Nicholas : O que houve com seu rosto? - Perguntou, após entrar
na sala de Joseph.
Joseph tinha o lábio inferior inchado, vermelho e inflamado. A face esquerda tinha uma forte mancha vermelha, estampada da pele pálida. Joseph sorriu, e Nicholas viu os talhos que os dentes de Demetria deixaram na mordida.
Joseph: Minha esposa tem um temperamento difícil. - Explicou, dando de ombros - Eu não entendo o porque disso tudo. Tudo bem, eu errei redondamente, mas ela parece mudar de uma hora pra outra.
Nicholas observou Joseph por um instante. Joseph parecia pensar. Nicholas avaliou o borrão vermelho no rosto dele, e pensou na briga que deveriam ter tido. Joseph o observou, e viu ele respirar fundo, parecendo procurar palavras.
Nicholas : Joseph, porque as pessoas se casam? - Perguntou, desabotoando o terno.
Joseph: Amor? - Perguntou, estranhando a pergunta.
Nicholas : Também. - Disse, e pôs as mãos nos bolsos da calça - Mas, pense comigo. Venha, olhe lá fora. - Joseph girou a cadeira e se deparou com a parede de vidro de seu escritório. Principalmente se via o céu, pela altura. Mas, lá embaixo, o centro da cidade, em sua agitação normal - Veja quantas vidas.
Joseph: E... - Perguntou, se sentindo um passo atrás. Nicholas o fazia se sentir assim freqüentemente. Ele não gostava disso.
Joseph tinha o lábio inferior inchado, vermelho e inflamado. A face esquerda tinha uma forte mancha vermelha, estampada da pele pálida. Joseph sorriu, e Nicholas viu os talhos que os dentes de Demetria deixaram na mordida.
Joseph: Minha esposa tem um temperamento difícil. - Explicou, dando de ombros - Eu não entendo o porque disso tudo. Tudo bem, eu errei redondamente, mas ela parece mudar de uma hora pra outra.
Nicholas observou Joseph por um instante. Joseph parecia pensar. Nicholas avaliou o borrão vermelho no rosto dele, e pensou na briga que deveriam ter tido. Joseph o observou, e viu ele respirar fundo, parecendo procurar palavras.
Nicholas : Joseph, porque as pessoas se casam? - Perguntou, desabotoando o terno.
Joseph: Amor? - Perguntou, estranhando a pergunta.
Nicholas : Também. - Disse, e pôs as mãos nos bolsos da calça - Mas, pense comigo. Venha, olhe lá fora. - Joseph girou a cadeira e se deparou com a parede de vidro de seu escritório. Principalmente se via o céu, pela altura. Mas, lá embaixo, o centro da cidade, em sua agitação normal - Veja quantas vidas.
Joseph: E... - Perguntou, se sentindo um passo atrás. Nicholas o fazia se sentir assim freqüentemente. Ele não gostava disso.
Nicholas : As pessoas vem e vão o tempo todo. - Disse, olhando a
cidade pela vidraça - A vida passa despercebida. Quando você se casa, você está
garantindo que a sua vida não vai passar despercebida. Vai haver sempre uma
testemunha pra ouvir seus problemas, compartilhar suas alegrias. - Ele respirou
fundo - Quando você se casa, faz uma promessa: "Sua vida nunca ficará sem
testemunhas, porque eu serei sua testemunha." - Concluiu.
Joseph: E Demetria... - Começou, entendendo.
Joseph: E Demetria... - Começou, entendendo.
Nicholas : A vida de Demetria passou despercebida tempo demais.
Não houve ninguém pra abraçar ela em uma noite de chuva, ou pra fazer
companhia. Não houve ninguém pra testemunhá-la. - Ele se virou, dando as costas
a Joseph - Você prometeu ser a testemunha dela. Você falhou.
Joseph: Então ela não confia. - Concluiu.
Nicholas : Ela se recolheu em um casulo forte e firme pra se proteger. Agora você chegou com um canivete afiado e quer cortar o casulo dela. Ela se acostumou a ser sozinha.
Joseph: Mas eu tento me aproximar, tento ser o marido dela. Ela é que não permite. - Disse, mostrando a face esquerda do rosto, com um sorriso debochado.
Joseph: Então ela não confia. - Concluiu.
Nicholas : Ela se recolheu em um casulo forte e firme pra se proteger. Agora você chegou com um canivete afiado e quer cortar o casulo dela. Ela se acostumou a ser sozinha.
Joseph: Mas eu tento me aproximar, tento ser o marido dela. Ela é que não permite. - Disse, mostrando a face esquerda do rosto, com um sorriso debochado.
Nicholas : Ela não permite porque ela não entende. - Disse, recolhendo
uns papéis - Você simplesmente arrasou a vida dela, sumiu, e voltou como se
nada tivesse acontecido. É claro que ela não vai perdoar. Não do modo como você
tá tentando.
Joseph: Entendo.
Nicholas : Você já tentou se justificar? Contar seu lado da história? Bom, se houver um lado bom nessa história vindo da sua parte. - Censurou.
Joseph: Não. Eu pensei que não tocar no assunto fosse a melhor maneira.
Nicholas : Esse é o problema. Do jeito que está, você está dando facada em água. - Disse, se encerrando.
Joseph: Falando em problema. - Sorriu, olhando a vidraça. Um taxi parou na frente da empresa, e Demetria saiu dele, um sobretudo preto, salto alto, os cabelos sendo levados pelo vento. Parecia furiosa. Ele sabia porque.
Nicholas : Boa sorte. - Desejou, olhando Demetria, que sumiu na recepção do prédio. Então saiu da sala.
Joseph sorriu consigo mesmo, e deu a volta na cadeira, virando-se pro seu escritório. Não mexeu em nada. Apenas esperou que Demetria aparecesse pela porta. Seria um lindo flashback de quando ela ia atrás dele no trabalho, irritada. Joseph sorriu com as lembranças, e esperou.
Joseph: Entendo.
Nicholas : Você já tentou se justificar? Contar seu lado da história? Bom, se houver um lado bom nessa história vindo da sua parte. - Censurou.
Joseph: Não. Eu pensei que não tocar no assunto fosse a melhor maneira.
Nicholas : Esse é o problema. Do jeito que está, você está dando facada em água. - Disse, se encerrando.
Joseph: Falando em problema. - Sorriu, olhando a vidraça. Um taxi parou na frente da empresa, e Demetria saiu dele, um sobretudo preto, salto alto, os cabelos sendo levados pelo vento. Parecia furiosa. Ele sabia porque.
Nicholas : Boa sorte. - Desejou, olhando Demetria, que sumiu na recepção do prédio. Então saiu da sala.
Joseph sorriu consigo mesmo, e deu a volta na cadeira, virando-se pro seu escritório. Não mexeu em nada. Apenas esperou que Demetria aparecesse pela porta. Seria um lindo flashback de quando ela ia atrás dele no trabalho, irritada. Joseph sorriu com as lembranças, e esperou.
Demetria entrou no escritório como um furacão. A porta bateu
atrás de si, e Joseph se deslumbrou de como a fúria a deixava linda. Os olhos
dilatados, os cachos caindo no sobretudo preto, aberto, que mostrava um Jeans
escuro e uma blusa preta, com decote em V.
Joseph: Surpresa agradável. – Disse, sorrindo pra ela.
Demetria: Que palhaçada é essa? – Perguntou, direta, lançando mão de vários papeis na mesa dele.
Joseph olhou, só por olhar. Eram as contas dela. Demetria acordou as pressas pra sair e pagar as contas, mas encontrou todas pagas. Água, luz, gás, até a conta do celular dela. Joseph sorriu.
Joseph: São contas. – Disse, se fazendo de desentendido.
Demetria: Não quero brigar com você hoje. – Disse, cansada, tirando algo do bolso interno do sobretudo.
Joseph: E isso é bom. Pra nós dois, pra minha saúde física. Bom em geral. – Brincou.
Demetria tirou um cheque pronto do bolso da jaqueta e jogou na mesa dele. Joseph olhou, já sem o sorriso, e apanhou o papel.
Joseph: Assim você me ofende. – Disse, enquanto rasgava o cheque, sem nem olhar o valor.
Demetria: São minhas contas. Eu pago. – Disse, tirando o talão de cheques do bolso.
Joseph: Eu vou rasgar de novo. – Avisou, se recostando na cadeira. Demetria suspirou.
Demetria: Eu vou pagar em dinheiro. Rasgue, e será problema seu. – Disse, guardando o talão de cheques.
Joseph: Surpresa agradável. – Disse, sorrindo pra ela.
Demetria: Que palhaçada é essa? – Perguntou, direta, lançando mão de vários papeis na mesa dele.
Joseph olhou, só por olhar. Eram as contas dela. Demetria acordou as pressas pra sair e pagar as contas, mas encontrou todas pagas. Água, luz, gás, até a conta do celular dela. Joseph sorriu.
Joseph: São contas. – Disse, se fazendo de desentendido.
Demetria: Não quero brigar com você hoje. – Disse, cansada, tirando algo do bolso interno do sobretudo.
Joseph: E isso é bom. Pra nós dois, pra minha saúde física. Bom em geral. – Brincou.
Demetria tirou um cheque pronto do bolso da jaqueta e jogou na mesa dele. Joseph olhou, já sem o sorriso, e apanhou o papel.
Joseph: Assim você me ofende. – Disse, enquanto rasgava o cheque, sem nem olhar o valor.
Demetria: São minhas contas. Eu pago. – Disse, tirando o talão de cheques do bolso.
Joseph: Eu vou rasgar de novo. – Avisou, se recostando na cadeira. Demetria suspirou.
Demetria: Eu vou pagar em dinheiro. Rasgue, e será problema seu. – Disse, guardando o talão de cheques.
Joseph: E encontrará o dobro da quantia dentro da caixa de um
dos seus sapatos. – Disse, tranqüilo.
Demetria: VOCÊ É INSUPORTÁVEL! – Gritou, exaltada.
Joseph tomou fôlego pra rebater, então viu Nicholas , fechando a porta que Demetria havia deixado aberta. Nicholas o encarou, calmamente, e fechou a porta. Joseph respirou fundo e desistiu de falar.
Joseph: Paciência, Ma Belle. – Pediu, quieto na cadeira.
Demetria: Eu odeio você. – Disse, ofegando de raiva.
Joseph: Na verdade, você me ama. – Corrigiu, calmo, se inclinando sobre a mesa.
Ele viu o olhar de Demetria recair na mesa, e ela parou por um instante. Ele sorriu. Sabia do que ela estava lembrando. Já havia lhe feito amor naquela mesa, várias vezes. Demetria recuou um passo, na defensiva, e Joseph espalmou a mão forte, a aliança reluzindo no dedo, na mesa. Demetria o encarou, furiosa, e então saiu, batendo a porta com força. Joseph riu. Demetria apanhou o táxi e voltou pra casa. Precisava fazer algo, pensou, enquanto andava de um lado pro outro. Não conseguia pensar em nada. A única idéia era fugir do país. Mas não iria, não agora que sua carreira dera certo. Então o interfone tocou.
Demetria: Sim? – Perguntou, após atender.
Porteiro: Tem uma senhorita aqui que diz que tem uma encomenda pra senhora.
Demetria: Encomenda? – Perguntou, confusa – Deixa subir.
Demetria: VOCÊ É INSUPORTÁVEL! – Gritou, exaltada.
Joseph tomou fôlego pra rebater, então viu Nicholas , fechando a porta que Demetria havia deixado aberta. Nicholas o encarou, calmamente, e fechou a porta. Joseph respirou fundo e desistiu de falar.
Joseph: Paciência, Ma Belle. – Pediu, quieto na cadeira.
Demetria: Eu odeio você. – Disse, ofegando de raiva.
Joseph: Na verdade, você me ama. – Corrigiu, calmo, se inclinando sobre a mesa.
Ele viu o olhar de Demetria recair na mesa, e ela parou por um instante. Ele sorriu. Sabia do que ela estava lembrando. Já havia lhe feito amor naquela mesa, várias vezes. Demetria recuou um passo, na defensiva, e Joseph espalmou a mão forte, a aliança reluzindo no dedo, na mesa. Demetria o encarou, furiosa, e então saiu, batendo a porta com força. Joseph riu. Demetria apanhou o táxi e voltou pra casa. Precisava fazer algo, pensou, enquanto andava de um lado pro outro. Não conseguia pensar em nada. A única idéia era fugir do país. Mas não iria, não agora que sua carreira dera certo. Então o interfone tocou.
Demetria: Sim? – Perguntou, após atender.
Porteiro: Tem uma senhorita aqui que diz que tem uma encomenda pra senhora.
Demetria: Encomenda? – Perguntou, confusa – Deixa subir.
Demetria: Pois não?
Ashley : Demetria me chamo Ashley . – Demetria assentiu – Vim a mando de Joseph.
Demetria: Para?
Surpreendendo Demetria, Ashley entrou no apartamento. Demetria ergueu as sobrancelhas, e fechou a porta.
Ashley : Sou arquiteta. Joseph me pediu para avaliar o escritório dele e mandar fazer as alterações, de um modo que não atinja seu ateliê e não prejudique o escritório dele. – Resumiu. Demetria levou aquilo como um tapa na cara. Joseph era doente ou o que? – Onde fica o escritório? – Perguntou, educada.
Demetria: Olha, eu sinto muito, mas...
Ashley : Desculpa, Demetria, eu sei Joseph é difícil, mas ele é ainda mais difícil com quem não cumpre suas ordens. – Justificou. Demetria assentiu.
Demetria: Ali. – Apontou. Ashley agradeceu e sumiu pela porta indicada.
Demetria ficou sozinha, mortificada com isso. Então pegou o sobretudo no sofá, as chaves do carro, e saiu desembestada. Ashley ouviu isso do ateliê, enquanto avaliava a sala. Pegou um pequeno celular, discando alguns números.
Ashley : Joseph? – Joseph respondeu - Ela fugiu de novo. – Avisou, tranqüila.
Próximo Capitulo...