe devo satisfações. – Respondeu.

Joseph a olhou, exasperado. Como era capaz de desafiá-lo, no estado em que estava? Então reparou em sua roupa. Uma blusa velha, e uma saia de algodão, curta, ambas pretas. Estava descalça. Ele olhou em volta. Uma das telas que antes era branca estava pintada, aparentemente em andamento. Então a olhou novamente.

Joseph: Passou a noite pintando? – Perguntou, incréSelo.

Demetria: Descoberta do século. – Debochou.

Joseph: Mas eu liguei, o telef... – Ele se interrompeu, em um gemido. – Desligou os telefones? – Ele não esperou por uma resposta. Ela sempre fazia isso, não gostava que a interrompessem enquanto fazia algo. – Passou a noite pintando, e desligou os telefones?

Demetria: Não. – Disse, e ele viu o tom do atrevimento colorir o rosto dela – Passei a noite em um motel, rolando em lençóis com um moreno forte, tipo, bombado. – Disse, debochando.

Ela ouviu Joseph rosnar e riu, se recostando no sofá de novo. Então ele atravessou a sala em três passadas, sem dar tempo dela se proteger. Ela só sentiu as mãos fortes dele puxando seus braços pra cima. Os corpos dos dois se chocaram com brutalidade. Ela se encolheu, assustada. Pensou que ele iria beijá-la. Mas ele afundou o rosto em seu pescoço, e ela prendeu a respiração, sentindo o hálito quente dele em sua pele. Joseph aspirou o cheiro dela, analisando-o. Havia o perfume leve dela, e um cheiro misto de tinta a óleo. Nada mais. Ele soltou ela, que caiu no sofá.

Demetria: Satisfeito? – Perguntou, irritada. Joseph tinha se afastado dela e agora estava amparado na janela no canto da sala, com o rosto no vento, as mãos nas têmporas, se acalmando.


Joseph: Tenho direitos, Demetria. – Respondeu, após ter respirando profundamente o ar fresco da manhã.

Demetria: Não os conheço. – Alfinetou, cruzando os braços.

Joseph: Sou seu marido. – Lembrou. Ele olhava o céu a sua frente, o sol lutando contra as nuvens pesadas de Londres. O apartamento era na cobertura, 26º andar, e o vento era forte e frio.

Demetria: Não mais. Deixou de ser a quatro anos, querido. – Disse, tentando se acalmar. Então ele se virou pra ela. Ela o encarou, e ergueu o queixo, orgulhoso, para confrontá-lo.

Ela viu Joseph atravessar a sala de novo, tão rapidamente quanto da primeira vez. Ele a apanhou nos braços novamente, e os cabelos dela dançaram no ar.

Demetria: Me largue. – Rosnou, virando o rosto pra não encará-lo – Joseph, me solte. – Ela puxou os braços, e ele a abraçou pelas costas. Ela sentiu as mãos dele lhe apertarem a pele firmemente, por cima do tecido confortável da blusinha preta, e sentiu ele afundar o rosto em seu ombro. Ela enrijeceu de imediato – Que diabo está fazendo? – Perguntou, furiosa.

Joseph: Vou mostrar se deixei de ser. – Disse, a voz golpeando-a como um veneno.


Próximo  Capitulo...

sexta-feira, 16 de maio de 2014

PS. Eu Te Amo - Capitulo 7

Outro dia de verão,
Que vem e vai embora.
Em Paris ou Roma,
Mas eu quero ir pra casa ♫
ㅤㅤ
Demetria: Me solte! – Exigiu, imediatamente, se sentando e recolhendo a perna. Joseph ergueu uma sobrancelha.

Joseph: Você é absurda, Ma Belle. – Comentou.

Demetria: Não faz isso. Nunca mais. – Ordenou, tirando as pernas do alcance dele.

Joseph: Você parecia gostar. – Disse, um sorriso brotando em seus lábios – Quero dizer, até gemeu pra mim. – Ele viu ela corar, e sorriu, se inclinando sobre ela. – Parecia uma gata, manhosa, ao receber carinho. – Disse, e beijou a maçã do rosto dela. Demetria prendeu a respiração. O perfume dele nublou os sentidos dela por um instante, instante no qual ela se deixou beijar. – Sente falta, Ma Belle. – Sussurrou, mordendo a orelha dela. Demetria prosseguiu quieta. Todo seu corpo estava em alerta.

Talvez esteja cercado de um milhão de pessoas,
E eu ainda me sinto sozinho ♫

Ela sentiu a mão forte dele passando sutilmente por cima do linho de sua camisa, erguendo-a do sofá, deixando-a inclinada, tomando seu corpo. Ela viu Joseph respirar fundo pela boca. Ele estava se controlando. Um passo em falso e já era. Ele mordeu o queixo dela, esmagando o pequeno corpo dela contra o seu, vendo-a meio entregue. Então encontrou os lábios dela, e quem prendeu a respiração foi ela. O golpe foi cruel. Joseph teve calma, selou os lábios com os dela, depois prendeu o lábio inferior dela entre os seus. Achando a guerra ganha, ia invadir a boca dela com sua língua, até que... o telefone tocou. Aquilo pareceu despertar Demetria. Ela arregalou os olhos novamente e empurrou ele com as duas mãos, e ele saiu dali. Apanhou o telefone, e atendeu-o. Demetria se recompôs, irada por ele sequer ter tentado, então ele voltou. Antes que ela o acusasse, ele falou.

Joseph: Não vou dormir aqui hoje. – Disse, guardando o celular no bolso da calça.

Demetria: Ótimo. – Disse, irritada – Não volte. – Disse, cruzando os braços.

Eu só quero ir pra casa
Sinto sua falta, você sabe ♫

Joseph: Ah, volto sim. Só preciso resolver umas coisas esta noite, você sabe, estive fora do país por muito tempo. Mas logo estarei aqui. – Ele se aproximou dela, pegando seu braço. Demetria cerrou os braços. Ele baixou o rosto e falou, perto de seu ouvido – E continuaremos do ponto onde paramos. – Demetria rosnou – Durma bem, Ma Belle. – Desejou, beijando a testa dela.

E então ele saiu. Demetria gemeu consigo mesma, um gemido choroso, e se afundou no sofá, com as mãos no rosto, querendo sumir. Deus, por que?


Proximo capitulo...

quinta-feira, 15 de maio de 2014

PS. Eu Te Amo - Capitulo 6

Selena: Você acha, digo, você acha realmente que uma fechadura vai impedir ele? – Perguntou a voz no telefone.

Demetria: É o que eu espero. – Confessou, olhando pela janela. Então viu um carro de luxo, tão negro que parecia um borrão no asfalto. O portão do prédio de Demetria se abriu, e o carro entrou, sumindo pela entrada da garagem – Ele chegou. Depois te ligo. – E ela desligou.

Tudo fora feito com todo o cuidado, perfeição e rapidez. A fechadura da porta fora trocada. Demetria pôs o telefone no ganho, e recuou, inconscientemente. Ouviu o barulho do elevador se abrindo do lado de fora. Então, ouviu a chave sondando a fechadura, sem sucesso. Então, um riso rouco, baixo e excitado do lado de fora. Ela prendeu a respiração. Então, com um pontapé, a fechadura se estourou e a porta se abriu em um baque, revelando Joseph ali. Demetria seguiu seu instinto: correu. Pulou por cima do sofá e disparou corredor a dentro, rumo a seu quarto. Ouviu o riso dele atrás de si. Então o braço forte, coberto pelo linho refinado do terno preto. Demetria foi erguida no ar e ele, ainda rindo, girou com ela. Os cabelos dela formaram um redemoinho cor de chocolate no ar, e ela gritou.

Demetria: ME PONHA NO CHÃO! ME PONHA AGORA! – Gritou, batendo nele, inutilmente. Joseph ainda ria quando soltou ela.

Joseph: Dormiu bem, Ma Belle? – Perguntou, galante.

Demetria: Tive pesadelos horríveis. – Rosnou, arrumando os cabelos e saindo dali.

Joseph: Sim? – Perguntou, achando graça.

Demetria: Sim. Um intruso, arrogante, prepotente, dentro da minha casa. – Joseph riu gostosamente – Encheu meu guarda roupas com as suas coisas! – Disse, irritada.

Joseph: Só a minha parte, meu amor. – Corrigiu, com as mãos nos bolsos.

Demetria: Não me chame de meu amor. – Rosnou, furiosa. Ela andava pela casa, sem rumo, e ele seguia, divertido.

Joseph: Mas vamos precisar conversar sobre o meu escritório. Está cheio de telas. – Disse, pensativo.

Demetria: Não é seu escritório. É meu ateliê. – Corrigiu, abrindo as portas do antigo escritório de Joseph. As telas enfeitavam tudo, mas as estantes ainda estavam ali, assim como a mesa com o computador dele. Porém, haviam quadros, tintas e pincéis demais.

Joseph: Não vamos chegar a lugar nenhum. – Disse, recolhendo os pincéis dela em um estojo.

Demetria: Argh, não estou com paciência pra você hoje. – Rosnou, e ele riu – Vou sair. Trate de arrumar a fechadura que você quebrou, e suma daqui. – Disse, apanhando sua bolsa. Joseph riu da objetividade dela, e ela saiu, sem olhar pra ele.

Demetria voltou horas mais tarde. A porta estava arrumada, como se nunca houvesse sido arrombada. Provavelmente a essa altura Joseph já tinha umas 3 cópias da chave. Ela entrou, largou sua bolsa em uma poltrona, tirou os sapatos e se largou no sofá. Estava cansada. Dia depois de exposição era o dia de recolher as telas que sobraram, cuidar da contabilidade, arrumar o ateliê, começar tudo de novo... Demetria estava com o rosto afundado na almofada, tentando relaxar. Então uma mão forte pegou seu pé. Não de um modo agressivo, mas sim carinhoso. Ela relaxou, sentindo os dedos firmes se porem a massagear a base de seu pé. Deus, aquilo era maravilhosamente bom! Depois de todo o trabalho, ela bem que merecia. Então lábios quentes tocaram seu calcanhar, enquanto as mãos continuavam seu trabalho, e ela gemeu, manhosa. Joseph sorriu, satisfeito. Foi nesse momento que Demetria se lembrou que não devia haver ninguém massageando seus pés. Ela arregalou os olhos, e viu ele ali, sentado ao seu lado, sorrindo pra ela.


Proximo Capitulo....

quarta-feira, 14 de maio de 2014

PS. Eu Te Amo - Capitulo 5

Demetria abaixou o bilhete. protegê-la. Isso parecia irônico, comparado ao que ela já havia passado. Teve ganas de se encolher e dormir novamente, mas precisava ser forte. Ela se levantou, esquecendo-se de tirar a aliança novamente. Lhe doera muito remove-la da primeira vez, era como se fosse um pedaço de si. Ela avançou pelo quarto, levando a rosa na mão. Abriu a porta; estava destrancada. Ela observou, procurando algum sinal de arrombamento, mas a fechadura estava intacta. Ela revirou os olhos. Então a campainha tocou.

Demetria: Já vou. – Murmurou, caminhando pelo corredor. Insistiram persistentemente. – Calma. – Pediu. Sua cabeça latejava. A campainha continuava, furiosamente – JÁ VAI!

Demetria abriu a porta pronta pra dar um chega-pra-lá em quem fosse, mas era Selena. Ela suspirou, e deu espaço pra amiga entrar.

Selena: Sabe que eu passei a noite inteira em cólicas?! – Perguntou, histérica. Demetria viu ela tirar o casaco, largando-o no sofá, como sempre – Eu liguei várias vezes, e você não atendeu, não retornou! Demi! – Chamou, exasperada.

Demetria ouviu Selena protestar enquanto andava pelo corredor. Levou a amiga ao seu closet. Arrastou a porta com força, revelando as coisas de Joseph. Selena se calou, exasperada. O perfume de Joseph atingiu Demetria em um golpe impiedoso, mas ela ignorou.

Selena: O que... o que significa isso?

Demetria: Ele voltou. – Disse, percebendo a rouquidão em sua voz. Não lhe fazia bem gritar.


Selena: Como voltou? Você...? – Ela olhou, assustada, a aliança na mão de Demetria. Parecia alguém sendo levada no corredor da morte.

Demetria: Não! – Alertou, e viu Selena respirar fundo – Ele simplesmente estava aqui ontem a noite. Tentou me seduzir. – Disse, rindo consigo mesma.

Selena: Ah, Demi! – Gemeu, solidária – Foi pra cama com ele?

Demetria: Não fui. Eu fugi. Mandei que fosse para o inferno, gritei, e depois me tranquei no quarto de hospedes. Acordei com isso essa manhã. – Ela ergueu a mão esquerda, mostrando o cartão e a rosa.

Demetria viu Selena pegar o cartão e ler, incréSela. Como Joseph podia agir assim? Ela viu Selena, ainda tremula, devolver-lhe o cartão.

Selena: O que vai fazer? – Perguntou, assim que conseguiu achar sua voz.

Demetria: Colocá-lo pra fora assim que ele voltar. – Disse, simples.

Selena: Você não pode. A casa é tanto dele quanto sua. – Lembrou.

Demetria: Ele sabe disso. – Murmurou, irritada – Ou sai ele, ou saio eu.

Selena: Meu apartamento. Venha comigo. Fique lá o tempo que precisar. – Ofereceu, prontamente.

Demetria: Foi meu plano ontem a noite, ir pra lá. Mas ele me interceptou. Resolvi acabar isso de uma vez. Não se pode fugir dele, Sel. Se eu for, ele vai atrás de mim. – Era a mais pura verdade.

Selena pareceu refletir, e decidiu não discutir. Ela suspirou, passando a mão no rosto.

Selena: Preciso ir. – Disse, pesarosa.

Demetria: Já? – Perguntou, exasperada. Selena costumava se demorar.

Selena: Demi, se ele está aqui, e se ele vai voltar logo... – Ela lembrou do bilhete – Não quero vê-lo. Não quero estar aqui quando chegar. Por favor, me entenda. – Implorou, aflita.

Demetria assentiu, e sorriu de canto. Ela própria fugiria, se pudesse.

Demetria: Vou acabar com isso logo. – Prometeu – E você vai poder viver aqui dentro novamente. – Selena sorriu. – Eu até já sei um modo.

Ou assim Demetria pensava.


Próximo capitulo..... 

Obrigadaaaa Meninasss pelos cometários vocês sao maravilhosasss !! Calma muita coisa vai rolar nessa fic e vocês vão entender olado do Joe !! Bjosss 

terça-feira, 13 de maio de 2014

PS Eu Te Amo - Capitulo 4

A verdade era a seguinte: Demetria e Joseph haviam se apaixonado a primeira vista. O casamento veio 4 meses depois. Precoce. Ela tinha 22, e ele tinha 24. Os dois viveram em harmonia por um ano. Se combinavam em tudo. O sexo era maravilhoso. As brigas eram bobas. Então, uma carta anônima semeou a desconfiança em Demetria. Joseph a estava traindo. E ele estava. Descaradamente. Várias mulheres, inúmeras. Era o marido exemplar, mas a traia.
Seu ultimo alvo fora Selena, sua melhor amiga. A carta anônima fora dela. Demetria se lembra de como estranhou o comportamento de Selena: a amiga não ia mais a sua casa, se afastara dela e de Joseph, parecia amedrontada. Em uma bela tarde, Demetria entrou no escritório da amiga, e encontrou Joseph lá. Ele beijava ela. A prensava na mesa, e estava dentre suas pernas. Demetria se sentiu morrer naquele momento. Selena, recuperando a consciência, bateu nele, se afastou. Joseph a olhou, surpreso. Demetria não deveria estar ali. Ela fugiu. Correu dele, correu dali, correu da verdade. Joseph a seguiu até em casa, mas ela explodiu em dor. Como pudera? Ela o colocou para fora. Ele tentou falar, mas ela não deixou. Então, ele foi embora, e desapareceu. Ela também não o procurou. Selena pediu demissão do emprego e iria mudar de cidade, não queria ver ninguém que conhecesse. Demetria a encontrou empacotando as coisas do próprio apartamento, dias depois. Demetria havia ficado em casa, sozinha, mal se alimentando, curvada em bola, chorando sua dor. Mas quando soube que Selena estava indo embora, precisou ir atrás. Era sua melhor amiga, desde pequena. Lembra-se de como Selena a olhou, temerosa, assustada, quando a viu, vestida de preto, em luto por seu coração, parada na porta de casa, com os olhos vermelhos, magoados. Demetria a acusou, e ela aceitou tudo calada. Enfim, falou, e Demetria entendeu a verdade. Ela se afastara para fugir das investidas de Joseph. Deixara de ir a sua casa, e se afastara de Demetria, para evitar o pior. Fora ele, sempre ele. Mas Joseph tinha uma mulher quando a queria. Ele continuou mandando flores e jóias, e ela devolvia todas. Então ele apareceu em seu escritório, sem avisar. Seduzira-a, e ela caíra em seus encantos. Foi quando Demetria chegou. Então, as duas estavam chorando abraçadas, caídas no chão do apartamento. Selena não pediu desculpas a Demetria, considerava o que fizera imperdoável, mas o perdão de Demetria foi inevitável. A loura chorou, e perdoou a ruiva. A culpa era de Joseph. Então convidou Selena, agora sem emprego, para abrir um ateliê. Selena entendia de arquitetura, decoração, publicidade e finanças. Demetria traria as telas. O negocio deu certo, fez o sucesso que é hoje. As feridas foram se desinflamando, sem cicatrizar, e a dor se tornou suportável. Ela aprendeu a viver sem ele. Mas manteve o apartamento intacto, como lembrança da felicidade esmagadora que pensou ter.

Joseph: Demi...






Demetria: Eu não quero ouvir! Tem noção do que me causou?! Não procurou outra mulher nos últimos 4 anos, mas procurou enquanto estava comigo! – Acusou – Não era por sexo. Não, eu era mulher pra você. Eu fazia suas vontades, mesmo com vergonha, e você achava graça do meu rubor! Mas eu só me dava por satisfeita quando você estivesse completamente satisfeito. Passando por cima dos meus pudores. Não foi por sexo, não foi por carinho, não foi por amor. VOCÊ QUIS ME TRAIR! – Gritou, agora desabafando. Ele a observava, quieto – EU FUI A MULHER PERFEITA! EU DEIXEI O MEU TRABALHO, PARA QUE MEU TEMPO FOSSE SEU! TODOS OS MEUS PENSAMENTOS ERAM SEUS, JOSEPH! E OLHA O QUE VOCÊ FEZ COMIGO! – Gritou, e uma lágrima caiu de seu olho, queimando seu rosto – Me deu o céu com uma mão, e me atirou no inferno com a outra. Minha melhor amiga... Quase a destruiu também. Quantas mulheres levou pra cama, enquanto eu te esperava em casa, fiel, acreditando em você, Joseph?

Joseph: Várias. – Admitiu, quieto.

Demetria: Exatamente. Eu não vou te perdoar. Eu não posso, eu não consigo, e eu não quero. Você não pode voltar pra casa como se nada tivesse acontecido, porque aconteceu. Se tivesse preservado o amor que eu sentia por você, talvez agora nós estivéssemos fazendo amor, nessa poltrona, no tapete, na cama, no banheiro, em qualquer lugar. Ou talvez houvessem crianças que nos impediriam de transar com tanta liberdade. Crianças de olhos verdes, ou azuis. – Mais duas lágrimas caíram – Mas você não preservou. Está acabado agora, não importa o que você faça.

Demetria saiu dali antes que ele pudesse lhe impedir. Entrou no quarto de hospedes, trancou a porta. Se jogou no chão, ao lado da cama, encolheu os joelhos, se abraçou, pôs as mãos nas têmporas, e chorou. Soluçou alto, consumida em dor. Porque ele voltara? Uma vez que parecia que já havia acabado? Ela estava começando a reconstruir sua vida sem ele agora, e ele voltava. E o pior: Ela o amava. Intensamente, desorientadoramente. Ela o amava. Ouvir a voz dele, sentir sua pele, ver seus olhos, só provou o que ela já sabia: Ela o amava.

-

Demetria acordou na manhã seguinte, e nem percebeu que havia adormecido. Chorara o que havia para chorar, chorara o que precisava para ser forte e não chorar novamente. Adormeceu no tapete. Seus olhos estavam inchados, e ela percebeu que não estava no chão. Estava na cama do quarto de hospedes, confortavelmente coberta. Seus olhos protestaram, ardendo, quando ela os abriu. Ela gemeu, consternada. Então percebeu que sua mão não estava vazia.
Havia um cartão branco, uma rosa vermelha, e havia uma aliança dourada em sua mão esquerda. Ela pegou o cartão antes que pudesse calcular.

Ma Belle,

Quando você acordar, provavelmente não estarei em casa. Você sabe onde me encontrar. Fez frio durante a madrugada, e eu não podia deixar você dormindo no chão frio. Não considere o que fiz como invasão do seu espaço; foi uma tentativa de protegê-la. Quero dizer que pensei durante toda a noite sobre o que conversamos, e precisa saber que eu sinto muito. Sinceramente. Errei, e muito, mas nunca em vida quis magoá-la. Estarei de volta em breve, e poderemos conversar com mais calma. Não pense que eu não desisti. Não se irrite precocemente, não faça nenhuma bobagem, e se cuide. Fique bem.

Joseph.
P.S.: Eu te Amo.


Proximo Capitulo...