Danielle fechou o celular e recostou a cabeça na
poltrona, perguntando-se por que não tinha fugido daquela família no instante
em que aprendera a andar. Não conseguia imaginar como ser uma garota de rua,
sem pais ou dinheiro para se manter, poderia ser pior do que ser a filha de
duas pessoas famosas que mal se davam conta de sua existência. Não,
definitivamente, preferia viver nas ruas a ter tido pais como Carla e Joe, e,
ainda por cima, uma avó controladora como Renatta Harper.
Por uma fração de segundo, a ira tomou conta de
Danielle Harper Jonas. Aquele sentimento era terrível, mas nunca durava muito
tempo... apenas o suficiente para ajudá-la a sobreviver. Fora o que acontecera
quando Carla morreu naquele acidente. Ela mio havia derramado uma lágrima pela
morte da mãe. Odiava admitir isso, mas de certa forma era mais fácil lidar com
a ausência da mãe morta do que com uma mãe viva, mas ausente, se é que o trocadilho
poderia fazer sentido para alguém que mal via a mãe, que estava sempre perdida
em seu próprio mundo.
Danielle, porém, não queria pensar na mãe, nem no
pai, o belo astro de beisebol que aparecia em um comercial no horário nobre da
tevê usando apenas cuecas e arrancando suspiros de todas as mulheres, inclusive
da mãe de suas amigas e de algumas de suas professoras do colégio. Um homem que
apesar de tão atraente não deveria ser muito inteligente, porque a convidara
para fazer um passeio na Disney logo após o funeral de Carla.
Disney?! Ela, que tinha treze anos, ir para a
Disney?! Será que Joe não sabia que não era mais uma criancinha para se
encantar com Cinderela e companhia? Em vez disso, tinha preferido esconder-se
na casa de sua melhor amiga, Hayley Watson. Uma opção muito melhor do que ir
para a Disney na companhia de um pai que vira, no máximo, umas trinta vezes ao
longo de toda a sua vida.
Ah, sim, Joe costumava visitá-la em Los Angeles duas
vezes por ano, em seu aniversário e no Natal. Grande coisa!, pensou Danielle.
Odiava aquelas visitas, pois nunca sabiam ao certo o que dizer um ao outro.
Odiava mais ainda sentar-se diante de Joe num restaurante famoso enquanto
Raoul, o motorista de sua avó, os supervisionava de perto para saber se tudo
estava de acordo com as instruções da poderosa Sra. Harper.
Se Joe, de fato, quisesse conhecê-la, por que não
exigira passar mais tempo em sua companhia? Poderia tê-la convidado para passar
as férias em Chicago ou qualquer outro lugar do país ou do mundo. Tinha vários
amigos cujos pais eram separados e que passavam as férias na casa daquele que
ficava mais distante durante o período de aulas. Era até um arranjo bem
simples. Mas Joe, com certeza, não pensava assim, porque jamais fizera nada
para se aproximar dela. Exceto, é claro, no mês anterior quando Danielle pedira
para ficar em Los Angeles e o pai negara dizendo que os dois mereciam uma outra
chance.
Bem, tinha novidades para o grande Joe Jonas. Não
haveria outra chance, pois ele estragara todas as que lhe dera. Danielle
suspirou e curvando-se para uma pequena caixa mantida no chão do avião,
murmurou:
— Fique bonzinho que volto logo. — Levantando-se,
pegou sua mochila e seguiu para o toalete da primeira classe.
Quinze minutos depois, ela saiu do toalete e, pelo
olhar surpreso da aeromoça, era óbvio que sua missão tinha sido um grande
sucesso. Por isso, ao sentar-se novamente em sua poltrona, um largo sorriso
brincou nos lábios cobertos por um forte batom preto.
Joe ainda não sabia, mas a garotinha do papai estava
prestes a brindá-lo com o maior choque de sua vida.
Próximo Capitulo....
O.o AAAAAAAA POOSTA POOOSTA POOSTA PLEEEEASE, BEEEIJOS <3
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