Imperturbável, Joe terminou de colocar a bagagem no
carro e encarou a filha.
— Você não está mais em Los
Angeles, Danielle — lembrou-a sem se alterar. — Se não quiser participar do
revezamento de carro, pode optar por usar o ônibus escolar. A escolha é sua.
Dani resmungou algumas palavras incompreensíveis e
entrou na parte de trás da van.
O estranho animal que ela carregava no colo deu um
latido assustado com o solavanco provocado pelo gesto abrupto.
— Pensei que se sentaria na frente
comigo — disse Joe, disfarçando um sorriso.
— E eu pensei que gostaria que eu
praticasse um pouco antes de começar o tal revezamento de carro — revidou ela,
emburrada.
Joe suspirou e a encarou pelo retrovisor.
— Sei que isso é uma grande mudança
para você, querida. Mas tudo o que peço é que nos dê uma chance. Está mais do
que na hora de conhecermos um ao outro como pai e filha devem se conhecer.
Danielle não se dignou a responder.
— Woodberry Park é um condomínio muito agradável e
acho que é um excelente lugar para morarmos. Temos ótimos vizinhos. Imaginei
que gostaria de conhecê-los e por isso aceitei o convite de Selena e Nick Gomes
para jantar esta noite. Será uma espécie de jantar de boas
-vindas para você.
— Por acaso não lhe passou pela
cabeça que eu poderia estar cansada depois de uma longa viagem? — empertigou-se
ela.
Joe não se deixou abater. Em vez disso, riu e
avisou-a:
— Minha querida, não perca seu
tempo tentando me irritar. Estou disposto a fazer as coisas funcionarem entre
nós. Você pode andar por aí vestida com essas roupas e adereços estranhos, e
ainda por cima me insultar com seus comentários ferinos. Mas adianto-lhe que
não vai funcionar. Estamos presos um ao outro, pelo menos pelos próximos seis meses. Você é minha
filha e não vou desistir facilmente.
Danielle virou o rosto e fingiu prestar atenção à
paisagem que se descortinava diante de seus olhos. Natta tinha razão quando dissera que Joe tentaria enganá-la e que
fingiria que desejava, de fato, que tivessem um relacionamento normal de pai e
filha. Bem, isso só a fazia querer ir embora de Chicago o mais rápido
possível e não mediria esforços para conseguir o que queria.
Um sorriso maldoso brincou nos lábios tingidos de
preto quando Dani pensou no título que daria à redação quando seu professor de
inglês pedisse para escrever um texto sobre como passara as lérias de verão.
Sim, "Como transformei a vida de meu pai em um verdadeiro inferno nos últimos meses" seria um título mais que
perfeito.
— Por que estamos parando aqui? —
indagou ela, após algum tempo, ao ver Joe estacionar diante de um pequeno
centro comercial.
— Precisamos fazer algumas compras.
Você esqueceu de me informar que eu deveria comprar ração para cachorro. Além
do quê, precisa me dizer o que esse seu amiguinho costuma comer, porque não
faço a menor idéia do que seja.
— Não se preocupe, trouxe um pouco
de ração em minha bagagem — informou-o brevemente. — Depois dou o nome para a
sua governanta colocar na lista de compras.
— Impossível, querida. Não temos
governanta, nem empregada, nem nada parecido. Em Woodberry Park seremos apenas
eu, você e seu amiguinho aí.
— Como?! Se não tem empregadas?
Quem fará a comida, cuidará da roupa e da casa?
— Nós dois, é claro — Joe respondeu
com a maior naturalidade do mundo.
Danielle deu uma sonora gargalhada.
— Então voltarei para Los Angeles
mais rápido do que eu imaginava — respondeu ela. — Existem leis contra trabalho
infantil nesse país, sabia? Espere até a assistente social ouvir isso.
— Bem, vou correr o risco.
Danielle não estava preparada quando ele estendeu a
mão e acariciou a cabeça do seu cãozinho.
— Totó — Joe começou a dizer
carinhosamente —, você precisa explicar a sua amiga Dorothy que ela não está
mais no Kansas.
— Muito engraçado — Dani resmungou
— E o nome dele não é Totó.
— Não? Como é, então?
Ela franziu o cenho.
— Ainda não decidi — admitiu, mas
por nada no mundo confessaria a Joe que ganhara o cãozinho engraçado havia
poucos dias. Afinal, Natta odiava animais dentro de casa. Talvez por isso sua
avó tivesse tido a idéia de comprar um cão exótico e agitado para infernizar a
vida de Joe.
— Tenho certeza de que logo pensará
em um nome bem interessante, querida. Não se preocupe com isso. Agora, venha —
chamou-a, descendo da van. — Precisamos mesmo fazer nossas compras.
É pelo jeito não estava mesmo mais no Kansas, Danielle
pensou, ao acompanhar o pai. Só lhe restava saber o que aquele mágico mundo de
Oz lhe reservava.
Joe deixou escapar um suspiro à medida que caminhava
pelo corredor. Danielle tinha sido o epítome da adolescente mimada e
mal-educada durante o jantar da casa dos Gomes. Ela mal pronunciara uma palavra
e ainda quase tivera uma crise quando Selena sugeriu que se quisesse poderia se
reunir às outras crianças na sala de tevê. Além disso, Joe notara que as
respostas secas e curtas de sua filha haviam irritado todos os presentes.
Próximo Capitulo...
FINALMENTE! Sua fic está maravilhosa, estou amando.... vai ter outros hot com a dani agora morando com o pai? Falar nela, que chatinha rs
ResponderExcluirposta logo, bjs
aaaaa pooosta loogo,lindo amando u_u beeijos
ResponderExcluirLindo demais, posta logo, beeijos :3
ResponderExcluirC. Shay